“Mãe, eles me levaram para o mato, colocaram um saco preto na minha cabeça, atiravam próximo do meu ouvido, e me bateram muito, demais, veja como eu estou todo roxo, eu juro por Deus que eu não roubei nada”, contou a vítima Jelsivan Ferro Sousa, de 27 anos antes de vim a óbito.
Um fato que relembra os tempos da ditadura, quando as pessoas eram presas e dificilmente voltava para contar história. Jelsivan Ferro Sousa, de 27 anos, suspeito de ter furtado uma roçadeira é o personagem principal.
Ele foi preso na tarde do dia 01 de março, por volta das 16 horas, pelo IPC José Francione Bomfim Araújo, policial recém formado da PC(2018), e pelo cabo da PM de prenome Vander, do serviço de inteligência da PM.
Antes de vim a Óbito ele teve tempo de contar aos seus familiares e a namorada detalhes de como foi preso, levado para um matagal e espancado.
Famílias da vitina na delegacia de policia |
Em seguida, ele foi levado para um local, que segundo ele era um matagal. “Eu fui jogado no chão, e ele começaram a me espancar. Atiravam próximo do meu ouvido, me chutavam e davam socos em mim, na costa, na cabeça e na barriga. Eles queriam que eu falasse aonde estavam uma roçadeira. Mas, eu não sabia nada. E eles então me batiam muito”, contou a vítima a seus familiares.
Deitado numa cama, Jelsivan Ferro Sousa contou ainda que após ser muito espancado foi levado todo sujo para o pátio da delegacia, e lá lhe deram sabão e começaram a lhe jogar água no pátio com uma torneira. Disse ainda que o policial Vander teria dito: “toma banho vagabundo, e deu dois socos nele”.
Em seguida o próprio Vander foi levar ele numa moto próximo da casa onde prenderam ele, sendo a residência da namorado da vítima.
A mãe DESESPERADA chorou muito quando viu o filho todo ESPANCADO. E ele também começou a chorar, dizendo “mãe eles me bateram muito, demais, eu juro que não roubei nada, confie em mim pelo amor de Deus”, contou a mãe da vítima ao Blog do Xarope.
“Pensei que ia morrer no local. Deus me trouxe até aqui mãe, eles só não me mataram porque todo mundo viu eles me prenderem”, disse chorando a vítima, explicou a mãe.
Testemunha principal: Ana Flavia Poubel Dias, considerada como principal testemunha do caso, em áudio contou ao Blog do Xarope que os dois policiais foram quem levaram o jovem Jelsivan Ferro Sousa naquela tarde. E que os dois estavam numa Hillux branca(descoberto depois pelo Blog do Xarope que é de isso exclusivo da inteligência da PM), e que por volta das 18 horas o cabo Vander foi quem deixou a vítima as proximidades de sua residência.
Detalhes: Ouvir O Policial Civil gritando se ele era o carrapeta, e com arma em punho disse bem alto "vamos vagabundo" conversar ali comigo. Junto com ele estava o cabo Vander que colocou ele no carro e fechou a porta. Eu corri e fui avisar a mãe dele.
Por volta das 18 horas me ligaram dizendo que o “carrapeta” estava na minha casa. Quando eu cheguei lá vi ele todo batido, todo roxo, nariz sangrando e a boca toda cortada. “Eles deram vários tiros perto do meu ouvido. Me bateram muito. Eles queria que eu contasse onde estava a roçadeira.
Ana Flavia também contou que ainda deu banho no jovem e que logo comunicou aos familiares.
“Não tinha nada provado contra ele. Parece na época da ditadura, nos tempos que não tinha lei. Eles parece que queriam fazer justiça com as próprias mão. Os policiais com o homem(. Samuel) que acusou ele tem que pagar. Porque eles não levaram para delegacia para investigar”, disse um de seus familiares ao Blog do Xarope.
Família contradiz nota: Os familiares da vítima contradiz a nota da Policia Civil, e o classificou como mentirosa, indecente, e cheia de corporativismo para defender um policial bandido.
Eles querem criar fatos para tentar defender o criminoso, a vítima não pulou nenhum carro, eles tão todo errado. Agora é questão de honra que esses 2 bandidos sejam presos, e que percam a fada”, Argumentaram ao Blog do Xarope.
NOTA DE ESCLARECIMENTO SINDPOL-PA: O Sindicato dos servidores públicos da polícia civil do Pará- SINDPOL-PA, vem a público esclarecer o fato ocorrido com um servidor público policial civil na cidade de Rurópolis, tendo em vista esclarecer a realidade dos fatos ocorridos na localidade Cachoeira do Green, cidade de Rurópolis.
Após receber uma denúncia na delegacia de polícia de Rurópolis pelo senhor de prenome Samuel, acompanhado de uma outra pessoa. Relataram um furto de duas roçadeiras de sua propriedade. Segundo o denunciante Sr. Samuel, ele sabia onde e com quem estariam às roçadeiras furtadas de sua residência e, visando esclarecer os fatos, e dar uma resposta a vítima, após saber de todas informações repassadas pelo proprietário das roçadeiras Sr. Samuel, o policial que recebeu a denúncia na cidade de Rurópolis.
Dirigiu-se para a localidade informada pela vítima no intuito de deter o acusado " carrapeta" que estava com às roçadeiras furtadas. Devido o pouco contingente de policiais civis, pediu apoio a polícia militar.
Sempre primando pela oferta dos melhores serviços a população de Rurópolis os policiais foram até o endereço fornecido pela vítima, no deslocamento avistaram o acusado juntamente com uma outra pessoa em uma moto, imediatamente foi dado a ordem de parada para o veículo mas não foi obedecida pelo condutor.
Os policiais chegaram até a residência de "carrapeta" após muita conversa com ele e familiares que estavam na residência, "carrapeta" aceitou ir até a delegacia prestar esclarecimentos sobre o fato de estar sendo acusado de ter furtado às roçadeiras.
No deslocamento para a residência da vítima no km 06 da estrada da cachoeira do Green "carrapeta" que não estava algemado porque não estava preso, em um ato de total insanidade pulou da viatura em movimento.
Os policiais pararam o veículo e conseguiram lograr êxito em deter o acusado, pois ao pular do veículo em movimento, sofreu várias escoriações deixando o acusado bastante machucado. Após deter o acusado os policiais fizeram a condução de ”carrapeta” até a delegacia de Rurópolis, após o interrogatório o acusado foi liberado para voltar no outro dia porque os policiais não conseguiram chegar até a casa da vítima que fez às acusações ,por isso, teve que ser liberado para comparecer no outro dia quando a vítima que estava acusando pudesse estar presente para fazer o procedimento cabível e/ou resolver a questão e dar uma resposta a população daquela cidade.
O SINDPOL-PA, se coloca à disposição para todos e quaisquer esclarecimentos dos fatos ocorridos.
Major fala sobre mortes em Rurópolis: O Blog do Xarope ouviu o Major Joselde, comandante do quartel da Polícia Militar em Rurópolis, em relação aos dois acontecimentos que foram noticiários este final de semana, o espancamento do jovem Jelsivan Ferro Sousa, vulgo “carrapeta, envolvendo o cabo Vander, e a morte de “Abacate”, executado com vários tiros.
O comandante explicou que no caso da execução de Abacate, o mesmo já tinha sido alvo de investigações, e eram fortes os indícios da participação da vítima no mundo da droga. Porém, as ações da policiais não tiveram êxito para comprovar as práticas dele em fragrante. A morte dele vem sendo apurada, a polícia está trabalhando no intuído de descobrir o motivo e o autor ou autores do crime.
Sobre o caso que envolve o Cabo Vander, o comandante explicou que vem sendo conduzido conforme a lei requer. Ele já foi ouvido, deu os seus esclarecimentos, tudo documentados. Fato é que ele já foi afastado das funções externa, vai ficar prestando serviços dentro do departamento policial. O fato é que ele vai responder pelos seus atos, já que se encontrava na ocorrência.
NOTA DO BLOG DO XAROPE: O Blog do Xarope apurou que o IPC José Francione Bomfim Araújo, já foi afastado de suas funções em Rurópolis, e que seu caso já foi encaminhado para corregedoria da Policia Civil, e para o Superintendência da Policia Civil do Tapajós. E que ele, no ato que recebeu a denúncia não levou o fato ao conhecimento do DPC da Policia Civil em Rurópolis, e sequer ouviu a vítima que veio a óbito.
Por outro lado, Cabo Vander que também fazia parte do serviço de inteligência da PM, em Rurópolis já foi afastado das suas funções externa, estando na condição policial dentro do quartel da PM, até para resguardar sua integridade física, até que o processo ser concluindo, ou uma outra decisão do comando geral.
O detalhe final, é que segundo informações a Policia já teria o nome do autor do furto das duas roçadeira.
A denuncia feita ao policial não foi feito pelo proprietário da Roçadeira conhecido por Ismael e sim pelo irmão de prenome Samuel.
Jelsivan Ferro Sousa, de 27 anos, era inocente e foi enterrado.
O Blog do Xarope está apurando os detalhes do depoimento do PM, o cabo Vander, que segundo fontes teria dito que na hora do fato se encontrava dentro do Hospital Municipal de Rurópolis.
Exames do atestado de Óbito confirmaram a morte de Jelsivan Sousa Ferro por espancamento: Ele teve hemorragia interna, causando lesões de vísceras, no pulmões, no baço, e bexiga. |