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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Garimpeiros ameaçam revidar ação de autoridades no Rio Madeira, no AM


Dragas e balsas atracaram no meio do rio Madeira, no Amazonas, para exploração ilegal de ouro. — Foto: REUTERS/Bruno Kelly
Os garimpeiros que estão no Rio Madeira, na região de Autazes, no interior do Amazonas, ameaçam revidar a ação de autoridades que tentem removê-los do local. As mensagens foram trocadas em um grupo de garimpeiros ao qual a reportagem teve acesso.
No grupo, os garimpeiros falam que vão ficar de tocaia e dar tiros.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, tratou com naturalidade a invasão de balsas no Madeira e disse que todos os anos os garimpeiros procuram o lugar com mais ouro. Ele afirmou que medidas já estão sendo tomadas para verificar o arrastão de ouro no Rio Madeira.

“Polícia Federal e Marinha já estão se preparando para agir, mas o principal ali é a Marinha. A Marinha tem que verificar qual é a questão, quem está ali na legalidade, qual é a embarcação legal, e o pessoal que está na ilegalidade vai ter a embarcação apreendida”, disse.

Os garimpeiros estão descendo o Rio Madeira em busca de ouro há pelo menos quatro meses, como mostram imagens de julho, gravadas pelos próprios garimpeiros em Borba, a 300 quilômetros de Manaus, e postadas em uma rede social.

Na internet, os garimpeiros também postam vídeos para mostrar como as dragas funcionam. Elas utilizam longas mangueiras, que são lançadas até o leito do rio.Geradores fazem com que elas suguem a terra e tudo o que encontram no fundo. O material é levado até a balsa e passa por uma esteira, onde é filtrado para seleção do ouro e devolvido à água.

O processo traz grave prejuízos ambientais, pois para separar o ouro da terra, os garimpeiros usam substâncias químicas e metal pesado, inclusive mercúrio.

Na região de Autazes, o que chamou a atenção foi a quantidade de dragas em plena atividade.

Balsas e dragas se instalam no rio Madeira para garimpo ilegal. — Foto: g1

Neste momento, os rios estão em período de vazante no Amazonas, com baixo nível de água. Segundo o pesquisador José Luiz, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), é a situação ideal para os garimpeiros alcançarem o cascalho aurífero que fica no fundo do rio.

“Realmente, a vazante tem toda relação com a intensidade da garimpagem no Rio Madeira, quanto menor a profundidade do rio, os equipamentos das balsas e das dragas tem que percorrer um trecho menor. Então, as mangueiras das balsas e dragas vão ser menores e vai facilitar sem dúvida nenhuma a intensidade da garimpagem. Quando a vazante está mais intensa, mais intensa vai ser a garimpagem”, disse.

Na quarta-feira (24), o Ministério Público Federal expediu uma recomendação pedindo a adoção emergencial de ações para retirada de garimpeiros ilegais que se instalaram no Rio Madeira.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que é um órgão estadual, afirma que quem deve fiscalizar e impedir a extração de minério no Rio Madeira é o governo federal. De qualquer forma, o instituto já se reuniu com o Ibama e a Polícia Federal para planejar ações. A PF informou que estratégias estão sendo estabelecidas para interromper a ação dos garimpeiros, mas até agora, eles continuam atuando livremente.

O Ipaam afirma que atividades de exploração mineral na região não estão licenciadas, portanto, são irregulares. O Ministério Público Federal também confirmou que a extração de ouro na região do rio madeira é ilegal.


com informações G1AMAZONAS

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