Quando se morre um artista conhecido por uma legião de fãs que você nunca ouviu falar, para saber o que aconteceu e conhecer mais sobre ele, certamente recorrerá ao Google digitando pelo o nome.
Logo que digitei na barra de busca o nome Teodorico de Santarém, encontrei apenas uns cinco tópicos, todos escritos em poucas linhas noticiando sua partida.
Não tinha mais nada sobre Teodorico da segunda página de buscas para frente.
No YouTube muito menos, quase não encontramos nenhum vídeo do ator e contador de piadas do cotidiano caboclo amazônico.
Talvez seja, por que Teodorico não tinha o hábito de se conectar com o mundo virtual.
O amor dele, ainda permanecia enraizado na mídia tradicional, rádio e televisão.
Seu último trabalho para televisão foi a gravação de um comercial de festa junina.
Ele narrava com emoção o texto da promoção, era detalhista e queria fazer bem feito.
Pedia perdão pelo timbre vocal já prejudicado, devido ter sofrido um AVC no início de 2021. Algumas palavras não davam para entender perfeitamente, depois de muito tentar, conseguiu ainda emplacar mais um trabalho como ator humorista.
Descoberto por José Ibanês, um locutor caipira, levou Cleodovéu Corrêa Santos, seu nome de batismo, para o rádio santareno.
Teodorico, não era só um bom contador de piadas para o ouvinte ribeirinho da várzea, era um ótimo roteirista e ator de cinema.
Muitos dos amigos e principalmente sua família guarda, arquivos jamais vistos aqui na sua tela virtual.
Produzia seus projetos audiovisuais aos troncos e barrancos, pelo mundo abaixo, remando por rios e lagos deste ricão que o consagrou como o terapêutico de belos sorrisos.
Teodorico, tinha poucos patrocinadores que os apoiavam com os altos custos de suas produções. Chegou até comprar uma câmera, para que sua esposa filmasse seus programas.
Acredito que o maior legado e patrimônio do Teodorico foi ter nos deixado registrado para sempre suas histórias que jamais serão apagadas de nossas memórias.
Arquivos que um dia poderá servir para estudos e pesquisas de próximas gerações apaixonadas por comédias caboclas e bem roteirizadas pelo eterno Teodorico.
Quem te faz sorrir, te faz viver imensamente.
Por: Cristiano Santa Cruz
Amigo de Teodorico