Nove mandados de busca e apreensão foram
cumpridos, na manhã de ontem, em Magalhães Barata, Nova Timboteua e
Belém, durante a operação Cuiarana, comandada pelo Ministério Público do
Estado. Vários documentos foram levados e podem indicar desvio de
verbas municipais na compra de medicamentos e merenda escolar entre
outros.
Os alvos da investigação foram o
prefeito do município de Magalhães Barata, no nordeste paraense,
Raimundo Faro Bittencourt (PSDB), e seu sobrinho, Diego de Souza
Bittencourt, que possui um escritório de contabilidade em Nova
Timboteua. Na casa do prefeito, em Belém, foram encontrados documentos
diversos e a quantia de R$ 7 mil, cuja origem está sendo investigada.
Ainda na capital paraense, foram feitas
apreensões na empresa de contabilidade Assessorias Contábil e
Empresarial do Terceiro Setor (Ascep) e na casa da dona da empresa,
Maria do Socorro Batista.
Em Nova Timboteua, foram feitas buscas e
apreensão na casa e no escritório de Diego. Já em Magalhães Barata, o
MPE fez apreensões na Secretaria de Saúde, na casa de Raimundo Faro e na
prefeitura.
A operação contou com o apoio do Grupo
Especial de Combate ao Crime Organizado. A suspeita, de acordo com o
procurador de Justiça Nelson Medrado, é de que haja uma montagem de
documentos relacionados a fraudes na compra de merenda escolar,
aquisição de remédios ou para a contratação de obras públicas, e de que
haja a participação efetiva de empresas de contabilidade e fornecedoras
de bens e serviços na montagem dessas operações de compra para a
prefeitura.
As investigações iniciaram após
denúncias anônimas, em Magalhães Barata, além de inspeções do MPE em
escolas e unidades de saúde. Segundo a promotora de Justiça titular de
Magalhães Barata, Brenda Ayan, foi constatada uma situação caótica
naquele município.
A partir de então, foi instaurado
procedimento para aprofundar essas investigações. Os documentos foram
encaminhados para a perícia do Instituto Médico Legal (IML) e para a
análise do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). “Está se
investigando ainda a possibilidade de existência de funcionários
fantasmas. E também há fortes indícios de compra direta. Então, o objeto
da investigação é bem amplo”, resumiu Ayan.
(Wal Sarges/Diário do Pará)
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