Anapu
ESQUEMA DE DESVIO DE VERBA CONDENA Ex-prefeito e empresário
"O ex-prefeito de Anapu, João Scarparo, e o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin foram condenados ao pagamento de multa de R$ 3,2 milhões e à devolução de R$ 32,6 mil aos cofres públicos, mais juros. Scarparo foi condenado à perda do cargo público que porventura atualmente ocupe e teve os direitos políticos suspensos por dez anos, assim como Vedoin".
A Justiça
Federal no Pará condenou um ex-prefeito e um empresário denunciados pelo
Ministério Público Federal (MPF) por participação no esquema de desvio
de verbas da saúde conhecido por máfia dos sanguessugas. O ex-prefeito
de Anapu, João Scarparo, e o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin
foram condenados ao pagamento de multa de R$ 3,2 milhões e à devolução
de R$ 32,6 mil aos cofres públicos, mais juros. Scarparo foi condenado à
perda do cargo público que porventura atualmente ocupe e teve os
direitos políticos suspensos por dez anos, assim como Vedoin. O juiz
federal Pablo Zuniga Dourado também determinou que os dois condenados
estão proibidos de fazer contratos com o poder público pelos próximos
cinco anos.
Os condenados participaram de um esquema que
fraudava licitações na área da saúde em todo o Brasil, sobretudo na
aquisição de unidades móveis de saúde, ambulâncias, odontomóveis, entre
outros. Segundo a ação do MPF, entre os anos 2000 e 2006 “o bando logrou
fornecer mais de mil unidades móveis de saúde, com preço total em torno
de R$ 110 mil, para municípios de diferentes estados da Federação,
movimentando recursos públicos federais da ordem de R$ 110 milhões”.
Em Anapu, no sudeste do Pará, durante o
mandato do ex-prefeito Scarparo, o município firmou dois convênios com o
Ministério da Saúde para a aquisição de unidades móveis de saúde. O
Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), em auditoria
realizada no município para averiguar a execução dos convênios,
constatou a existência de um grande número de irregularidades nos
processos licitatórios, como a ausência de documentação referente ao
convênio na sede da prefeitura e improbidades no processo licitatório.
Além disso, o valor pago às empresas contratadas excede o valor de
mercado dos produtos, chegando a um acréscimo de até 49% do valor de
mercado pago. O empresário Luiz Antônio Vedoin afirmou, ainda, em
depoimento à Polícia Federal em julho de 2006, que em agosto de 2002
repassou R$ 3,5 mil a Scarparo a título de comissão por participação em
licitação fraudulenta para a venda de ambulâncias pelo Grupo Planam à
prefeitura local. Na época, o empresário apresentou como prova a cópia
de uma TED – Transferência Eletrônica Disponível, com uma identificação
manuscrita: “Volta Prefeito Anapu”.
Sobre o esquema no Estado, o empresário Luiz
Antônio Trevisan Vedoin afirmou, durante depoimento na Segunda Vara
Federal de Mato Grosso, que efetuou licitações fraudulentas e com o
conhecimento dos prefeitos à epoca nos municípios de Abel Figueiredo,
Águas Azul do Norte, Altamira, Anapu, Bagre, Bom Jesus do Tocantins,
Bragança, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Breves, Capanema, Dom
Eliseu, Floresta do Araguaia, Ipixuna do Pará, Jacundá, Moju, Monte
Alegre, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Oriximiná, Orilândia do Norte,
Pacajá, Palestina do Pará, Paragominas, Pau D’Arco, Placas, Piçarra,
Rondon do Pará, Rurópolis, São Félix do Xingu, Ulhanópolis e Viseu.
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