A deputada foi atacada por parlamentares da base governista durante a reunião com a presença do ministro Ricardo Salles
A participação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara de Deputados, nesta segunda-feira (3), foi marcada por uma tentativa de censura à fala da deputada Vivi Reis (PSOL/PA) por parte dos deputados Nelson Barbudo (PSL-MT) e Éder Mauro (PSD/PA) e da deputada Carla Zambelli (PSL/SP), que presidia a reunião.
A tentativa de censura ocorreu no momento em que Vivi Reis denunciava casos de violência e desmatamento na Amazônia e questionava a constante presença de Salles em reuniões com madeireiros, ao mesmo tempo em que era deflagrada a maior operação de apreensão de madeira ilegal do país, na divisa dos estados do Pará e Amazonas.
Salles é acusado pelo ex-superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Saraiva, de organização criminosa, advocacia administrativa e obstrução de fiscalização, ocorridos no contexto da operação Handroanthus em dezembro do ano passado, quando foram apreendidos 214 mil metros cúbicos de madeira ilegal.
“A legislação ambiental vigente está provocando enorme insegurança jurídica na Amazônia, ajudando a ampliar os conflitos e a violência contra ativistas. Provas disso são a recente invasão da Associação das Mulheres Munduruku de Jacareacanga por garimpeiros e a que ocorreu hoje (terça-feira) no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém, promovida por madeireiros. Houve uma tentativa de silenciar a nossa fala neste sentido na Comissão, mas não irão nos calar”, afirmou a deputada.
Vivi Reis também foi atacada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) que falou em seguida à deputada e insinuou que ela estaria fazendo uso de drogas ilícitas durante a reunião em uma atitude de total desrespeito com a parlamentar. “Eles não querem que denunciemos o projeto de devastação do ambiente e violência contra os povos da Amazônia e praticam todo tipo de ataque, além da censura, jogam de forma baixa e suja. Isso não nos intimida. Aqui, a boiada não passa!”, acrescentou.
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