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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Em menos de dois meses, UPA de Santarém atende mais de 6 mil casos de síndromes gripais


Não é difícil encontrar alguém se queixando de sintomas gripais em Santarém, no oeste do Pará. Reflexo dessas reclamações é sentido no sistema público de saúde. Só na Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA), de 1º de novembro a 27 de dezembro foram atendidas 6.373 pessoas com síndromes gripais.

Do total de casos, os pacientes em sua maioria são são adultos, mas a quantidade de crianças é relativamente alta (veja o gráfico abaixo).

Atendimento Síndromes Gripais - Santarém
Atendimentos foram feitos de 1º de novembro a 27 de dezembro na UPA de Santarém
Adultos com sintomas: 4.875Crianças com sintomas: 1.561
Adultos com sintomas
4.875
Fonte: UPA Santarém
O quantitativo de crianças, público que é mais vulnerável aos vírus, representa 24% do total de casos atendidos.

De acordo com a coordenação da UPA, em novembro passaram pelo fluxo rápido dos consultórios 2.390 pacientes e em dezembro o atendimento aumentou em 67%, contabilizando, portanto, 3.983 pessoas com algum mal-estar relacionado às gripes.

Ainda segundo o levantamento, 209 precisaram ficar internados nos leitos clínicos ou de estabilização do Centro Especializado de Atendimento Covid-19, que recebe os pacientes e faz triagem e consultas específicas.

Até a manhã desta terça-feira (28) a Unidade tinha 9 pacientes internados, 6 em leitos clínicos e 3 em leitos de estabilização.

Dezembro contagioso

Apesar da disponibilização de vacinas e recomendações para evitar o contágio de Covid-19, o mês de dezembro se tornou o período com mais casos confirmados da doença este ano em Santarém.

Até então, o mês de janeiro tinha contabilizado 1.412 e liderava o ranking, mas com a atualização do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que acrescentou 61 novos positivados, dezembro já registrou 1.430 casos positivos (veja o gráfico abaixo).

Covid-19 em Santarém: casos confirmados
Dados são referentes ao período entre janeiro e 27 de dezembro de 2021
Casos positivadosJaneiroFevereiroMarçoAbrilMaioJunhoJulhoAgostoSetembroOutubroNovembroDezembro250500750100012501500
Setembro
 Casos positivados : 537
Fonte: Semsa/Sespa

Cenário da vacinação


Em janeiro, quando foi disponibilizada a primeira vacina anti-Covid restrita apenas a idosos asilados e também acima de 80 anos, a região do oeste do Pará passava pela segunda onda de Covid-19. Este mês, o panorama é diferente.

A população estimada do município é de 306.480 pessoas, sendo que 241.728 é vacinável, ou seja, dentro dos critérios técnicos pode receber doses dos imunizantes liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a plataforma Vacinômetro da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), que contabilizou dados até às 14h de 27 de dezembro, Santarém já recebeu 555.060 doses de imunizantes e 71,64% já foram aplicadas.


1ª dose: 233.131
2ª dose: 152.110
Dose de reforço: 11.903
Dose única: 514

Influenza ou Covid?

Não bastasse o avanço da variante ômicron do coronavírus, o aumento no número de casos de Influenza também cria mais incertezas sobre a tão aguardada reunião familiar de fim de ano. A alta de casos de gripe já foi constatada em ao menos 9 estados.

Por causa da semelhança dos sintomas, as duas infecções podem ser inicialmente confundidas. O diagnóstico certeiro só é possível com um teste de antígeno, mas especialistas explicam que há sinais que podem ajudar a diferenciar as doenças.

Influenza e Covid: diferença nos sintomas

Influenza

A gripe, como é chamada a infecção pelo vírus Influenza, apresenta sintomas agudos logo nos primeiros dias da doença.

Febre alta;
Calafrios;
Dores musculares;
Tosse;
Dor de garganta;
Intenso mal-estar;
Perda de apetite;
Coriza;
Congestão nasal (nariz entupido);
Irritação nos olhos;

Covid

Já nos casos de Covid-19, a doença começa a evoluir a partir do 7° dia, podendo ou não levar a um quadro de insuficiência respiratória.

No momento, o mundo observa atento como a nova variante do coronavírus, a ômicron, se comporta, mas evidências preliminares já sugerem que ela é mais transmissível que as demais cepas, embora também seja menos grave.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, os sintomas da ômicron são "diferentes" das cepas anteriores do coronavírus e incluem:

Dor de garganta;
Dor no corpo, principalmente na região da lombar;
Congestão nasal (nariz entupido);
Problemas estomacais e diarreia.

No Brasil, as variantes delta e gama ainda são predominantes. Seus sintomas podem incluir:

Perda de olfato e paladar;
Dor no corpo;
Dor de cabeça;
Fadiga muscular;
Febre;
Tosse.

Os sintomas, contudo, não se manifestam da mesma forma em todas as faixas etárias. Segundo David Straim, consultor do sistema de saúde britânico (NHS) e pesquisador da faculdade de medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, crianças não tendem a apresentar sintomas de Covid.

Como evitar o contágio? Máscara e álcool gel

Embora as duas doenças sejam transmitidas pelo ar, elas possuem diferenças. Enquanto a Covid-19 tem uma alta transmissibilidade por meio de aerossóis, partículas microscópicas que expelimos ao falar, tossir ou espirar, o risco de contrair Influenza é maior ao tocar em superfícies contaminadas.

Entenda o surto de gripe que se espalha pelo Brasil

Enquanto o número de casos de Covid-19 apresentam tendência de queda, o número de casos de Influenza só aumenta. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Bahia já apresentam indicadores de epidemia, conforme anunciado pelas secretarias de Saúde.

O grande número de infectados pelo vírus da Influenza chamou a atenção de especialistas que, após avaliação, observaram se tratar do vírus H3N2, especificamente da variante Darwin — detectada na cidade da Austrália que recebe o mesmo nome.

"Em primeiro lugar, não é o H1N1, que é mais comum. O que está dando é o H3N2, que é um primo dele. E o que acontece é que essa vacina que a gente deu neste ano não cobre bem contra o H3N2. A vacina tem o H3N2, mas não especificamente este que está rodando, que é o Darwin", explica Celso Granato, médico infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury.

"Além do que, as pessoas tomaram essa vacina faz seis meses. A gente vacina contra a gripe lá para maio, junho. Então, você está com uma vacina que já não cobre muito bem e também que já tomou há seis meses", complementou o especialista.

O aparecimento dessa nova variante poderia explicar o grande número de casos de gripe também entre pessoas vacinadas.

Contudo, embora os serviços de saúde registrem uma procura maior por atendimento relacionado com sintomas gripais, não dá para afirmar com exatidão quais casos são de Covid, de Influenza ou originados por outros vírus porque a testagem é baixa.

De modo geral, não são feitos testes para comprovar a infecção por Influenza e, no caso da Covid-19, o país ainda apresenta índices considerados baixos de testagem.


com informações G1 SANTARÉM

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