O Grupo Jari Celulose, que atua no Pará e Amapá, propôs pedido de recuperação à Justiça do Estado do Pará. Com uma dívida de mais de R$ 2.4 bilhões, a Jari Celulose é composta por 25 empresas, que desenvolvem as mais diversas atividades econômicas, desde o plantio e manejo de madeira cultivada, beneficiamento, transformação, industrialização e comercialização de celulose, até a mineração, energia, exploração florestal, entre outros.
Porém, desde junho as empresas do grupo realizam demissões em massa, após um período de atrasos de salários aos funcionários, denúncias dos trabalhadores ao Ministério Público do Trabalho e outros órgãos trabalhistas.
A proposta de recuperação judicial foi protocolada dia 28 de junho na Vara Distrital do município de Monte Dourado, distrito vinculado ao município de Almeirim/PA, mas somente ontem, dia 17, foi divulgado publicamente.
A empresa informa que na petição inicial que o Grupo Jari é responsável, apenas na região do vale do rio Jari, por 700 empregos diretos e aproximadamente 2 mil indiretos e que seria a “força motriz da principal engrenagem econômica dessa região”.
Portanto, segundo divulgou a empresa, a paralisação ocasionará o colapso socioeconômico de vários municípios e comunidades da região do Jari. No entanto, desde o mês de junho deste ano, que as empresas do grupo Jari realiza demissões em massa de seus funcionários.
No dia 9 deste mês de julho, a Jari Celulose demitiu 180 funcionários diretos, que acusam a empresa de não ter pago os salários do mês de junho. Também há denúncias de que os fornecedores e empresas terceirizadas estão sem pagamento desde o começo deste ano, quando a crise financeira da empresa se agravou.
Da mesma forma, as empresas que prestam serviços à Jari Florestal também amargam a falta de pagamento. A situação se agravou de tal forma, que já houve protesto de funcionários demitidos, que juntamente com seus familiares, bloquearam a estrada que liga o distrito de Monte Dourado à sede do município de Almeirim.
Especialistas em economia apontam o processo do Grupo Jari como uma das 15 maiores recuperações judiciais do Brasil, inclousive, pode ser a maior do Estado do Pará e da região norte.
Procurados para esclarecer a importância desse processo de recuperação judicial, os advogados Gustavo Fonseca e Brahim Bitar, do Escritório Fonseca Brasil Advogados, explicam que “o processo de Recuperação Judicial é um instrumento técnico regulado pela Lei nº 11.101 de 2005, que possui uma natureza coletiva e tem por objetivo preservar a viabilidade produtiva e econômica de empresas que, embora estejam em situação de crise financeira, possuem uma função social relevante, o que se busca alcançar mediante a composição dos direitos e interesses das próprias sociedades empresárias devedoras, dos trabalhadores que delas dependem e dos credores”.
Blog do Xarope com informações Roma News
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