Orley José da Silva |
As
unidades escolares da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Goiânia
receberam no começo deste semestre letivo os livros recomendados pelo Programa
Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC). Os
professores de cada disciplina escolhem entre livros de visão parecida, uma
coleção que lhes sirva de apoio durante as aulas nos próximos anos. Esta
escolha, no entanto, tem sido dolorosa para boa parte dos professores que se
sentem inconformados com a linha de doutrinamento político e ideológico das
editoras participantes deste Programa. Elas reproduzem, em seus livros, a compreensão
governamental sobre sociedade e educação que é de acordo com seus preferidos
intérpretes do marxismo e do relativismo filosófico. Pelo visto, o Governo tem
a escola como espaço privilegiado para empreender o seu processo de
subjetivação coletiva, que visa construir uma sociedade socialista,
secularizada e relativista.
Há
em alguns destes livros didáticos uma pretensa vontade de direcionar a formação
política do aluno quando textos e imagens divulgam programas sociais do Governo
Federal; exaltam conhecidas figuras políticas do socialismo brasileiro e
estrangeiro; relê períodos econômicos e históricos da nação; sublima nomes
importantes do Governo; ironiza partido político oposicionista e conhecidos
membros da oposição. Considerando que o próximo ano é eleitoral, pode-se
entender que a promoção de personalidades do Governo, da sua base política e do
modelo socialista e sustentável de governar, mesmo que implicitamente, tenha a
intenção de formar opinião política, partidária e ideológica na escola.