Abuso de Poder
Maria do Carmo pode ser cassada pelo TRE
Maria do Carmo teria usado muita grana para se reeleger prefeita de Santarém, diz denuncia feita pelo DEM wem 2008.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA)
julgará amanhã, quinta-feira, o processo de pedido de cassação do
mandato da prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins (PT), acusada de
abuso de poder político, de autoridade e compra de votos pela coligação
adversária, liderada pelo DEM, na campanha eleitoral de 2008, quando
ela foi reeleita.
O parecer do Ministério Público defende a
cassação do mandato da Prefeita. O relator da matéria é o juiz federal
Daniel Sobral. Na terça-feira, pela manhã, a prefeita Maria do Carmo
esteve no Tribunal Eleitoral e disse que pretendia conversar com os
juízes sobre o processo. “Não houve instrução neste processo. Eles estão
se baseando em decisões de primeira instância, que já foram anuladas”,
alegou a Prefeita. Santarém é o maior e mais importante Município do
Oeste paraense, com mais de 300 mil habitantes e 195 mil eleitores.
Maria do Carmo Martins foi reeleita com
mais de 52% dos votos, mas só pôde assumir o mandato em junho de 2009,
após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a sua posse. Ela foi
eleita Prefeita em 2004 e em 2005 a legislação foi alterada, vetando a
participação de magistrados e membros do Ministério Público em processos
eleitorais partidários.
MUDANÇA: Mas, o STF entendeu que a legislação mudou
com o processo já em curso, portanto, ela teria direito a concorrer à
reeleição. Porém, o DEM e o MP denunciaram irregularidades na campanha
de reeleição.
Maria do Carmo foi acusada de distribuir
lotes urbanos durante o período eleitoral, de doação de cestas básicas
aos catraieiros – que fazem a travessia de visitantes em barquinhos para
a praia de Alter-do-Chão-, além de demissão de servidor em período
vedado pela legislação eleitoral e de propaganda eleitoral disfarçada de
institucional.
O advogado Walmir Brelaz afirma que não
foi provada a potencialidade dos crimes denunciados pelo DEM. No caso
das cestas básicas, ele afirma que foi um programa mantido bem antes do
período eleitoral, já comprovado e a denúncia de distribuição de lotes
também integra um programa municipal de regularização fundiária em
Santarém.
Mas, a principal alegação da defesa será
o fato de que todos os processos ainda estão tramitando na primeira
instância, pois o vice-prefeito, José Antônio Rocha (PMDB), não fora
incluído originalmente no processo. Mas, o TRE entendeu que deveria ser
incluído, já que a cassação de mandato engloba a chapa completa,
Prefeito e vice. A defesa do vice alegou decadência da decisão, por
isso, os autos voltaram para o primeiro grau em Santarém e ainda tramita
sem decisão.
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