Por Gutemberg Cruz
Com grandes e crescentes investimentos na área de Infraestrutura do
país, as mulheres vêm conquistando espaço no mercado de trabalho. Mesmo em setores
historicamente dominados por mão de obra masculina, as mulheres têm demonstrado
excelente performance. A “invasão feminina” é um fenômeno que está sendo muito
bem-vindo, por exemplo, na área da construção civil. Na região do Médio Xingu, os
canteiros de obras do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) abrigam um número
expressivo de trabalhadoras que exercem as mais variadas funções.
Atualmente, cerca de 14% dos funcionários do CCBM são mulheres como
Ana Arlete Ribeiro, mãe de cinco filhos que foi contratada pelo Consórcio
Construtor após concluir o curso de pedreiro no Programa Capacitar para
Crescer, desenvolvido na região para qualificar mão de obra local. Hoje, Ana
Arlete comanda uma equipe de 50 trabalhadores.
- Fui a primeira mulher a entrar na turma de pedreiros. Alguns homens acharam
que eu não teria capacidade para trabalhar nessa função, mas isso só me deu
mais estímulo. Agora, sou uma líder, e pretendo vir a atuar como encarregada –
planeja Ana Arlete.
No Brasil, nos últimos dez anos, a participação feminina no setor de construção civil aumentou 8%. Segundo dados do
Ministério do Trabalho, o número de trabalhadoras evoluiu de 83 mil (2000) para
138 mil (2008). Atualmente, calcula-se que mais de 200 mil mulheres ganham a
vida dentro de canteiros de obras espalhados por todo o país.
Em Belo Monte, as mulheres atuam em funções como operadora de máquinas
pesadas, motorista de basculante, carpinteira, eletricista, pedreira, além dos
setores de limpeza, ajudante geral, porteira, auxiliar de engenharia, auxiliar
de almoxarifado e estagiária. Diretor Administrativo do CCBM, Marcos Sordi comemora
o fato de ter mais de 3 mil mulheres sob contrato:
- Posso afirmar que, geralmente, as mulheres são mais prudentes e detalhistas
em suas rotinas. Por isso, tem sido um prazer abrir as portas do CCBM para o
público feminino – diz Sordi.
Também funcionária do CCBM, e há pouco mais de seis meses na construção
civil pesada, a operadora de escavadeira hidráulica Aparecida Torres está
orgulhosa da profissão.
- Eu era professora de escolinha infantil, e hoje estou feliz pela
oportunidade que estou tendo nas obras de Belo Monte. Já tenho, inclusive, o
sonho de futuramente construir minha própria casa – conta Aparecida.
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