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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DESLIGAMENTO


Marina Silva deixa PT e embaralha cenário de 2010


Na carta de desligamento do partido, a ex-ministra não deixou claro se será candidata a presidente, mas deu pistas de que esse poderá ser seu caminho
Asenadora Marina Silva (AC), de 51 anos, deu ontem o primeiro passo em direção a uma possível candidatura à Presidência da República em 2010.

Pela manhã, ela anunciou seu desligamento do PT, partido ao qual estava filiada desde 1985, para seguir em negociação com o PV, que a convidou para se candidatar a presidente. O desligamento se deu por uma carta encaminhada ao presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP). No texto, Marina explicou sua saída da legenda por não sentir “condições políticas” para avanços na questão ambiental, área do governo Lula que ela comandou por seis anos como ministra do Meio Ambiente. Ela afirmou, na carta, que não deseja mais continuar sua luta ambiental dentro do partido, e sim procurar um grupo que assuma “inteira e claramente um novo padrão de desenvolvimento para o Brasil”. “É o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase 30 anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País”, afirmou a senadora. Marina não fez críticas ao partido e disse que sua saída não foi uma decisão fácil. “Ao contrário, foi intensa, profundamente marcada pela emoção”, diz outro trecho da carta. “Não estou negando os imprescindíveis frutos das searas já plantadas, estou apenas me dispondo a continuar as semeaduras em outras searas.” Marina não confirmou, nem na carta nem em entrevista, se vai mesmo se filiar ao PV e se lançar candidata a presidente, deu apenas pistas de estar bem perto disso. Por causa da legislação eleitoral, ela precisa se filiar até o início de outubro para validar sua candidatura. À noite, outro senador petista anunciou sua saída do partido, Flávio Arns (PR), que alegou que o partido não foi “fiel à sua filosofia”. (das agências)

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