O governador eleito dividiu com a população a responsabilidade pela
segurança de todos ao declarar que “quando a sociedade não consegue
resolver um problema, ela torna aquele problema um problema
policial”.
Na coletiva de imprensa realizada ontem no Comando Geral da
Polícia Militar para tratar sobre a situação de insegurança na capital
depois da sangrenta madrugada de 5 de novembro cujo estopim foi o
assassinato de um policial militar ligado à Ronda Ostensiva Tática
Metropolitana no bairro da Terra Firme, o governador reeleito Simão
Jatene falou muito mas disse pouco. Desconversou sobre a renovação da
cúpula à frente da Segurança Pública - depois de ele mesmo ter
anunciado, no início da semana, que realizaria mudanças significativas
na estrutura de poder para o novo mandato -, reafirmou o óbvio ao dizer
que as investigações para dar conta de como ocorreram outros dez
homicídios, possivelmente correlatos ao primeiro, registrados naquela
noite, estão em andamento, não anunciou ações emergenciais para impedir
um novo episódio como esse, confirmou não ver sentido do uso da Força
Nacional nesse momento e dividiu com a população a responsabilidade pela
segurança de todos ao declarar que “quando a sociedade não consegue
resolver um problema, ela torna aquele problema um problema policial”.
“Estamos há mais de 36 horas sem nenhuma morte”, declarou Jatene em
meio à coletiva, por volta das 11h30. “O que acontece quando passamos
por uma situação como essa? A sociedade recua em determinados
procedimentos que criam ambientes favoráveis ao crime. Não é culpa, é
uma questão natural da sociedade!”, disse o governador, depois entrando
em detalhes e citando que as pessoas estavam evitando ficar na rua até
tarde, bebendo e etc.
“Aumentar a segurança não é ser simplista e apenas colocar mais
viatura e mais policial na rua. Os sistemas de repressão são
insuficientes, e uma mudança de hábitos nesse sentido é uma decisão que
vem da própria sociedade”, reforçou, dando como exemplo o hábito de as
festas iniciarem muito tarde, como algo que “não acontece em outras
cidades, só em Belém” e sugerindo que “tudo começa na aglomeração”. “Eu
considero a prevenção ao crime um desafio coletivo”, justificou.
Questionado sobre a competência de sua cúpula à frente da Segurança
Pública do Estado, Jatene foi escorregadio e não respondeu a pergunta.
Citou uma publicação do ministro da Suprema Corte de Justiça da
Argentina, Raúl Zaffaroni, que esteve em Belém, por ironia do destino ou
não, justamente no dia 4, horas antes dos assassinatos ocorrerem,
conduzindo a Assembleia Geral do Comitê Permanente da América Latina
para Prevenção do Crime (Coplad), em que ele admite que a violência sai
vitoriosa quase sempre no embate com a paz, apesar de todo o avanço da
tecnologia, voltou a falar em coletividade e se irritou ao ser instigado
novamente a responder.
“Eu acho que a avaliação, não só da Segurança Pública, mas de todo o
Governo, esse Estado fez muito recentemente”, encerrou, claramente se
referindo às eleições desse ano, na qual amargou uma derrota em primeiro
turno e terminou reeleito no segundo por pouco mais de três pontos de
diferença do segundo colocado, Helder Barbalho, do PMDB, e com uma
rejeição de mais de 48%.
Parazinho algo pejorativo lá moram pessoas honestas e dignas que não tem culpa nenhuma de uma cidade tão bonita como Santarém ter parado no tempo com uma falta infra estrutura imensa sem opção de serviços realmente e triste mas é muito facio jogar a culpa na capital mas será que os políticos santareno não tem também sua parcela de responsabilidade e a sociedade também não tem a sua parcela de culpa?
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