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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dilma reúne ministros para discutir o processo de impeachment

"Presidente está com com os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil)".

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff chegou cedo ao Palácio do Planalto, onde iniciou por volta das 9h da manhã uma série de reuniões com seus principais ministros políticos para discutir o impeachment, cujo pedido será lido ainda nesta quinta-feira pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Dilma discute a estratégia do governo com os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil). Logo mais, os líderes aliados na Câmara e no Senado chegam também ao Planalto para avaliar a situação. O encontro está marcado com Berzoini, mas Dilma deve participar.
Para enterrar o processo de impeachment no Plenário da Câmara, caso ele seja aceito numa comissão especial que terá de ser criada, Dilma precisa de pelo menos 171 votos.
Em pronunciamento ontem, a presidente disse que recebeu com indignação a decisão de Cunha de acatar o pedido de impeachment protocolado contra ela. Em referência indireta a Cunha, Dilma afirmou que não tem conta no exterior e que não pesam contra ela denúncias de práticas de atos ilícitos nem de desvio de dinheiro público. Segundo ela, são inconsistentes e improcedentes as razões que embasaram o pedido.
Feito pelos juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Flávio Costa, o pedido foi protocolado por líderes da oposição em outubro. O documento baseia-se nas pedaladas fiscais, que, segundo o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), se repetiram em 2015. Ao anunciar ontem sua decisão de abrir o processo, Cunha descartou que a medida seja uma retaliação e afirmou que a decisão é de "natureza técnica".
PETISTA VAI AO STF
O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirmou ao GLOBO que haverá um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do presidente da Câmara. Damous afirmou que as liminares concedidas pelo STF impediam Cunha de tomar qualquer decisão sobre o tema.
– Vamos ao STF porque não há um rito suficientemente definido para promover o impeachment devido às liminares do Supremo, então nenhum processo pode tramitar enquanto esse rito não estiver definido – disse.

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