Benício morreu após receber doses de adrenalina por via intravenosa, já Pedro Henrique, durante uma cirurgia na maternidade em Presidente Figueiredo
| (Foto: Reprodução) |
Manaus (AM) – Pais e familiares de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, e Pedro Henrique Falcão, de 1 ano e 7 meses, realizaram neste sábado (13) uma manifestação em frente a um hospital particular de Manaus para cobrar esclarecimentos sobre as mortes das duas crianças, ocorridas em atendimentos médicos distintos.
Benício morreu após dar entrada em um hospital da capital no dia 22 de novembro, com suspeita de laringite.
Segundo a família, durante o atendimento, a criança recebeu doses de adrenalina por via intravenosa, o que teria agravado rapidamente seu estado de saúde.
Benício apresentou sinais de choque, dor torácica e sofreu seis paradas cardíacas, morrendo na madrugada do dia 23 de novembro.
O caso é investigado pela Polícia Civil.
A médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, responsável pela aplicação do medicamento, são investigadas e já prestaram depoimento.
Ambas permanecem à disposição das autoridades.
Juliana Brasil chegou a obter habeas corpus que garantiu liberdade provisória, concedido em 27 de novembro de 2025 pela desembargadora Onilza Abreu Gerth, com base na colaboração da investigada, na ausência de risco de fuga e na inexistência de elementos para prisão preventiva naquele momento.
No entanto, nesta sexta-feira (12), o habeas corpus foi anulado por decisão da desembargadora Carla Maria Santos dos Reis, que entendeu que a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) não tinha competência para analisar o pedido. Segundo a magistrada, como a própria defesa apontou o delegado responsável pelo inquérito como autoridade coatora, o habeas corpus deveria ter sido apresentado inicialmente a um juiz de primeira instância, conforme prevê o Código de Processo Penal.
“Não foi narrado na inicial qualquer ato praticado por juiz de Direito que configure ilegalidade ou abuso de poder apto a restringir a liberdade da paciente”, destacou a desembargadora na decisão.
Com o novo entendimento, ficou derrubada a liminar que havia sido concedida durante o plantão judicial.
Apesar disso, Juliana Brasil segue respondendo ao inquérito em liberdade, já que, até o momento, não há pedido formal de prisão por parte da Polícia Civil.
A desembargadora também ressaltou que a defesa não apresentou provas de ameaça concreta à liberdade da investigada.
Conforme os autos, Juliana Brasil admitiu ter cometido um erro durante o atendimento, segundo documento encaminhado à polícia e mensagens enviadas ao médico Enryko Queiroz.
A defesa, porém, afirma que a declaração foi feita “no calor do momento” e sob forte abalo emocional.
A Polícia Civil aguarda o resultado das análises periciais e a realização de uma acareação entre as profissionais para esclarecer as circunstâncias da morte de Benício e definir eventuais responsabilidades.
Caso Pedro Henrique
Durante a manifestação, familiares também pediram justiça pela morte do bebê Pedro Henrique Falcão, de 1 ano e 7 meses, ocorrida no dia 11 de novembro, durante uma cirurgia na maternidade do Hospital Municipal Eraldo Neves Falcão, em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas.
A mãe da criança, Stefany Falcão Lima, afirma que o filho morreu após um erro na dosagem de anestesia.
Segundo o relato, ela acompanhava o procedimento no Centro Cirúrgico e presenciou o momento em que, após a sedação inicial não surtir efeito, o anestesiologista Orlando Calendo Ignacio Astampo teria aumentado a dosagem dos medicamentos.
Ainda de acordo com Stefany, o bebê apresentou queda na saturação, teve piora rápida do quadro clínico e morreu em seguida.
Nota do hospital
Em nota à imprensa, o Hospital Santa Júlia informou que recebeu a manifestação com respeito e solidariedade à família de Benício.
A direção afirmou que a perda da criança comoveu profissionais e reforçou o compromisso de colaborar com as investigações.
Segundo a nota, desde o início, a instituição tem colaborado integralmente com as autoridades, disponibilizando prontuários, documentos e acesso às equipes, para que o caso seja apurado com rigor técnico e imparcialidade.
Fonte : Portal Tucumã
Blog do Xarope via Portal Tucumã
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