segunda-feira, 9 de novembro de 2015

MP investiga fraudes de sobrinho do governador Jatene

O cerco começa a se fechar em torno do empresário Eduardo Salles, sobrinho do governador Simão Jatene e coordenador das campanhas eleitorais do PSDB no Nordeste do Pará. Na manhã da última terça-feira (3), promotores da área de Improbidade Administrativa do Ministério Público Estadual (MPE) e policiais militares realizaram uma operação de busca e apreensão em uma das empresas de Eduardo, em Castanhal: a ESalles Construções. O sobrinho do governador e o prefeito Paulo Titan estão sendo investigados pelo MPE por suposta participação em um esquema de fraudes fundiárias no município, incluindo a emissão de títulos de terras irregulares.
O esquema é tão pesado, que, no ano passado, o procurador de Justiça Nelson Medrado, que comanda as investigações, chegou a cogitar, em entrevista ao DIÁRIO, a necessidade de um recadastramento fundiário em Castanhal. Agora, no entanto, Medrado não quis falar à reportagem sobre a operação, já que as investigações se encontram em segredo de Justiça. Mas diversas fontes confirmaram ao DIÁRIO a apreensão de títulos de terras pertencentes a Eduardo Salles, que já prestou depoimento aos promotores.
O depoimento do sobrinho do governador durou cerca de 1 hora e meia. Eduardo teria se mostrado “surpreso e bastante contrariado” com a ação dos promotores. Teria até alegado que estava passando mal, devido a problemas de pressão. Além de Medrado, também participaram da operação a promotora Francys do Valle e oito policiais militares, que trabalham no MP. Mas o suposto esquema de fraudes em Castanhal não é o único escândalo a envolver o sobrinho de Jatene.
Em 2013, foi revelado que Eduardo Salles também era sócio na construção de um badalado loteamento em Castanhal: o Salles Jardins. Além disso, o DIÁRIO descobriu, no ano passado, que o loteamento Salles Jardins foi licenciado irregularmente pela Prefeitura de Castanhal. E tem mais. A ESalles Construções está envolvida em disputas judiciais pela posse de grandes áreas de terras, aparentemente destinadas a empreendimentos imobiliários, e que teriam sido adquiridas irregularmente.
VENDA SUSPEITA
Há mais de 3 anos -em abril de 2012 -, a ESalles pagou R$ 1 milhão por um terreno em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB). A venda é contestada pela Associação dos Funcionários do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), que afirma ser a verdadeira proprietária do imóvel.
Fonte: Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará

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