Pneus furados, demora e reclamação durante greve de ônibus, uma vergonha nacional
Rodoviários reivindicam reajuste salarial de
16%, acréscimo no abono salarial de R$ 70 para R$ 120 e melhores
condições de trabalho e segurança para motoristas e cobradores dentro
dos ônibus.
No primeiro dia de greve dos rodoviários em Santarém, oeste do Pará, a população precisou ter paciência. A reclamação de muitas pessoas é de que os 30% da frota de ônibus nas ruas não estariam sendo respeitados. Com os transtornos, foram os mototaxistas que mais lucraram, inclusive os clandestinos.
Alice dos Santos foi cedo ao Centro comprar peixe para o almoço. Era duas horas da tarde e ela ainda estava esperando o ônibus para voltar pra casa no bairro Ipanema. “Desde as 11 horas, e nada de esse ônibus vir”, afirma.
Em muitos pontos, como na Avenida Rui Barbosa, Centro, a demora superava 30 minutos. Nem mesmo os transportes alternativos, prometidos pela Prefeitura, passaram.
“Estamos com meia hora esperando. Eu saio uma hora [do trabalho para almoçar e tenho que voltar três horas”, reclama a passageira, Odenilsa Cardoso.
“Demorou muito para passar o ônibus. Até desisti”, lamentou uma passageira, que se cansou de esperar ônibus e resolveu ir de mototaxi.
Com todos esses
problemas, foram os mototaxistas que mais lucraram. Eles quase não
paravam nos pontos. Os clandestinos também aproveitaram a ausência dos
coletivos nas ruas para fazer o transporte de passageiros.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) diz que colocou
mais agentes para fiscalizar o transporte e coibir os clandestinos e
ainda alertou que o transporte alternativo, realizado por vans,
microônibus e táxis precisa de autorização e de uma placa de
identificação, que garante o livre acesso e segurança aos passageiros.
“Todos que se voluntariarem para contribuir nesse momento, deve passar
na secretaria, fazer o cadastramento, passar pela vistoria, porque
também queremos dar veículos seguros para a população. Não vamos pegar
qualquer pessoa que faça fretamento. Cada carro terá que ter afixado no
vidro dianteiro a permissão da secretaria”, informou a secretária
Heloísa Almeida.
Um dos transportes coletivos que faz a linha
Floresta/Prainha furou o pneu na Avenida São Sebastião e fez os
passageiros esperarem mais ainda. Outro, que faz a linha Castela/Centro,
teve o pneu dianteiro furado, segundo o dono da empresa, por grevistas.
“Vinha fazendo horário normal. Eles tinham autorizado para a gente
parar. Paramos para o almoço, e mandaram todo mundo descer e botaram na
roda”, afirmou o dono da empresa de ônibus, Jarbas Abreu.
O
prefeito Alexandre Von determinou, nesta segunda-feira (13), algumas
providências por parte da equipe de governo em relação à greve. A
Prefeitura solicitou à Justiça, em caráter liminar, que seja garantido o
percentual mínimo de 30% da frota em circulação.
Táxis estão
autorizados a fazer a modalidade taxi-lotação, cobrando R$ 1,90 dentro
do trajeto feito pelos ônibus. Vans, ônibus e micro-ônibus, estão sendo
autorizados também, mediante vistoria, para prestarem serviço de
lotação, enquanto durar a greve.
Os rodoviários entraram em
greve reivindicando reajuste salarial de 16%, acréscimo no abono
salarial de R$ 70 para R$ 120 e melhores condições de trabalho e
segurança para motoristas e cobradores dentro dos ônibus. O sindicato
das empresas do transporte coletivo alegam que só atenderão
reivindicações se a Prefeitura sancionar o aumento na passagem dos
ônibus.
Redação Notapajos com informações de Fábio Barbosa
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