O CRIME DO BAÚ
Advogado Wilton Douzanes no banco dos réus, DINHO
teria pagado por um crime que não cometeu
“ O advogado é o principal acusado de ter mandado
matar o colega Walter Cardoso, outras pessoas também estariam envolvidos. Raimundo Messias, o Dinho pagou por um crime que não cometeu. Vai
feder”
Um dos júris mais aguardados do ano, em Santarém
começou hoje às 8 horas, com previsão
para três dias de julgamento, no salão do Tribunal do Júri de Santarém, pela
10ª Vara Penal especializada em Júri Popular. No banco dos réus, o mais
experiente advogado criminalista da cidade, Wilton Walter Moraes Dolzanis, 61
anos, acusado de ter mandado matar outro colega criminalista, Walter José
Cardoso Santos, assassinado em 10/09/1996, durante a campanha eleitoral da qual
era candidato a vereador. Walter Cardoso notabilizou-se por ser advogado
aguerrido e polêmico, que denunciava à Imprensa qualquer atitude que
considerava suspeita.
O crime teve grande repercussão na imprensa à época, e já teve o julgamento dos pistoleiros contratados, RUI HUDSON DUARTE FERREIRA, o "Gavião", e ADEMAILTON CORDEIRO DE MORAES, o "Pernambuco". O segundo já é falecido e o primeiro cumpre sua sentença em penitenciária federal. Outro que já foi julgado pelo mesmo crime foi o advogado Raimundo Messias Oliveira de Sousa, o "Dinho", que também foi condenado, mas acabou assassinado em Itaituba, quando se encontrava em liberdade condicional [o júri dos possíveis matadores de Dinho, está marcado para acontecer nas próximas semanas, na Comarca de Itaituba.
Segundo a denúncia do Ministério Público, há indícios nos autos que Dolzanis
teria sido mandante do crime, por conta de suas relações com Dinho, Gavião e
Pernambuco. O MP pede a condenação do réu pelo crime de Homicídio Duplamente
Qualificado(crime cometido com contratação de pistoleiros e de emboscada), que
pode resultar numa pena máxima de até 30 anos de prisão. O réu nega as
acusações e fará sua auto-defesa durante o tribunal, acompanhado de outros três
advogados: José Ronaldo Dias Campos, Luis Alberto Mota Figueira e Benones
Agostinho do Amaral.
Na semana passada, um dos advogados de Dolzanis entrou com pedido de adiamento
da sessão e outro com pedido de acompanhamento médico, por conta de problemas
de saúde que enfrenta. O MP, que será representado pelo promotor público
Cláudio Lopes Bueno, foi contrário ao adiamento da sessão bem como a outros
pedidos feitos pelo réu. O juiz Gérson Marra Gomes, que presidirá a sessão,
ainda não deliberou sobre os pedidos e só o fará durante a abertura dos
trabalhos.
Procedimentos - Por ser um
caso complexo com 22 testemunhas (entre políticos, policiais, jornalistas e
advogados, a serem ouvidos), a sessão do júri vem despertando o interesse de
todos os setores, principalmente dos alunos de Direito das três instituições de
Ensino Superior que tem cursos da área. Diante disso, foi definido um
procedimento especial pelo juiz-presidente da sessão: somente 20 dos 118
lugares na plateia serão reservados às famílias do réu e da vítima. Os outros
98 assentos serão ocupados por ordem de chegada. Não será permitida a
permanência de pessoas no recinto que ultrapassem essa quantidade, ou seja,
ninguém poderá assistir ao júri em pé. Na abertura dos trabalhos, a maioria dos
assentos será utilizada pelas testemunhas e jurados, até o fim dos
procedimentos de praxe. Depois disso, a entrada será liberada para quem estiver
aguardando no corredor. As medidas visam evitar tumulto que prejudique o
andamento dos trabalhos.
Informação do blog quarto poder...e J. Ninos.
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