Dorothy Stang foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, próximo ao lote 55, da gleba Bacajá, no município de Anapu, sudeste do Pará. O caso, que teve repercussão internacional, ainda não foi concluído.
O ministro Cezar Peluso, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou o pedido liminar para a libertação de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, em Anapu. O STF ainda não liberou a íntegra do despacho do ministro.
Com a recusa, o julgamento do acusado acontece na segunda-feira (12). O juri foi remarcado porque o advogado de Bida, Eduardo Imbiriba não compareceu ao júri no dia 31 de março.
A defesa pedia a libertação de Bida, preso desde 12 de fevereiro, e o adiamento do júri.
Procurado, o advogado Eduardo Imbiriba informou que a equipe de defesa de Bida ainda não traçou nova estratégia para o réu. Ele declarou que a defesa está preparada para o júri, mas não confirmou a presença no julgamento marcado para segunda-feira.
Está é a terceira vez que Vitalmiro enfrentaria julgamento popular pela morte da missionária. Na primeira, em sessão nos dias 14 e 15 de maio de 2007, o réu foi condenado por decisão do Conselho de Sentença a 30 anos de reclusão. Como a pena foi superior a 20 anos, Vitalmiro teve direito a novo júri (benefício que ainda vigorava na legislação penal antes da reforma que eliminou essa possibilidade), e foi novamente a julgamento nos dias 5 e 6 de maio de 2008. Dessa vez, o acusado foi absolvido.
O Ministério Público e a Assistência de Acusação recorreram ao segundo grau do Judiciário paraense, requerendo a anulação do julgamento, alegando que a decisão foi contrária à prova dos autos. Em sessão da 1ª Câmara Criminal Isolada, do TJPA, realizada em abril de 2009, os desembargadores acompanharam o voto da relatora, desembargadora Vânia Silveira, anulando o julgamento de Vitalmiro.
O acusado impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça e conseguiu liminar para aguardar em liberdade, mas, em sessão do dia 4 de fevereiro deste ano, a Quinta Turma do STJ cassou a medida, determinando a sua prisão. Vitalmiro se apresentou à Polícia e permanece preso, aguardando a realização do terceiro julgamento.