Graciele Galvão, que era gerente do Banpará em Tucurui, sacou pessoalmente na agência de Goianésia um cheque da empresa Tec Lix, no valor de R$ 136 mil (veja acima foto do cheque e trechos de conversas no Whatsaap). A denúncia enviada a diretoria administrativa do Banpará complica ainda mais as investigações que apuram o assassinato do prefeito de Tucuruí, Jones William, executado em julho de 2017, quando vistoriava obras na área urbana do município.
O funcionário do Banpará, Alan Ribeiro da Silva, lotado na agência do Banpará de Goianésia do Pará, município situado a 70 quilômetros de Tucuruí, afirma que a ex-primeira dama de Tucuruí, Graciele Galvão, esposa do prefeito assassinado esteve no banco no dia 20 de junho de 2017, ocasião em que sacou um cheque de R$ 136 mil reais.
O saque foi realizado um mês antes da morte do prefeito. O cheque estava nominal a empresa tec lix, pestadora de serviços para a prefeitura de Tucuruí. De acordo com Alan Ribeiro, a ex-primeira dama, que é funcionária de carreira do Banpará, usou de sua influência como gerente do Banpará de Tucurui, para convencer a gerencia de Goianesia a autorizar o pagamento do cheque.
Em conversas de Wat Zap, Alan cobra de Graciele Galvão para que retorne ao banco para assinar o verso do cheque, uma vez que ela sacou valor de terceiro. No entanto, apesar de prometer voltar a agência, Graciele nunca retornou ao Banpará de Goianésia.
Corroborando a denúncia, Alan entregou a reportagem vários prints de conversas de Wat Zap com a gerente local da agência de Goianésia, onde o mesmo afirma que o banco não poderia pagar o cheque para uma pessoa que não tinha procuração da empresa. Um fato ainda mais grave é relatado pelo funcionário Alan. No dia em que Graciele Galvão fez o saque em Goianésia, as contas da prefeitura e da empresa estavam bloqueadas pela justiça a pedido do Ministério Público.
Tanto o prefeito Jones William quanto o empresário Alexandre Siqueira, eram investigados por chefiar um esquema criminoso que desviou milhões da prefeitura. Temendo ser responsabilizado pela operação fraudulenta, Alan enviou denuncia formal ao Banpará, com pedido de providências. Graciele Galvão atualmente faz parte do Conselho de ética do Banpará.
Em abril deste ano, uma operação da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Pará prendeu o ex-secretário de fazenda do município, Moisés Gomes Soares Filho, e o ex-presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Tucuruí (Ipaset), Firmo Leite Giroux.
Todos faziam parte do governo do prefeito assassinado Jones William. A operação, denominada Silere, tem como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, sendo os alvos principais os dois empresários acusados de desvios de dinheiro dos cofres da prefeitura de Tucuruí no dia da morte do prefeito Jones William e nos dias de luto.
Na noite do crime, quando o corpo do prefeito estava no IML, o Tokim do gestor foi usado para transferir mais de R$ 800 mil reais das contas da prefeitura.Nos três dias de luto decretados pela morte de Jones Willam, os saques e transferências continuaram sendo efetuados nas contas da prefeitura no Banco do Brasil e Banpará. De acordo com a advogada Denise Silva, na noite do assassinato do prefeito, a senha do gestor foi usada para fazer duas transferências: uma de R$ 400 mil, para a empresa F. Cardoso, e mais R$ 400 mil, operação de transferência entre contas.
No dia seguinte, data do velório, a senha do prefeito morto foi usada novamente autorizando a transferência de R$ 431 mil para a conta de Alexandre Siqueira, dono da empresa Tec Lix. No dia seguinte, 27 de julho, um dia após o sepultamento do prefeito, com a cidade ainda em luto, foram descontados da agência do Banpará de Tucuruí, um cheque de R$ 69 mil no nome da então contadora do município e outros dois cheques, cada um no valor de R$ 220 mil reais, totalizando R$ 440 mil reais.
O cheque teria sido assinado pelo prefeito morto, Jones William, e endossado pelo então secretário municipal da Fazenda, Moisés Gomes Soares Filho, cujo beneficiário seria o Instituto de Previdência Social de Tucuruí.
O Ver-o-Fato tentou falar com a viúva do prefeito, para ela explicar o saque na conta da empresa no Banpará, mas não obteve resultado. O celular dava sempre fora da área de serviço. O blogue aguarda as explicações.
Blog do Xarope via Portal Pará News.
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