Sindicato da construção civil aponta dívida de R$ 30 milhões. Ministério das Cidades diz que pagamento ocorre regularmente.
O Sindicato da Construção Civil do Pará (Sinduscon) denuncia que obras
do programa de habitação popular "Minha casa, minha vida" podem ser
paralisadas no estado por falta de pagamentos. De acordo com o
Sinduscon, diversas empresas do estado não recebem repasse por obras
executadas há pelo menos 30 dias, e a dívida do programa com o setor da
construção civil no Pará chega a R$ 30 milhões.
Procurado pelo G1,
o Ministério das Cidades - responsável pela liberação das verbas para o
programa - se limitou a dizer em nota que o cronograma de pagamentos do
programa segue com o fluxo normal.
O governo federal não faz pagamentos diretos para as construtoras. O
recurso liberado pelo ministério é repassado para os bancos parceiros do
projeto, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, que efetuam o pagamento
dos empreendimentos. Segundo a Caixa, mais de 56 mil habitações sociais
estão sendo financiadas em todo o estado através do programa, mas o
banco disse que não está se posicionando sobre os pagamentos. O Banco do
Brasil também foi procurado pela reportagem, e afirmou que cada projeto
tem um processo independente, com cronograma próprio, e que não havia
informação sobre atrasos nos pagamentos.
Segundo o empresário e vice-presidente do Sinduscon, Alex Carvalho, a
situação pode prejudicar até o pagamento da última parcela do 13º
salário dos funcionários das empreiteiras, que vence nesta sexta-feira
(19). "Tenho dois empreendimentos com quatro faturas pendentes com a
Caixa. Fizeram apenas o pagamento de uma fatura. E eu tenho que dar
graças a Deus, porque tem gente que não recebeu. Tem pagamento de 13º
salário, e as empresas não tem para onde correr. É preciso buscar
capital, empréstimos, para honrar compromissos", critica.
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Belém (STICMB/PA) disse que não é de conhecimento da categoria que os pagamentos de 13º estejam ameaçados.
"É uma aflição muito grande. É um programa do governo em que as margens
de lucro são baixas, e os riscoss altos. O único atrativo era a
liquidez, o pagamento em dia. Sem segurança, como é que eu posso pensar
em produzir, investir em tecnologia? Sem investimento não se viabiliza
obra. A gente teme pela continuidade do programa", pontua o empresário.
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