Galvão se apresenta à polícia de Altamira
"A prisão ainda não foi feita, pois o delegado de Altamira não possui o mandado de prisão. Se Galvão fosse preso sem o mandado, poderia se configurar abuso de autoridade. Assim que a ordem for expedida, a prisão será feita imediatamente"
(Foto: Cezar Magalhães / Arquivo)
O fazendeiro Regivaldo Galvão, conhecido como “Taradão”, condenado pela morte da missionária Dorothy Stang, apresentou-se nesta tarde de terça-feira tarde à polícia de Altamira. O acusado aguarda a ordem judicial de prisão em sua própria casa, no município de Altamira, onde mora com sua família.
Segundo o advogado de Galvão, Jânio Siqueira, o acusado soube da ordem de prisão expedida pela 1ª Câmara Criminal logo após o julgamento, realizado na sede do Tribunal de Justiça do Pará, e se conformou com a decisão. "Ele ficou em Altamira na expectativa da decisão, mas quando o mandado de prisão saiu ele conformou e se apresentou espontaneamente à polícia", disse Jânio.
A prisão ainda não foi feita, pois o delegado de Altamira não possui o mandado de prisão. Se Galvão fosse preso sem o mandado, poderia se configurar abuso de autoridade. Assim que a ordem for expedida, a prisão será feita imediatamente.
O advogado Jânio Siqueira afirma que irá entrar com um recurso após a publicação da decisão. "Iremos entrar com um embargo de declaração no Tribunal de Justiça do Pará para questionar algumas contradições que ficaram bastante salientes nesse decisão. Depois encaminharemos à Brasília, perante o Superior Tribunal de Justiça", revelou o advogado. A declaração deverá ser publicada em até 10 dias.
O CASO“Taradão” é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em 2005. Condenado a 30 anos de prisão, Galvão tentava anular a sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, proferida em abril de 2010.
Os demais condenados estão presos. São eles: Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado a 30 anos de prisão; Rayfran das Neves, o Fogoió, condenado a 27 anos; Clodoaldo Batista, o Eduardo, condenado a 17 anos; e Amair Feijoli, o Tato, sentenciado a 27 anos.
Defensora dos direitos de pequenos produtores rurais da região de Altamira (PA), área de intenso conflito fundiário, Dorothy Stang foi morta com seis tiros em fevereiro de 2005, na cidade de Anapu (PA).