A travessa Rui Barbosa, situada no limite entre os bairros de Batista Campos e Cremação, em Belém, foi palco de uma cena de violência que chocou os moradores, ontem.
Ruan Carlos, um jovem de 18 anos, foi executado a tiros por um homem não identificado, supostamente um ‘justiceiro’, após ter sido supostamente visto, junto a um comparsa menor de idade, assaltando uma pedestre nas proximidades da praça Batista Campos.
De acordo com relatos de uma testemunha que preferiu não se identificar, o crime ocorreu por volta das 16h, quando os dois adolescentes, que estavam a fugir numa bicicleta, foram perseguidos por um carro de cor branca. Em determinado ponto da rua, o veículo interceptou os jovens, e um dos ocupantes saiu armado, com uma pistola na mão.
O menor de 17 anos conseguiu fugir, mas Ruan Carlos foi alvejado na perna, ainda tentando escapar.
Em um momento de puro desespero, o jovem ferido correu pela rua, batendo nas portas das casas e implorando por ajuda, mas os moradores, assustados, se trancaram em suas residências. “Ele bateu em algumas casas pedindo para abrir, para ajudarem ele, foi uma cena horrível. O assassino pegou ele, pediu para ele ajoelhar e deu cinco tiros nele”, relatou a testemunha, ainda abalada.
Após a execução, o assassino retornou ao carro, que deixou o local em alta velocidade, dirigindo-se em direção à praça Batista Campos. A brutalidade do crime, ocorrido em plena tarde de um dia comemorativo, deixou os moradores em estado de choque. Muitos estavam a confraternizar com suas famílias nas proximidades e foram surpreendidos pela violência extrema.
“Ele morava numa invasão aqui pertinho, era conhecido aqui da área. Por mais que ele tenha feito coisa errada, executar do jeito que foi, não ajeita o problema”, comentou um dos moradores, evidenciando a indignação e o medo que pairam sobre a comunidade. O relato destaca ainda o risco que outros jovens corriam, com várias balas disparadas em uma área onde crianças costumam brincar.
As autoridades foram acionadas, e após a conclusão dos trabalhos da Polícia Científica e do Instituto Médico Legal, a Polícia Militar capturou o adolescente que havia conseguido fugir. Ele foi encaminhado à Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), onde deverá prestar depoimento.
O caso levanta sérias questões sobre a crescente violência e a atuação de supostos ‘justiceiros’ em Belém, trazendo à tona o medo e a insegurança vividos pela população em meio a uma cidade que, cada vez mais, se vê envolta em episódios de justiça pelas próprias mãos.
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