Sargento Elcinei Fonseca Ferreira, lotado em Rurópolis, denunciado pelo Ministério Público pelo envolvimento na execução de um homem, em Santarém - Créditos: Créditos: Lorena Morena |
O magistrado atendeu ao pedido do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e manteve a prisão preventiva do sargento Elcinei e decretou a prisão preventiva de mais três acusados por envolvimento na morte de ‘Bolinha’: Antônio Carvalho da Rosa, vulgo ‘Maranhão’, Erick Figueiredo do Nascimento e Ramon Rondinelly Pereira da Paixão. O quarteto foi denunciado pelo MP por homicídio qualificado.
Após uma análise do caso que trata da denúncia apresentada pelo MP em desfavor de Elcinei Fonseca, Antônio Carvalho, Erick Figueiredo e Ramon Rondinelly, o juiz entendeu que há indícios suficientes de autoria, motivo pelo qual decidiu pela manutenção da prisão do sargento e decreto a prisão dos demais acusados na morte de José Luiz Oliveira da Silva.
O processo ao qual o Portal OESTADONET teve acesso, contém, além das declarações prestadas à autoridade policial de testemunhas e dos próprios acusados, imagens de vídeo, que ajudaram na identificação do veículo usado no crime e outros elementos que apontam para o envolvimento dos quatro suspeitos.
“Analisando os autos, verifico que o acusado Elcinei Fonseca Ferreira, encontra-se preso e, nessa oportunidade, por força do artigo 316 do Código de Processo Penal constato que não houve nenhuma situação fática ou jurídica no processo capaz de alterar a situação processual do acusado. Para assegurar a garantia da ordem pública, mantenho por enquanto a prisão cautelar do acusado, até a apreciação do mérito da questão”, disse o juiz em seu despacho.
Em relação à decretação da prisão preventiva dos acusados Antônio Carvalho, Erick Figueiredo e Ramon Rondinelly, o juiz atendeu ao pedido feito pelo MP, que também representou pela prisão preventiva do trio.
No despacho do magistrado, ele destaca que se trata de um crime praticado a luz do dia, tendo uma parte dos acusados se identificados como agentes de segurança pública, policiais militares. “O sargento Elcinei Fonseca Ferreira é verdadeiramente um policial militar, tendo a vítima sido atingida por 15 vezes com os disparos de arma de fogo. Os acusados ajudaram e forneceram ajuda material para a prática do crime de homicídio qualificado praticado na presença de testemunhas. Eis que os acusados podem novamente ser passar por agente públicas de segurança e atrapalhar a instrução criminal, intimidando as testemunhas”, observou o juiz.
Para o juiz, é patente que os réus em liberdade poderão voltar a cometer outra vez delito, ‘trazendo terror a sociedade local, devendo por isso ser mantido longe do convívio social.
Gabriel Veloso destaca ainda que o Ministério Público individualiza bem a conduta dos acusados:
Segundo o MP, Ramon Rodinelly foi até a sede da empresa locadora do veículo usado no crime, junto com o sargento Elcinei (e, teve o contrato feito em seu nome, bem como, efetuou o pagamento via PIX da sua conta bancária referente a locação do veículo). Elcinei foi identificado como um dos executores direto do crime.
Já o acusado Erick Figueiredo foi quem registrou a hospedagem dos acusados no Hotel Império, usando seus documentos pessoais, conforme constam nos autos do processo. Além disso, ele também utilizou o seu veículo Toyota Hilux, cor vermelha, para deslocamentos dos envolvidos até Santarém e, após o crime, para empreenderem fuga.
Antônio Carvalho, vulgo ‘Maranhão’, foi quem patrocinou parte da ação criminosa, realizando pagamentos, inclusive para outro policial, para permutar o serviço para esta cidade na data do crime, auxiliou os demais acusados, colaborou e concorreu para a execução da infração.
A prisão de Elcinei se deu após a divulgação de vídeos do momento da execução nas redes sociais. O veículo usado no crime foi identificado por um policial militar.
O policial militar José Ribamar Silva de Moura, lotado no 2º Batalhão de Missões Especiais, foi quem apresentou na 16ª Seccional Urbana de Polícia Civil, o sargento Elcinei Fonseca. Ele realizava rondas na área do 3º BPM quando via rádio tomou conhecimento que havia ocorrido um homicídio no bairro Salvação e que os autores estariam em um veículo Renault, cor branca. A guarnição comandada por ele se deslocou até o local do crime e nas proximidades iniciou rondas e abordagens.
Durante rondas na rua Cruzeiro do Norte, no bairro Santarenzinho, a equipe comandada por ele avisou um automóvel em deslocamento com as mesmas características do carro cujas imagens circulavam nas redes sociais.
No veículo estava o sargento Elcinei. Ele se apresentou aos policiais como 3º sargento E. Ferreira e apresentou uma xerox de uma identidade militar de cabo e portava uma pistola tauros, carregada com 15 munições intactas e na arma constava o brasão da PM.
O policial José Ribamar Silva de Moura então comunicou o fato ao oficial de sobreaviso, que o orientou a conduzir Elcinei até a delegacia para averiguações.
Após o caso chegar à delegacia de Polícia Civil, as investigações foram iniciadas e descobriu-se que o veículo usado por Elcinei era alugado. A proprietária do veículo contou que o carro foi locado para Ramon Rodinelly e que ele se identificou como policial militar.
Conversas obtidas pela polícia do aparelho celular do suspeito confirmam a negociação do aluguel do veículo usado no dia do crime.
O dono da locadora, Paulo Evandro Azevedo Santos, em depoimento à polícia contou que recebeu uma mensagem via whatsapp em seu celular de alguém que parecia lhe conhecer, perguntando se tinha algum veículo para alugar. O contrato foi feito em nome de Ramon Rondinelly e que o aluguel foi pago via PIX.
No dia 21 de março, os três acusados se hospedaram no hotel Império. O quarto foi registrado em nome de Erick Figueiredo do Nascimento. Eles ficaram no quarto de número 26. A recepcionista do hotel prestou depoimento à polícia e contou que o trio quase não parava no hotel e que eles saiam e voltavam.
Foi a partir desses depoimentos que a polícia conseguiu ligar o envolvimento dos quatro acusados ao crime. Elcinei estava no grupo que se hospedou no hotel, segundo confirmou a funcionária do hotel.
O sargento Elcinei Ferreira está preso em Belém.
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