Casado e pai de duas crianças, Lamego busca apoio nos amigos e na família para superar todas as diversidades deste momento de sua vida. O tratamento contra a doença não é simples e exige um custo muito alto, sobretudo para custeio com medicamentos e exames.
Origem - Estaetose-Hepática (gordura no fígado) é causada por uma alimentação irregular, falta de prática de exercício físico, noites sem dormir, estresse, entre outros aspectos. Esta doença não tratada causa a cirrose.
A Cirrose é uma doença silenciosa que se instala em determinado órgão do corpo humano, dificilmente é descoberta na fase inicial, seu diagnóstico se dá, na maioria das vezes, na fase final, ou seja, o órgão fibrosa ou necrosa, o que leva a vítima a entrar em processo clínico de ascite (liquido em excesso no abdômen), encefalopatia (perda de memória e coma) entre outras situações adversas como pressão arterial alta, derrames, palpitações, limitações na respiração, traumas e sequelas decorrentes ao avanço da doença.
Atual condição: Humberto Lamego atualmente se encontra licenciado de suas funções de servidor público do Estado, já que está com limitações das atividades laborais e das mais cotidianas como andar, fazer esforço físico e mental, etc. Para manter o fígado funcionando, ele segue criteriosamente as indicações médicas quanto aos remédios, além de manter uma alimentação mais saudável.
Ele foi internado no dia 19 de setembro do ano passado, porém, aqui não foi descoberta a doença. O servidor público então seguiu para Belém, onde lá a doença foi diagnosticada. Foi recebido no Hospital Porto Dias (Plano IASEP), onde permaneceu por alguns dias, entre inúmeras coletas de exames simples e complexos, fisioterapias, radiografias do tórax, ultrassom abdominais, tomografias e ressonâncias, pois o quadro era complexo e necessitava ser investigado de diferentes formas, pois de início não se sabia o que tinha ocasionado a cirrose, visto que ele não ingeria bebia alcoólicas, não utilizava sintéticos, ou qualquer droga ou química, então foram necessárias inúmeras coletas de sangue para descartar qualquer possibilidades de aquisição por vírus, ou qualquer outra contaminação descrita nos quadros hepatológicos.
Neste período ele teve um quadro muito complexo no qual foi diagnosticado a cirrose, a equitericia, a ascite, o derrame pleural, nódulos no pulmão, picos de pressão arterial alta, sintomas de diabetes, gastrite, esofagite, deodenite, pneumonia, uma complexidade de ferro no sangue ( além do normal para idade dele) e leptospirose.
Com o quadro de desidratação, encefalopatia e outras complicações da doença, Lamego foi novamente internado. Desta vez, foi parar na UTI, tendo inclusive ficado em estado de coma.
Após 02 meses de luta, entre entradas e saídas das internações, UTI, ele conseguiu atendimento com um médico Hepatologista especializado nesta área, sendo que o profissional realiza atendimento particular no valor de R$ 400,00 cada consulta, para fazer um panorama do que estava realmente acontecendo com o organismo dele, pois o HPD somente fazia o mesmo ficar estável e dava sua alta sem qualquer conduta precisa, alegando que o hospital não possui hepatologista em seu quadro médico. “Foi então que eu 'exigir' a presença de um profissional desta área para dar o suporte necessário para a situação que ele estava naquele momento, ou seja, uma avaliação especializada do caso para podermos tratar de forma adequada baseando nos resultados dos exames que já haviam sido expedidos, porém, muitos outros ainda não haviam sido laudados por conta do tempo e o médico se prontificou em assumir o paciente”, recorda Humberto Lamego.
Apesar de pagar o plano Iasep, o mesmo dispõe para todo o Estado, de apenas uma profissional hepatologista em seus quadros e que para consegui uma consulta anda-se "a luz de lamparina", visto que o índice de portadores de doenças gastrointestinal (incluindo os hepatopatas) é muito grande no Pará. Para continuar sua luta, foi necessário pagar médico particular e realizar exames.
Humberto Lamego continua sua luta pela vida, tentando sobreviver seguindo as orientações médicas e com o apoio da família.
“Não havendo outra alternativa, clinicamente falando, há riscos x benefícios neste procedimento, pois além da espera de um novo órgão que não sabemos o dia em que teremos essa bênção há também o fator rejeição, pois segundo as estatísticas de 100% que recebem um novo órgão, cerca se 15% vão a óbito em menos de 12 meses. Os sobreviventes tem que tomar remédio toda a vida para o corpo não rejeitar o novo órgão, mas se ele continuar deste jeito 85% não chegam a 3 anos de vida. Infelizmente em Belém não há transplante de fígado, por essa razão e após esgotarem-se toda e qualquer forma de tratamento aqui no Pará é que temos segui para Fortaleza (CE) em busca deste procedimento, e em vista disto, o médico laudou a situação e assinou o TFD (Tratamento Fora do Domicílio) para com auxílio do governo buscar um melhor tratamento. Já demos entrada do TFD no órgão competente local (SESMA/SUS) pois este é responsável pelo auxílio de translado (passagens) e o financeiro que gira em torno de R$ 49,00 por dia para o paciente e o acompanhante se manterem (transporte, alimentação, hospedagem...) enquanto estiverem oficialmente fora do domicilio em tratamento, neste caso em Fortaleza. Esse valor é apenas um auxílio e infelizmente não dará para custear tantas despesas, temos que ter o nosso próprio 'socorro'. No momento estamos aguardando chamada da Sesma, pois nos deram um prazo de 30 dias para nos dar uma resposta de liberação ou não do auxílio pois o mesmo é avaliado por diversos profissionais”, resume Lamego.
Para continuar nesta batalha, Humberto conta com o apoio de amigos e familiares, já que não pode mais trabalhar e até o transplante terá que sobreviver com muitas limitações.
“Esgotamos todas as nossas possibilidades financeiras, pois devido os onerosos descontos em folha referente a licença saúde e parcelas de empréstimos bancários, das quais realizamos para subsidiar as despesas nestes não temos nem como manter a família (aluguel, luz, água, alimentação, remédios, transporte, entre outras despesas eventuais), muito menos manter as despesas que teremos em Fortaleza no período do tratamento, pois a única fonte de renda é a dele, uma vez que não posso trabalhar fora e deixa-lo só com 2 crianças. Hoje esgotada as possibilidades de tratamento aqui em Belém, e pela falta de recursos financeiros, resolvemos pedir ajuda dos amigos, pois ao seguir para outra capital, entendemos que o salário que recebo e o auxilio do TFD não suprirá as despesas que teremos tanto lá em Fortaleza quanto a que já temos com nossa família, pois os recursos são limitadíssimos, mas Deus nos diz para continuar confiando porque Ele trará o alimento até nossa casa como levou, através de um corvo, o alimento até Elias”, finaliza.