Uma equipe da Polícia Civil prendeu em Santarém, nesta terça-feira, com o apoio do Núcleo de Inteligência Policial(NIP), o advogado William Martins Lopes. Segundo trabalhadores rurais da regiao do Lago Grande, o advogado seria representante de setores do agronegócio e segundo eles, tentou extorquir os assentados com documentos falsos, adotando um discurso bolsonarista de calúnias contra ONGs e sindicatos. O Portal OESTADONET apurou a informação.
Os policiais deram voz de prisão a Willian quando o advogado chegava ao seu escritório, no bairro Santa Clara, em Santarém. Contra o advogado encontrava-se, em aberto, mandado de prisão expedido pela Comarca de Uberlândia, pelos crimes de falsidade ideológica e apropriação indébita. A comissão de prerrogativas da OAB se fez presente para acompanhar os procedimentos. O caso foi comunicado ao juízo criminal da Comarca de Santarém.
Para supostamente extorquir os assentados, o advogado é suspeito de estabelecer o valor de R$ 2,4 mil para prestação de serviços como “deixar a condição de assentado do Incra, deixar a condição de sindicalizado do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR), promover a titularização de sua posse, todas as medida (sic), deverão ser tomadas, extrajudicial e judicialmente”. Ou seja, acabar com a condição de assentados.
O STTR denunciou a conduta do advogado William Martins Lopes ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público do Pará, acusando-o de extorsão dos assentados, além de abrir uma representação contra ele na OAB de Santarém por violação de dispositivos éticos disciplinares. Em 10 de março, o MPF enviou um comunicado aos assentados alertando que é proibido negociar terras de assentamento.
Em março deste ano, Lopes, vestindo uma camiseta com a bandeira do Brasil, esteve em Vila de Curuai, onde seu anfitrião foi o pastor Jó Lima, bolsonarista e seguidor do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus. Lima foi candidato a vereador de Santarém nas últimas eleições pelo Cidadania, o antigo PPS (antes Partido Comunista Brasileiro), mas não foi eleito.
A região está na mira do governo federal. No dia 07 de abril, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visitou a região para vistoriar os 204 mil metros cúbicos, ou 13,6 mil caminhões de madeira ilegal apreendidos pela Polícia Federal em dezembro. O ministro relativizou a apreensão, dando sinais de que será possível liberar parte da madeira. O PSOL notificou a Procuradoria Geral da República sobre a investida de Salles.
A cópia de um contrato firmado entre William Martins Lopes e um assentado mostra o modus operandi da extorsão. Na documentação obtida pela Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (Feagle), o advogado estabelece o valor de R$ 2.400, que podem ser pagos em até doze parcelas mensais, para prestação de serviços como estes: “deixar a condição de assentado do Incra, deixar a condição de sindicalizado do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR), promover a titularização de sua posse, todas as medida (sic), deverão ser tomadas, extrajudicial e judicialmente”. Em outras palavras, acabar com a condição de assentados.
com informações O Estado Net
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