BELGRADO (AFP) – O médico turco Yusuf Ercin Sönmez, suspeito de envolvimento com tráfico de órgãos no Kosovo, declarou inocência, afirmando ter “todas as autorizações requeridas” para trabalhar em Pristina, em entrevista esta sexta-feira ao jornal sérvio Vecernje Novosti.
“Nunca participei de nenhum tráfico de órgãos humanos (…) durante a minha estada no Kosovo e nem durante a minha participação na clínica Medicus em Pristina”, declarou Sönmez, em entrevista por telefone com o jornal.
Sönmez, apelidado pela imprensa kosovar de “doutor Frankenstein turco”, aparece envolvido no caso da clínica Medicus, onde teriam sido praticados transplantes de órgãos, o que é proibido pela lei kosovar.
O médico, que esteve foragido durante anos, foi detido na noite de terça-feira em Istambul e foi posto em liberdade na quarta-feira, após ser interrogado. No entanto, pode ser processado, segundo fontes judiciais turcas.
A missão da polícia e da Justiça da UE (EULEX) em Pristina deve se pronunciar em breve sobre o eventual envolvimento por tráfico de órgãos de sete pessoas, entre elas Sönmez e um cidadão israelense.
Um relatório do suíço Dick Marty, membro da Assembleia do Conselho da Europa, implicou o premier kosovar em fim de mandato Hashim Thaçi em um suposto caso de tráfico de drogas realizado em prisões sérvios em território albanês, durante e após o conflito no Kosovo.
Em seu relatório, Marty diz que o caso da clínica Medicus está “estreitamente vinculado” ao do tráfico de órgãos sobre prisioneiros sérvios, pois se refere “em parte aos mesmos atores, tanto kosovares quanto estrangeiros”.
Sönmez também desmentiu qualquer participação no caso evocado por Dick Marty.
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