Os pais do sargento do Exército Lucas Guimarães, morto em uma cafeteria no Centro de Manaus, ofereceram uma recompensa de R$ 40 mil para que a população entregue à polícia informações sobre o assassino do jovem, que ainda não foi identificado.
O pedido foi feito em uma coletiva realizada pelo casal nesta sexta-feira (12). Eles também lamentaram a soltura do casal de empresários Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire, donos do grupo Vitória Supermercados, suspeitos de ordenarem o crime.
"Sabemos quem são os mandantes, mas eles se encontram em silêncio e nós precisamos ajudar na investigação. Nossa família é simples, mas nos juntamos e conseguimos esse valor para que possamos pagar quem puder nos ajudar", disse a mãe de Lucas, Livânia Guimarães.
O advogado da família, Iuri Albuquerque, também disse que a campanha será nacional, já que não se sabe se o assassino continua no estado.
O pai do sargento, Marcelo Guimarães, se emocionou falando do filho e disse que neto pergunta pelo pai todos os dias.
"Ele [o assassino] fez isso da maneira mais vil, achava que não ia ter repercussão. E o mais grave disso tudo é que, se nada for feito, isso pode se repetir".
O casal dono do grupo Vitória Supermercados foi solto na quarta-feira (10), após o Superior Tribunal de Justiça acolher o pedido de liberdade dos dois. Por meio de nota, o Tribunal informou que, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, para que uma prisão preventiva seja deferida ou mantida, é necessária uma fundamentação concreta. Segundo o relator, isso não teria ocorrido no caso do casal de empresários.
Apesar da concessão de liberdade, o STJ também aplicou medidas cautelares a serem cumpridas pelo casal. São elas:
comparecimento mensal em juízo;
proibição de manter contato com testemunhas e com familiares da vítima;
proibição de ausentar-se da região metropolitana de Manaus, sem prévia autorização judicial;
e proibição de ausentar-se do país, sem prévia autorização judicial, devendo entregar os passaportes.
O caso
Sargento do Exército Lucas Guimarães foi morto a tiros em cafeteria em Manaus. — Foto: Arquivo Pessoal
O crime contra Lucas Guimarães aconteceu no dia 1ª de setembro, quando o sargento foi assassinado no momento em que fechava uma cafeteria, no bairro Praça 14. Lucas foi atingido por três tiros na cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Após investigações da Polícia Civil, a titular da Delegacia de Homicídios e Sequestros, Marna de Miranda informou que se tratava de um crime passional, pois o sargento teria um caso com Jordana.
Uma operação foi realizada na madrugada do dia 21 de setembro para cumprir mandados de busca e apreensão na casa de Joabson e Jordana, além de unidades do grupo Vitória Supermercados, que pertence ao casal, em Manaus.
Por horas, Joabson e Jordana foram considerados foragidos pela polícia. Na tarde do mesmo dia, o casal se entregou e ficou preso temporariamente em celas da DEHS, fizeram exames de corpo de delito e seguiram para o presídio.
No dia da prisão, a defesa do casal alegou inocência e afirmou que entraria com um pedido de habeas corpus, para relaxamento de prisão.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Amazonas a defesa de Jordana Freire havia entrado com cinco pedidos de Habeas Corpus na Justiça. O primeiro foi no dia 14 de outubro. O segundo pedido foi feito no dia 26 e foi negado.
O terceiro pedido de habeas corpus feito pela defesa de Jordana foi impetrado no dia 2 de novembro. No entanto, este não foi analisado pois havia um pedido feito pela defesa da investigada que não podia ser analisado em sede de plantão judicial. O plantonista também determinou a redistribuição do pedido para alguma câmara criminal do Tribunal.
Já a defesa de Joabson Agostinho Gomes impetrou dois pedidos de habeas corpus. O primeiro foi no dia 14 de outubro e o segundo também no dia 2 de novembro. Esse último foi negado pelo desembargador Yedo Simões, que determinou a redistribuição do pedido para as câmaras criminais.
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