“Santarém, Santarém da
Conceição / Do primeiro festival da canção..." Este trecho da música de
autoria do Mestre Laudelino Silva, revela a grande predestinação de Santarém, a
Pérola do Tapajós, pelos festivais de música popular. Porém a gente toma um
susto ao perceber que nos oito anos do Governo Maria do Carmo do PT, não houve
nenhum festival de música popular aberto ao público em geral.
Por Nelson Vinencci
Todos sabem que Cultura não é prioridade de nenhum governo,
pois não enche barriga de ninguém, além de dar muita dor de cabeça aos
políticos, pois artista é “pedichão”, reclama de tudo, quer tudo de graça e
adora criticar se algo deu errado, tudo o que a politica odeia, então política
cultural é coisa distante de qualquer prioridade de governo, e por ser segundo
plano não tem dinheiro para investimentos sérios.
Acompanhei o Governo petista da Maria do Carmo e apesar de
ser músico e compositor de festivais, tive que concordar com o Everaldinho,
Secretário de Planejamento do Governo Maria, que resolveu transformar os
festivais tradicionais de música popular, em um projeto mais interessante e
necessário, pois seria muito idiota da minha parte, ignorar uma atitude como
essa, que beneficiou justamente quem mais precisava.
O projeto Arte Na Escola que o PT implantou no município, foi
um sucesso absoluto. Entre os itens do Projeto, um contemplou os Festivais de
músicas nas escolas municipais, que revelaram astistas mirins das periferias,
mostrando para os santarenos uma nova realidade cultural - centenas de crianças
artistas, pobres sem nenhuma condições de incentivo para que demonstrassem seus
talentos, pois o Projeto veio como a salvação.
Fui jurado de uma finalíssima na Praça São Sebastião, chorei
ao me ver ali naquele palco na figura de meninos se apresentando, verdadeiros
artistas, titubeando nas armadilhas da arte de cantar e tocar, aprendendo e
descobrindo o que um dia alguns irão fazer definitivamente em suas vidas -, o
público vibrante torcendo pelos pequenos um espetáculo de cidadania e de
responsabilidade social, um sucesso.
Saí dali convencido de que não deveria ter festivais de
música popular para adultos, pois seria dinheiro investido em benefício de muito
pouca gente, artistas já consagrados e encaminhados na vida, diferente do 'Arte
na Escola', que vai na raiz da cultura, pegar o artista ainda aflorando para a
vida e lhe dar a chance de mostrar essa coisa inexplicável que nasce em muito
pouca gente deste mundão de meu Deus - a arte.