sábado, 11 de fevereiro de 2017

Todo fruto é um resultado, ou um produto

 “O fruto do ESPÍRITO é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gal. 5:22, 23 NVI).

A ação do ESPÍRITO SANTO não produz frutos em nós, ou, por nós, mas produz um fruto só. É como qualquer árvore frutífera, cada uma produz seu fruto. O mais importante é que, em nosso caso, o fruto vem de uma característica especial, uma identidade resultante da intimidade ou comunhão com DEUS. 
Todo fruto é um resultado, ou um produto. Não é algo que se faz para DEUS, mas é algo resultante do que somos. Uma árvore frutífera produz seu fruto característico não só com a finalidade de alimentar as pessoas, e sim, para se reproduzir. Ela produz semente no fruto. 
Em nós não seria diferente. O que importa no fruto que devemos produzir por meio natural, pelo modo como somos, pela autenticidade de nossa relação com DEUS, é que esse fruto influencie outras pessoas. É como a semente que vai alcançando outros seres humanos. Ou, ainda, é como o testemunho, o que as pessoas veem em nós, ou, como influenciamos os outros. 
É por isso que o fruto que o ESPÍRITO produz em nós é composto de várias sementes, tais como amor, alegria, paz etc., como no verso acima. Essas são como sementes de influência com quem contatamos, levando à formação de um ambiente saudável, cristão, como é normal no reino de DEUS. 

 
Primeiro dia: A condição para produzir frutos
 
 
Temos em nosso terreno dez parreiras. Todos os anos devem ser podadas corretamente, para que lancem novos ramos. Os ramos, cada ano, tornam-se longos, e se não forem podados, produzem pouco, e cada ano, menos. Temos três variedades de uvas, cada uma com suas características. Todas muito gostosas. Então, quando chega a época, a parreira podada brota e logo lança os pequenos cachos de uvas. Sempre no início do ramo novo, nunca no seu final.
 
Nós somos semelhantes às parreiras. Nós somos os ramos, o Senhor JESUS é a parreira, e DEUS Pai é o agricultor. Ele é quem faz a poda, todos os anos. Nós, os ramos, nos tornamos muito longos, e precisamos ser encurtados para o tamanho adequado que dê frutos.
 
Interessante é que não é JESUS nem o Pai que dão frutos, somos nós. Cada um, como um ramo, produzindo diversos cachos bonitos de uvas. Mas sem estarmos ligados à parreira, JESUS, nada poderemos produzir. É no conjunto, JESUS e nós, que a produção boa ocorre. Ele disse: “sem Mim nada podeis fazer”.
 
O fruto do ESPÍRITO, que está em nosso caráter, só se manifesta se estivermos em CRISTO, portanto, se o ESPÍRITO SANTO atuar em nós. Será uma produção natural da ligação, ou intimidade, ou relacionamento nosso com JESUS. Assim como um ramo precisa da videira para produzir, nós necessitamos de JESUS para produzir boas obras e também para produzir o fruto do ESPÍRITO, que é o conjunto das características que identificam um cristão íntegro.
 

 
Segunda: O fruto do amor
 
 
Hoje, em primeiro lugar temos uma pergunta. Por que é “fruto” e não “frutos” do ESPÍRITO? Porque esse fruto compõe-se de um conjunto de virtudes vinculadas ao amor. O conjunto dessas 9 virtudes (amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio) formam um único fruto. Dessas virtudes, o amor é a principal, que domina sobre as demais virtudes.
 
Comparando, por exemplo, com uma maçã. Ela tem diversas, digamos, virtudes, ou, quem sabe dizendo melhor, propriedades. Essa fruta tem propriedades, tais como:
 
Produz dentes brancos e saudáveis
Desintoxicação
Diminui o risco de diabetes
Equilibra o intestino
Evita o mal de alzheimer
Fortalece o sistema imunológico
Torna os ossos saudáveis
Previne a catarata
Protege contra o câncer
Protege o coração e as artérias
Reduz o colesterol
Reduz o peso
Vitaminas: possui vitamina C, e as vitaminas do complexo B.
Leia mais http://www.mundoboaforma.com.br/14-beneficios-da-maca-para-que-serve-e-propriedades/#q140ieDsx2i3u0RC.99
 
A maçã tem essas propriedades todas, mas é um só fruto: maçã. Assim o fruto do ESPÍRITO é um só fruto, porém, tem diversas propriedades ou virtudes, são nove.
 
Dessas virtudes, o amor é a principal, pois é a característica identificadora de DEUS. Sabemos que DEUS é amor. Não se pode dizer que DEUS tem amor, mas que Ele é amor.
 
O amor é uma virtude universal, é o princípio do governo do Universo. É pelo amor que DEUS cria, mantém o que criou, elaborou o plano da salvação, JESUS morreu na cruz, e assim por diante. O amor é uma espécie de definidor de como DEUS age, é a norma de Seu caráter, e deve ser também a norma de nosso caráter.
 
Uma das coisas que o amor faz é unir. Por ele, um casal que se compromete em matrimônio, jamais se separará. A separação ocorre porque terminou o amor, ou, porque nunca havia amor. O amor é que faz existir um único DEUS, embora sejam três pessoas. Por isso é que não são três deuses, ou mais ainda, como acreditam os pagãos e os idólatras, que tem muitos deuses que supõe conflitar entre si. O amor mantém a vida pela eternidade. DEUS é eterno porque Ele ama. Pois é o amor que torna as outras oito virtudes um único fruto. Na maçã, há um gosto característico desse fruto; é ele que nos atrai mais fortemente. No fruto do ESPÍRITO, o amor é o gosto que nos atrai para DEUS, e para produzir o fruto do ESPÍRITO, ou quem sabe, dizendo melhor, para sermos o que esse fruto representa.
 

 
Terça: Alegria, paz e paciência
 
 
Como componente das virtudes do fruto do ESPÍRITO, temos a alegria. O oposto da alegria é a tristeza. Temos, como mais poderosa em lugar da alegria, a felicidade. O oposto da felicidade é a infelicidade.
 
A alegria pode durar um tempo e ser substituída pela tristeza. Por exemplo, quando estamos comemorando alguma coisa, isso nos deixa alegres. Mas se um tempo depois recebemos a notícia de algo ruim, com isso ficamos tristes. Suponha que receba a notícia de um querido seu que foi descoberto com câncer e que ele tem uns três meses de vida. Vai ficar triste.
 
Ficar triste não significa que deva se tornar um infeliz. Pode-se ser uma pessoa feliz e triste. A alegria e a tristeza são alternâncias sucessivas nesse mundo, por causa do pecado, mas quem tem a esperança da salvação, que sente as bênçãos de DEUS, nunca será um infeliz, embora possa ter momentos de tristeza. Essas virtudes vêm do fruto do ESPÍRITO.
 
A paz é algo que pode ser permanente como a felicidade. Estaremos em paz se estivermos com DEUS, ou, se o ESPÍRITO SANTO habitar em nós. Assim nos sentiremos seguros, saberemos que rumo tomar, o que fazer, o que valorizar, como nos relacionarmos com nossos semelhantes, como nos relacionarmos com DEUS, a quem dar prioridade, e assim vai. A paz é uma sensação de bem estar interior ou mental. Trata-se de um estado de espírito ou mental em que nos sentimos bem ao lado de DEUS. Não nos sentimos como pecadores, mas como pessoas em processo de salvação, transformação, santificação.
 
Por fim, para hoje, vem a paciência. Isso é o que falta muito nos dias de hoje, quando a pressa, os compromissos, a necessidade de atender prazos, o tráfego na rua, a agenda, as interrupções, quando a internet não funciona ou o computador se torna lento, quando o automóvel estraga, quando alguém não vem na hora marcada, quando algo dá errado, etc., lá se foi a paciência. Ou melhor, ela nem existia. Sabemos se temos ou não paciência quando dela necessitarmos. Mas paciência é uma particularidade dos cristãos, marca em todos os tempos. Vemos hoje muita injustiça e corrupção, e nos falta paciência para esperar pela justiça divina, que virá depois de mil anos após a segunda vinda de CRISTO.
 
Essas características do fruto do ESPÍRITO não são conquistadas por nós mesmos, senão não seriam frutos do ESPÍRITO. É Ele quem nos concede, de graça, porém, nós devemos cultivar uma a uma dessas características. E assim cada vez elas serão mais potentes em nós, e ficaremos cada vez mais aptos a sermos utilizados por DEUS para as Suas finalidades.
 

 
Quarta: Amabilidade, bondade e fidelidade
 
 
Temos hoje três atributos do fruto do ESPÍRITO para estudar: amabilidade, bondade e fidelidade. A amabilidade é um atributo de ser afável, terno ou delicado, educado, cortês, cordial, gentil, gracioso, obsequioso.
 
É o contrário de ser duro ou cruel com uma pessoa. Às vezes se deve ser duro, como JESUS foi. Se ler em Mateus 23, vai ver como Ele foi durão com os escribas e fariseus, que chamou diversas vezes hipócritas e serpentes, raça de víboras. Essas não foram palavras amáveis, mas bem duras, ao contrário do que Ele usou com a prostituta que queriam apedrejar. Assim Ele foi bem durão com Judas, que mandou que fizesse o que queria fazer. Assim, no passado, foi com o Seu povo, os israelitas, que em certas ocasiões foi durão a ponto de matar milhares deles. Quando alguém, na igreja, se presta a desencaminhar outras pessoas do caminho da salvação, a amabilidade não resolve, e sim, a firmeza e dureza, chegando até às vezes à exclusão do dito cujo. Porém, normalmente devemos ser sempre amáveis, inclusive com pessoas que erraram ou que erram, mas que estão propensas à mudança. 
E o que é a bondade, segundo os dicionários? É altruísmo, benignidade, clemência, indulgência, misericórdia, caridade, filantropia, humanitarismo, compaixão, piedade, magnanimidade, beneficência, santidade, longanimidade, humanidade, benevolência, brandura, mansidão, generosidade. 
A amabilidade e a bondade não são a mesma coisa, mas são atributos próximos, parecidos. Por exemplo, ser amável é tratar a pessoa com delicadeza, e ser bondoso é ajudar quem necessita. Portanto, esses conceitos andam juntos, só os amáveis ajudam, e todos os bondosos são amáveis. 
Por sua vez, o que é a fidelidade, ou lealdade? Tem a ver com obediência. Vejamos alguns sinônimos: zelo, dedicação, respeito, estima, consideração, integridade, honradez, honestidade, perseverança, firmeza, constância, veracidade, precisão, rigor, pontualidade, obediência, cumprimento. Resumindo esse conceito: é ser firme na obediência às leis, tendo zelo por elas, e não se afastando nem para a direita nem para a esquerda. 
Há um texto de Ellen G. White que descreve bem a fidelidade. Está no livro Educação, 56. “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” 
Existe uma palavra que avança para além da fidelidade. É fidedignidade, palavra poderosa. Significa alguém que é digno de confiança, verdadeiro, autêntico, tem confiabilidade e credibilidade. Trata-se de uma pessoa que, com o tempo, adquiriu tal confiabilidade da parte dos outros que ninguém mais duvida do que essa pessoa diz ou do que faz. É certo que ela será autêntica. É daquelas pessoas que não dorme direito enquanto não pagar o que deve, e jamais esquece de seus compromissos. É uma pessoa que não tem o costume de mentir, porque, com a primeira mentira, toda verdade posterior passa a ter possibilidade de ser mentira. Imagine uma pessoa com tais características em relação a DEUS. Jó foi assim, e JESUS muito mais. É nessa direção que o ESPÍRITO SANTO quer nos levar.
Quinta: Mansidão e domínio próprio 
Vamos a alguns sinônimos de mansidão: leniência, tolerância, brandura, suavidade, condescendência, humanidade, bondade, tranquilidade, sossego, suavidade, serenidade, quietude, doçura, brandura, amenidade, calma, paciência, docilidade. Ser manso é difícil em nossos dias, cada vez mais. Estamos num mundo desafiador, cheio de oportunidades para se ficar nervoso e perder a paciência. É o trânsito, as filas de banco, os consultórios médicos, a internet quando não funciona, as pessoas mal-intencionadas e assim vai. Já nascemos com tendência a não ser muito mansos, tendemos ao estresse com estímulos que provocam excitação emocional. Para piorar, aumenta cada vez mais a quantidade de pessoas ansiosas e pessoas com medo, por diversos motivos. Principalmente, no início do ano, aumentam os casos de depressão. Esses fatores contribuem para diminuir a mansidão e aumentar braveza ou aspereza. 
Cada vez se necessita mais de domínio próprio para cuidar da mansidão. E o domínio próprio é o mesmo que autocontrole, algo que está desaparecendo entre nós, humanidade. O que se vê são pessoas querendo satisfazer a si mesmas e não se importando com o que isso significa em relação a outras pessoas. Por exemplo, ligando som bem algo, de madrugada, atrapalhando o sono de outras, muito embora existam leis proibindo isso. Por mais elevadas que sejam as multas sobre dirigir bêbado, as pessoas continuam achando que elas conseguem. Torcidas de futebol não suportam pessoas que pertençam a outro time, e chegam até matar (como se houvesse alguma possibilidade do time delas existir sem os outros times e sem as outras torcidas). Jovens, principalmente, muitos deles, tem aversão à palavra autocontrole, e preferem outra palavra, alegria. Tudo o que os deixa alegres não pode ser controlado, ou, não deve ser controlado por ninguém.
 
Ainda bem que esses dois conceitos são frutos do ESPÍRITO, pois, se vivemos numa época de escassez deles, a fonte é divina, e podemos receber de cima, não por nossos esforços e dedicação.
 

 
Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
 
Tema transversal (anterior foco, porém, com o cuidado de fazer uma ligação entre os assuntos diários, sempre que possível)
O fruto do ESPÍRITO somos nós, o conjunto dos traços de caráter. Esse fruto é o nosso caráter e aquilo pelo que ele é formado. A lição de sexta-feira contém uma versão moderna de Gálatas 5:22 e 23, que é autoexplicativa do que vem a ser esse fruto. Em resumo, somos nós mesmos, porém, transformados pelo poder do ESPÍRITO SANTO. 
Aplicação contextual e problematização (aplicações possíveis dos assuntos aos cristãos na atualidade e identificação dos problemas que enfrentamos e indicativos de solução)
Para que tenhamos, cultivemos e produzamos o fruto do ESPÍRITO em nossa vida, precisamos dedicar tempo em comunhão com nosso Senhor, que sejamos o templo do ESPÍRITO SANTO e que Este nos santifique. Essa é uma das grandes dificuldades: decidir dedicar tempo ao que é realmente prioritário. A tendência é que tudo seja valorizado acima da habitação de DEUS em nosso coração.

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