Caminho da ilegalidade
915 toras de madeira ilegal no rio Curuatinga, é apreendida pelo Ibama
Agentes ambientais chegaram de helicóptero em uma área isolada na floresta, e flagraram os madeireiros em atividade
O Ibama desarticulou uma grande exploração ilegal de madeira, esta
semana, às margens do rio Curuatinga, a cerca de 150 km de Santarém, no
Oeste do Pará. Os agentes ambientais chegaram de helicóptero ao local,
uma área isolada na floresta, e flagraram os madeireiros em atividade à
luz do dia.
Na ação, o instituto apreendeu 915 toras de madeira de alto valor
econômico — como maçaranduba, ipê e jatobá —, dois tratores e um
caminhão. Uma balsa com 70 toras também foi detida quando já estava
carregada para subir o rio e abastecer empresas na capital do estado.
A região do rio Curuatinga, segundo o Ibama, atrai extratores ilegais
de Santarém, Prainha, Uruará e Medicilândia em razão do escoamento
fácil do produto florestal pelo rio Amazonas até Belém, de onde as
madeiras mais nobres são exportadas para Europa e EUA.
“É uma região extensa, com acesso difícil por meio terrestre, mas são
as madeireiras da capital que financiam o crime ambiental aqui”,
explica o chefe da Fiscalização do Ibama em Santarém, Tiago Jara, que
coordenou a ação. Segundo ele, após sair da floresta, a madeira recebe
documentos fraudados (Guias Florestais) e já chega “esquentada” no pátio
das empresas.
Na área da extração ilegal, o Ibama localizou vários pátios de
estocagem espalhados na mata ciliar. De acordo com o chefe da
Fiscalização, as margens do Curuatinga serão monitoradas de helicóptero
até a retirada das toras apreendidas. A madeira será aplicada em obras
sociais, após a conclusão do processo de doação no Ibama.