Professores lotados em escolas da jurisdição da 5ª Unidade Regional de Educação (5ª URE) participam nesta segunda (6) e terça (7) no auditório do Instituto Esperança de Ensino Superior (Iespes) de encontro promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) que visa preparar esses profissionais para a implantação do novo ensino médio nas escolas da rede estadual em 2022.
De acordo com Marlene Pantoja, coordenadora do ProBNCC no Pará, em 2022 todas as turmas de 1º ano do Pará já estarão no novo formato do ensino médio.
As principais mudanças para alcançar os objetivos propostos são novas estruturas curriculares e aumento progressivo da carga horária, com base em dois critérios principais obrigatórios, que juntos somem 3 mil horas.
“Esses encontros são extremamente importantes e nos locais onde já reunimos a gente tem tido grande retorno, os professores estão satisfeitos com as formações. São momentos de esclarecimento sobre o que é o novo ensino médio, e a gente entende que é uma mudança que também desassossega o professor quanto à lotação, carga horária, como vai avaliar e como vai fazer a ida do aluno para os próximos anos”, disse Marlene Pantoja.
Professores da rede estadual chegando para o encontro sobre o novo ensino médio — Foto: Alcindo Lima/Rádio 94 FM
Áreas do conhecimento
A grade curricular das escolas públicas e privadas de ensino médio não terão mais o formato utilizado até então em que as disciplinas eram individuais, graças à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Agora, os conteúdos serão divididos em áreas do conhecimento de maneira similar à que acontece no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Serão elas:
Linguagens e suas tecnologias;
Matemática e suas tecnologias;
Ciências da natureza e suas tecnologias;
Ciências humanas e sociais aplicadas;
As divisões vão abranger Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Matemática, Biologia, Física, Química, Filosofia, Geografia, História e Sociologia. Ou seja, nenhuma disciplina será excluída do currículo atual, elas somente serão trabalhadas de maneira diferente do que era feito até então.
A grade pode ser organizada de diversas maneiras, desde que inclua Matemática e Língua Portuguesa em todos os anos do ensino médio e some até 1.800 horas.
Itinerários formativos
Maior novidade no novo ensino médio, os itinerários formativos serão optativos e poderão ser escolhidos de acordo com a vontade do estudante e da oferta da instituição. O objetivo é aprofundar nos conhecimentos das seguintes áreas:
Linguagens e suas tecnologias;
Matemática e suas tecnologias;
Ciências da natureza e suas tecnologias;
Ciências humanas e sociais aplicadas;
Formação técnica e profissional.
Na prática, vai funcionar assim: o aluno terá em sua grade as quatro áreas do conhecimento divididas por ano ou por semestre, a depender da escola, e poderá escolher uma disciplina extra para se aprofundar em uma das áreas ou na formação técnica e profissional. Por exemplo, a escola pode oferecer um itinerário de comunicação, no campo de linguagens e suas tecnologias, e outro de meio ambiente e sociedade em ciências da natureza, e o estudante terá a liberdade de optar qual itinerário cumprir.
Os conteúdos serão trabalhados para fazer com que o aluno saia do ensino médio com uma formação ou conhecimentos específicos que o ajude a adentrar o mercado de trabalho sem precisar de um diploma de formação superior.
De acordo com o MEC, essa parte da grade curricular ocupará 1.200 horas do ensino médio, divididas nos três anos da fase escolar. O aluno poderá iniciar o itinerário escolhido no 1º ano caso esteja disponível em sua escola. Mas a instituição tem até 2023 para disponibilizar os itinerários.
As redes públicas e particulares terão autonomia para definir quantos e quais itinerários formativos irão ofertar. Uma rede pode decidir ofertar apenas dois itinerários, enquanto outra pode oferecer 15, por exemplo.
Não há garantias, no entanto, de que o aluno terá vaga assegurada no itinerário que escolher, especialmente na formação profissionalizante, já que o número de vagas será limitado em cada oferta disponibilizada. Portanto, o estudante terá liberdade para pleitear vaga em outra instituição de ensino que ofereça um itinerário que mais lhe interesse.
O estudante poderá mudar de itinerário ao longo dos três anos caso deseje e caso a escola ofereça outra opção com vagas disponíveis. Ao final do ensino médio, ele receberá o certificado de conclusão e certificado do curso técnico escolhido.
Projeto de vida
Outra novidade do modelo de ensino médio que deve ser implantado em 2022 é o chamado “projeto de vida”. Este componente transversal será oferecido nas escolas para ajudar os jovens a entender suas aspirações, num estilo de orientação.
O objetivo é ajudar o aluno a compreender o que ele quer para seu futuro, ao mesmo tempo que endente como a escola pode ajudá-lo a alcançar este objetivo.
Não é especificado se esta orientação deve ser feita por um profissional especializado, como um psicólogo, ou se um professor ou profissional da unidade de ensino será responsabilizado pela função.
Carga horária anual
Até 2024, o novo ensino médio passará de 800 para de 1.000 horas anuais, atingindo 3.000 horas ao final dos três anos. Para atingir o total de horas, cada ano letivo deve ter 200 dias, com, em média, cinco horas por dia.
*Colaborou Alcinco Lima, da Rádio 94 FM
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