Servidores foram mortos durante investigação de trabalho escravo em 2004. Norberto Mânica, irmão do réu, foi condenado a 100 anos pelo crime.
Acusado de ser um dos mandantes da chacina de Unaí, o fazendeiro Antério Mânica vai a júri popular, nesta quarta-feira (4), em Belo Horizonte.
A previsão é que o julgamento, presidido pelo juiz Murilo Fernandes de
Almeida, comece ainda pela manhã, na Justiça Federal. Ex-prefeito de Unaí,
o produtor rural exerceu dois mandatos à frente do Executivo do
município do Noroeste de Minas Gerais. Segundo o Ministério Público
Federal (MPF), ele responde pelo crime de homicídio doloso qualificado.
Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais Nelson José da Silva,
João Batista Lages e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista
Ailton Pereira de Oliveira morreram em uma emboscada. O ex-prefeito e o
irmão Norberto Mânica teriam encomendado o crime, devido ao rigor das
fiscalizações trabalhistas feitas por Nelson José da Silva. No mesmo
ano, Mânica foi eleito pela primeira vez prefeito da cidade.
O advogado do fazendeiro, Marcelo Leonardo está confiante na absolvição
do réu. “Espero que haja uma decisão justa, que ele [Antério Mânica]
seja absolvido porque ele é inocente”, resumiu. Além de Marcelo
Leonardo, outros dois advogados trabalham na defesa do fazendeiro.
Já a acusação acredita que ex-prefeito deixará o Tribunal do Júri condenado. “Estamos confiantes que vamos conseguir a condenação. Embora, quando se sobe na linha de hierarquia de mando, vai tendo menos provas. Mas, de qualquer forma, o que se tem já é suficiente para uma condenação dele, com certeza”, declarou a procuradora da República Miriam Moreira Lima. Porém, ela preferiu não revelar quais serão os elementos sustentados pelo MPF para pedir a condenação do fazendeiro.
O julgamento de Antério Mânica deve ser iniciado com a escolha dos jurados que vão compor o conselho de sentença e decidir se o réu é culpado ou inocente. Depois, devem ser ouvidas as 18 testemunhas de acusação e as seis de defesa. Segundo a Justiça Federal, a previsão é que o júri dure três dias.
Segundo o advogado Marcelo Leonardo, o cliente chegou a ser detido em duas ocasiões. As duas prisões somam cerca de 20 dias.
Já a acusação acredita que ex-prefeito deixará o Tribunal do Júri condenado. “Estamos confiantes que vamos conseguir a condenação. Embora, quando se sobe na linha de hierarquia de mando, vai tendo menos provas. Mas, de qualquer forma, o que se tem já é suficiente para uma condenação dele, com certeza”, declarou a procuradora da República Miriam Moreira Lima. Porém, ela preferiu não revelar quais serão os elementos sustentados pelo MPF para pedir a condenação do fazendeiro.
O julgamento de Antério Mânica deve ser iniciado com a escolha dos jurados que vão compor o conselho de sentença e decidir se o réu é culpado ou inocente. Depois, devem ser ouvidas as 18 testemunhas de acusação e as seis de defesa. Segundo a Justiça Federal, a previsão é que o júri dure três dias.
Segundo o advogado Marcelo Leonardo, o cliente chegou a ser detido em duas ocasiões. As duas prisões somam cerca de 20 dias.
Na porta do Tribunal de Justiça Federal em Belo Horizonte, cerca de 40
servidores do Ministério do Trabalho fizeram um protesto pela memória
dos colegas mortos e pedindo "justiça". Eles gritaram "bandido",
"assassino" e "você vai ser condenado" quando Antério Mânica chegou ao
prédio.
Os manifestantes usaram sacos de feijão em forma de cruzes ao lado das
fotos dos servidores mortos na chacina. O fazendeiro é conhecido como
"rei do feijão" por ser grande produtor do grão em Minas Gerais. Tinta
vermelha imitando sangue foi jogada sobre as fotos e sobre os sacos de
feijão.
Júri condenou Norberto Mânica a 100 anos de prisão (Foto: Reprodução/ TV Globo) Condenações
Na última semana, Norberto Mânica foi considerado culpado pela chacina
e recebeu a pena de 100 anos de reclusão pelos homicídios dos
servidores do Ministério do Trabalho. Mas, como ele já cumpriu tempo de
prisão, a sentença ficou em 98 anos, seis meses e 24 dias. No mesmo
julgamento, que durou quatro dias, também foi condenado empresário José
Alberto de Castro. Ele pegou 96 anos de prisão pela acusação de ter sido
intermediário entre os mandantes e os executores do crime.
Hugo Alves Pimenta, outro réu apontado como intermediário, vai a júri no próximo dia 10. Delator do caso,
ele teve o julgamento adiado, após um pedido da defesa, que argumentou
que o réu não poderia ser julgado no mesmo júri em que também
participaria como testemunha.
Em 2013, outros três réus, envolvidos na execução, já haviam sido condenados.
Rogério Alan Rocha Rios pegou 94 anos de prisão; Erinaldo de
Vasconcelos Silva, 76 anos e 20 dias; e William Gomes de Miranda, 56
anos. Ao todo, as penas somam 226 anos.
O processo tinha nove réus, mas Francisco Elder Pinheiro, acusado de
ter contratado os matadores, morreu há dois anos e Humberto Ribeiro dos
Santos teve o crime prescrito.
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