Eleições
"Caso isso aconteça, infiro que uma terceira via pode ser muito bem recebida por grande parte dos eleitores que estranharão a unidade entre partidos que até aqui travam uma guerra de acusações e nutrem um antagonismo visceral nos processos eleitorais que disputaram nas últimas décadas".
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Dornelio fala das expectativas das eleições em 2018 |
Cientista Político da DOXA Pesquisas, com mais de 25 anos de experiência e nome consolidado no mercado, Dornélio Silva afirmou em entrevista a O Liberal, que as eleições de 2018 já começaram e diferente do que se comenta nos bastidores, não há ninguém com vitória garantida. Instituto de pesquisa que mais se aproximou do resultado das últimas eleições do Pará (2014 e 2016), a empresa tem sido convidada para traçar Planejamentos Estratégicos e para isso foi criada a DOXA Inteligência, setor que reúne uma equipe de profissionais especialistas em processos de organização e marketing eleitoral, inclusive o webmarketing, ou marketing de relacionamento. Ao comentar o recente encontro entre Zenaldo e Helder, Dornélio alerta que o eleitor pode não receber muito bem a aliança que foi ventilada após o inusitado encontro entre adversários que travam disputas viscerais.
- Segundo pesquisas da DOXA, o candidato a prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), dois meses antes das eleições tinha a maior taxa de rejeição e tinha em média apenas 6% da preferência do eleitorado da capital paraense, mas acabou eleito no segundo turno. Como você avalia esse fenômeno?
Havia três competidores fortes, Zenaldo, Edmilson e Eder Mauro. Eder Mauro vinha liderando as pesquisas de intenção de voto, pois em 2014 foi eleito como o deputado federal mais votado do Pará, com 265.983 votos.
Em estudos feitos pela DOXA, descobrimos que mais de 40% dos votos de Eder Mauro vinham de Zenaldo, que a dois meses das eleições apresentava baixa intenção de voto e carregava alta rejeição. Eder Mauro disputava o mesmo eleitorado de Zenaldo. Eder isolou-se, perdendo força e confiança. Ao iniciar a campanha eleitoral gratuita no rádio e na TV, estes votos de Eder começaram a migrar de volta para Zenaldo.
Então, diria que o fator Eder Mauro e uma comunicação bem feita foram os principais ingredientes que levaram Zenaldo à vitória. Mas, devemos lembrar que Edmilson Rodrigues teve um mal desempenho nos debates e diversos erros na sua estratégia de marketing eleitoral.
Sem entrar em muito detalhe, posso lembrar rapidamente do “salário razoável”, em contraste com o voto de pobreza que o candidato do PSOL tanto exaltava.
- Pelas mídias sociais, muito se comentou sobre o apoio do PMDB e do PT ao candidato do PSOL. Até que ponto você avalia o impacto dessas notícias virais, na tomada de decisão do eleitor?
O PSOL no segundo turno, quis, digamos, esconder o apoio do Jader Barbalho e do seu partido. Edmilson chegou a dizer que tinha o apoio do professor Maneschy, mas não do PMDB. Tal comportamento era explicado pela noção que o PSOL reconhecia a forte rejeição do PMDB e de seus líderes na região metropolitana de Belém. Além disso, a propaganda tucana reforçou a lembrança de que Maneschy era o candidato do Jader Barbalho.