Há uma discussão quase interminável sobre os riscos do bolsonarismo para a democracia brasileira e sobre o quanto as instituições democráticas têm sido capazes de pôr freios aos abusos do atual governo. E há bons motivos para isso, tendo em vista o autoritarismo professo do presidente da República e de muitos de seus auxiliares e apoiadores.
É no contexto desse debate que se inscreve a análise de meu colega de FGV Carlos Pereira, em sua coluna do Estadão do dia 10 de janeiro último, sobre o que para ele seria o caráter fantasmagórico dos perigos de um segundo mandato bolsonaresco para o o regime hoje vigente no País. Segundo Pereira, a reiterada contenção do autoritarismo presidencial durante este primeiro mandato, ilustrada por diversos episódios em que ele teve suas ações bloqueadas ou corrigidas, demonstraria que não há riscos de uma inflexão autoritária se porventura Bolsonaro vier a ser reeleito.