terça-feira, 9 de julho de 2019

Polícia Federal faz devassa na casa de Valmir Clímaco e pede a prisão preventiva do prefeito itaitubense

PF fez uma devassa na cada do prefeito Valmir Clímaco de Itaituba
A Polícia Federal pediu a justiça federal a decretação da prisão preventiva do prefeito de Itaituba, Valmir Clímaco de Aguiar, dono da fazenda onde a polícia apreendeu, no domingo, 7, dois aviões com 583 quilos de cocaína e aproximadamente 200 gramas de skunk. Suspeita-se que a droga tenha vindo da Bolívia. Dois homens foram presos e três conseguiram fugir. Além da grande quantidade de entorpecente, ainda foram apreendidos um avião monomotor, um avião bimotor, uma caminhonete, uma pistola calibre 9 mm, dois fuzis AR 15 calibre 556, carregadores e munições, mira holográfica e luneta de precisão para uso em fuzil e rádios de comunicação. 
Mesmo com olhar desconfiado Helder Barbalho foi a Itaituba

Depois da apreensão da droga, os policiais federais fizeram uma devassa na residência do prefeito, onde foram apreendidos armas, celulares, dinheiro e computadores. A caminhonete apreendida na operação está no nome de um segurança de Climaco, identificado como Júnior. 
Na manhã desta terça-feira, o governador do Pará, Helder Barbalho, desembarcou no município para uma visita oficial. Helder abreviou a visita em 2 horas e cancelou alguns compromissos na cidade. O prefeito de Itaituba é correligionário de Helder. 

Só 8 municípios do Pará têm fôlego financeiro para andar com as próprias pernas


Município de Aveiro entre os 8 mais pobre do Estado do Pará.
Nem potências da mineração e da agropecuária têm suficiência financeira para sobreviver caso União, maior fonte pagadora, entre em colapso. Potencial de arrecadação própria é baixíssimo.
Em meio à discussão de criação de novos municípios, que volta e meia rouba a cena no Pará, o Blog do Zé Dudu fez um levantamento inédito com dados informados no 2º bimestre deste ano por 107 prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para checar o tamanho da dependência dos municípios às transferências de terceiros, como a União, madrinha maior da esmagadora maioria dos municípios brasileiros. Aqui no estado, a situação é crítica.

Das 107 prefeituras que entregaram balanço orçamentário referente ao período consolidado encerrado em abril deste ano, por meio do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), o Blog detectou que apenas oito conseguiriam sobreviver a trancos e barrancos sem que viessem de fora pelo menos 80% do que atualmente arrecadam.

Do total de municípios com informações declaradas, 74 (69%) sobrevivem com mais de R$ 9 de cada R$ 10 vindos de transferências como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). É o grupo financeiramente mais vulnerável à falência e que possui nomes de peso na produção de riquezas do estado, como Abaetetuba, Cametá, Bragança, São Félix do Xingu, Tucuruí, Tailândia e Breves, todos estes com mais de 100 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pobreza e penúria extremas
A situação é extremamente grave num conjunto de municípios que, não por acaso, estavam entre os piores do país no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 2010. Às vésperas da realização de um novo recenseamento demográfico, do qual serão extraídos os indicadores que vão compor o IDHM 2020, parece que nada mudou — aliás, até piorou, do ponto de vista fiscal — para Gurupá, Tracuateua, Aveiro, Inhangapi, São João de Pirabas, Melgaço, Porto de Moz e Chaves.
Do ponto de vista financeiro, esses oito municípios praticamente não existiriam não fossem Estado e União mantê-los. Em todos eles, mais de 98% do que entra nos cofres das respectivas prefeituras vêm de fora. A situação beira o abismo em Gurupá, onde 99,55% dos R$ 28,28 milhões arrecadados de janeiro a abril deste ano são oriundos de transferências.
Gurupá é, por causa disso e de muito mais, campeão no estado em afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no tocante à despesa com pessoal. Nos quatro primeiros meses de 2019, o município usou 83,93% da receita líquida no pagamento do funcionalismo, muito acima do que preconiza a lei (54% o limite máximo). A situação do município já havia sido alvo de reportagem aqui no Blog do Zé Dudu no final de maio (veja).
Tracuateua também enfrenta drama parecido. Além de ser um dos campeões em estourar a lei com folha de pagamento, o município recebe de fora 99,06% do que arrecada. A situação é delicadíssima e não há sequer opção de como mudar.
Largados à própria sorte pelo Estado e pela União, que financeiramente os sustentam, esses municípios não conseguem se tornar dinâmicos em áreas como agropecuária e turismo, as mais próximas de suas realidades. Em contraponto a prefeituras falidas, a pobreza prospera, de maneira que eles já concentram percentuais de pessoas de baixa renda mais que suficientes para colocá-los nas últimas posições do IDHM.
Os ricos também choram
Mas a dependência financeira não é exclusividade dos municípios mais pobres, ocultos nos rincões do Pará. Mesmo os lugares considerados abastados, como Parauapebas e Canaã dos Carajás, também seriam desmontados caso a União extinguisse, por exemplo, o pagamento dos royalties de mineração, que é ela mesma quem faz, por meio do recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) — recurso volátil que, embora possa findar-se com o esgotamento da atividade mineradora, acabou por criar dependência de quase todos os municípios paraenses com indústria extrativa em funcionamento.
Atualmente, as prefeituras de Parauapebas e Canaã faturam rios de dinheiro com royalties, mas sem dúvida ambas fechariam as portas caso o recurso acabasse. Seriam choro e ranger de dentes não só para a administração, mas também, e sobretudo, para a população que, em tese, é a beneficiária dos royalties em forma de serviços públicos.
Em Parauapebas, por exemplo, a dependência de recursos que passam pelas mãos dos governos estadual e federal chega a 86,55%. Dos R$ 437,62 milhões arrecadados no primeiro quadrimestre deste ano, R$ 378,75 milhões vieram de fora do município. Mesmo os royalties, aparentemente gerados no e pelo município, passam pelo crivo da União, que é quem faz a partilha após receber pagamento da mineradora Vale.
Matematicamente, a arrecadação própria do município, em um ano, mal daria para quitar um terço da folha de pagamento, estimada em R$ 502,9 milhões. Hoje, sem royalties de mineração e com uma cota “normal” do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Parauapebas arrecadaria praticamente o mesmo — ou um pouco menos — que Castanhal: cerca de R$ 400 milhões por ano.
Em situação de normalidade financeira, a conta não fecha: como um município que tem arrecadação potencial de R$ 400 milhões (como Parauapebas, sem contar royalties e outras pirotecnias) ostenta uma folha de pagamento de R$ 500 milhões? Em situação de colapso financeiro, até servidores concursados da capital do minério terão de ser fatalmente demitidos, uma vez que a situação atual, de conforto fiscal, não é duradoura tampouco se sustentará nos próximos anos. Para piorar, não há medidas socioeconômicas em Parauapebas que tentem minimizar os riscos de, no futuro, ficar sem o dinheiro que a prefeitura esbanja nos dias atuais.
Resultado de imagem para cidade de Santarem
Santarém faz parte de nomes importantes do Pará
Do grupo com entre 80% e 90% de dependência, além de Parauapebas e Canaã dos Carajás (83,57%), fazem parte nomes importantes como Santarém (80,92%, o menos dependente do grupo), Marituba (89,61%), Itaituba (82,86%), Redenção (82,71%) e Oriximiná (89,69%, o mais dependente do grupo)

Empresário é denunciado pela morte de mulher no centro de Paragominas

Marleide Franco Barbalho foi assassinada em Paragominas no Pará. — Foto: Reprodução MPPA pede processo e condenação pelos crimes de homicídio qualificado, porte ilegal de arma e "embriaguez ao volante".
O empresário Thiago Nunes Dias foi denunciado pela Vara Criminal da Comarca de Paragominas, sudeste do estado, do Ministério Público do Pará (MPPA) pela morte de Marleide Franco Barbalho.
A vítima foi assassinada com dois tiros no centro comercial da cidade, quando iria fazer exames no último dia 22 de junho. 
Segundo o MPPA, as informações do caso não indicam qualquer relacionamento entre o denunciado e a vítima. Thiago, de acordo com a denúncia, portava ilegalmente arma de fogo e dirigia um carro embriagado e sob efeito de cocaína.
A promotoria pede processo e condenação pelos crimes de homicídio qualificado, porte ilegal de arma e "embriaguez ao volante".
À Polícia, Thiago disse que adquiriu a arma usada no crime há cerca de dois anos em Imperatriz, no Maranhão. Imagens de câmeras de segurança foram analisadas pela Polícia. O vídeo mostra Thiago exibindo a arma em um estabelecimento comercial.
Após o crime, o acusado saiu do local dirigindo pela contramão em uma avenida, segundo as investigações. Ele foi encontrado na cidade de Aurora do Pará e foi preso pela Polícia.
Segundo a Polícia, Thiago estava sendo levado à comarca de Mãe do Rio pelo pai. Com eles, foram encontrados mais de R$2 mil, celular, documentos e outros objetos.
O MPPA informou que Thiago é dono de uma lanchonete localizada em frente à ótica onde a vítima iria fazer exames. Diversas testemunhas presenciaram o crime e reconheceram o acusado. Oito testemunhas foram convocadas durante o inquérito.