Denúncias de moradores dos bairros do Paar, Icoaraci, Cabanagem, Curuçambá, Aurá, além de outros da Região Metropolitana de Belém, relatam que facções estão destruindo equipamentos de operadoras de internet e exigindo que valor da mensalidade possa ser dividido com os criminosos.
Nos últimos meses, as quadrilhas têm aumentado o controle sobre a rede de internet, impondo a decisão sobre quais empresas podem instalar o serviço, cobram "mensalidades" destas e expulsam funcionários das empresas que não querem "colaborar".
Relatos da ação criminosa se repetem em diversos bairros em que comunidade inteiras são controladas pela facção. “Já tem mais de ano que sofremos com esses ataques. Os vândalos atacam nossos equipamentos que ficam no poste e durante isso, a empresa identifica que foi danificado e encaminhamos uma equipe para resolver o problema, mas eles são sempre intimidados por alguns criminosos que abordam a equipe e não permitem os reparos”, explica o dono de uma das empresas de telecomunicação que tem sido vítima pelos criminosos, ressaltando ainda que eles disponibilizam um contato de um dos chefes da facção, que em ligação já ameaçam e comentam sobre as condições para que a empresa continue com os serviços de internet no local.
“Recentemente em Marituba, a população prejudicada pela falta de internet, abriu um boletim de ocorrência na PM. Após isso o morador/comerciante recebeu uma carta do “CV” dando 24hrs para ele e família saírem do bairro, caso contrário, eles iam invadir a casa e matar quem estivesse dentro”, ressaltou.
“Normalmente os contatos são do Rio de Janeiro. O CV pede um percentual de dinheiro de cada cliente, em alguns casos chegaram a pedir até 50% do valor do provedor, dizendo que se pagam para o governo, precisam pagar pra eles pois os mesmos que fazem a segurança e que somente quem paga irá poder trabalhar na área”, afirma o dono.
“Os moradores ficam sem internet, de mãos atadas, não podem fazer nada. E as empresas são prejudicadas com o patrimônio e perda de receitas de clientes. Porque alguns provedores não compactuam com os atos, mas existem aqueles que já precisam ceder pela pressão da facção”, relata um funcionário.
Um boletim de ocorrência foi registrado e agora, moradores e responsáveis pelas empresas aguardam soluções das autoridades diante do problema.
RESPOSTA
A Polícia Civil informa que investiga o caso sob sigilo por meio da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Diligências estão sendo feitas para ouvir testemunhas e apurar a denúncia. Qualquer informação que possa auxiliar nas investigações podem ser repassadas através do Disque Denúncia 181. O anonimato é garantido.
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