domingo, 4 de dezembro de 2011

Xaropada em tempo real
Por Hiromar Cardoso( Xaropinho)

MINHA OPINIÃO: Com um pouco mais de um ano de governabilidade, o prefeito de Rurópolis Aparecido Florentino da Silva, o popular Cabeça de CAPACETE parece que vai acabar seu mandato sem fazer NADA, nem mesmo uma PRIVADA como dizem os pobres e humildes agricultores desse município. Aparecido Silva está em seu sétimo ano de governo e já apontou seu possível sucessor. O nome é José Mário Barbosa, ex-vereador e ex-vice-prefeito deste município. Atualmente é funcionário da CEPLAC.
Na cidade o que se ver é um abarrotado de lixo que se mistura com matagal, além é claro de desmandos visíveis praticado pelo prefeito. A população não ver à hora de Capacete entregar o cargo. Nós somos suspeitos para falar. No entanto, isso não é perseguição é pura realidade!

REPÓRTER DE PÉESSIMA QUALIDADE
Fiquei decepcionado com a qualidade das reportagens apresentada por Cristina Serra, do JN no Ar da tevê Globo, que esteve na região para fazer cobertura do plebiscito em Carajás, Tapajós e Belém. Sem postura, e uma imagem terrível a repórter mostrou que parece que não aprendeu nada nos tempos que tem de rede nacional.  Cristina não mostrou nada que pudesse traduzir a realidade da luta do povo do oeste do Pará que busca a emancipação com a criação do Estado do Tapajós. Como em Marabá, a reportagem foca apenas a desgraça e os problemas menores e por total desconhecimento, da verdadeira história do separatismo nesta parte da Amazônia, a matéria ficou superficial e sem utilidade. Uma MERDA!
Em nenhuma das duas reportagens, Marabá e Santarém, o JN no Ar abordou sobre as melhorias que o povo espera dos novos estados. De maneira equivocada, mostra um Pará falido e sem solução. A grande razão de estar acontecendo o plebiscito, que é a única esperança do povo das duas regiões, Tapajós e Carajás, com a criação dos novos estados. Foi uma vergonha. Que pena que ela é Paraense!

Pastana na mira da justiça eleitoral

O prefeito de Belterra Geraldo Pastana volta às manchetes. Desta vez devido a processos pendentes. No segundo mandato obtido neste município,o gestor parece não está nem um pouco preocupado com a situação.
A porta de novas eleições municipais, ele já acena para lançar sua secretária de educação como pré-candidata. Além de Belterra, outros oitos municípios ainda vivem a insegurança jurídica de não saber qual será o prefeito que vai concluir o mandato. O saldo faz referência apenas ao processo eleitoral de 2008, que ainda está pendente de julgamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e não inclui ações que estão tramitando em outras esferas da Justiça Eleitoral ou dos outros tribunais. A expectativa do TRE é de que todos estes casos entrem na pauta de julgamento ainda este mês.
Além de Geraldo Pastana, o popular Risadinha, os outros prefeitos com mandato pendurado, segundo dados do TRE, estão os prefeitos de BRASIL NOVO, ALEXANDRE LUNELLI; Faro, Denilson Batalha Guimarães; Nova Timboteua, Antonio Nazaré Elias Corrêa; Quatipuru, Dênis Eugênio Cantanhede de Oliveira; Salvaterra, José Maria Gomes de Araújo; Santarém, Maria do Carmo Martins Lima; e São Miguel do Guamá, Márcia Maria Rocha Cavalcante.

CARA DE PAU
Regivaldo Pereira Galvão, condenado a 30 anos de prisão por ser o mandante da morte da missionária Dorothy Stang, em 2005, sem nenhum escrúpulo e na maior CARA DE PAU tenta através do Supremo Tribunal Federal (STF) revogar sua prisão preventiva decretada pelo Judiciário do Pará. Os advogados de Galvão consideram que há “absoluta ausência de fundamentação” na decisão expedida em setembro deste ano, quando o Tribunal de Justiça estadual negou seqüência à apelação e determinou a detenção do mandante do crime, que até então respondia aos recursos em liberdade. O TJ levou em conta o fato de Galvão ser o único réu ainda solto, a informação de que tem ameaçado testemunhas e a situação financeira confortável, que lhe permitiria sair do país a qualquer momento.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já negou habeas corpus a Galvão, que aguarda o julgamento por esta corte da apelação apresentada à condenação. Na minha concepção, TARADÂO como é conhecido tem que ficar uma boa temporada na cadeia para pagar pelo seu crime, e que aliás a justiça deve se aprofundar mais e investigar outros tipos de atos praticados por este “ CIDADÃO”.

TAPAJÓS JÁ
Diferente de outras regiões do Brasil, o governo da presidente DILMA(PT) tem sido ingrato com a população do Pará, principalmente as cidades que ficam na região Oeste do Pará. Exemplos de descaso como das estradas e vicinais que estão em completo abandono. A trafegabilidade é zero. É visível o sofrimento de colonos e caminhoneiros. Buraqueiras e imensas poças de lama fazem parte do cenário do dia a dia. É vergonhoso de ser ver tamanho absurdo. Uma situação de revolta, tudo aos olhos de nossos representantes que só fazem prometer e nunca cumprem. Os vereadores que deveriam ter sido eleitos para vigiar e defender o povo, também nada faz. Santo DEUS!

DRAMÁTICO
Uma outra situação idêntica é a situação da BR-163, a Santarém-Cuiabá que vai de mal a pior. E a cada dia que passa a coisa fica mais preocupante. O período chuvoso, apesar do inicio já vem provocando o aparecimento de enormes buracos que impedem a trafegabilidade de qualquer veiculo. Caminhões, ônibus, carreta e até mesmo carro pequeno, já estão sofrendo as conseqüências, quebra tudo. O 8º BEC, esse nem se fala, só tem feito capa.

Alfinetando
Fiquei injuriado em saber que o blogueiro Candido Neto é contra a criação dos Estados do Tapajós e Carajás. Funcionário do governo federal, aonde trabalha no INCRA, Candido edita tal blog conhecido por Língua Felina. O que sabermos é que o DITO CUJO é contra porque serve a políticos lá das bandas de Belém. Isso mostra que Candido parece que já esqueceu a vida sofrida que tinha no seu Estado do Ceará, aonde inclusive veio fugido a 5 anos da seca lá do nordeste.  Esse tipo de carniça a gente não vai aceita, pois aqui o “buraco é mais embaixo”.

Chama a policia!
!
Veja que absurdo, a prefeita recebendo diploma
É brincadeira como vem tratando alguns prefeitos à lei que proibi a nomeação de parentes para cargo de confiança. O Nepotismo tem sido a prioridade nas prefeituras da nossa região. O pior ninguém toma providencias, uma lei que dificilmente será banido do serviço público. Só para você ter uma idéia até parente já falecido estão recebendo, que o diga uma prefeita da região do pretenso estado do Tapajós. Como exemplo, cito o município de Novo Progresso, lá a lei do nepotismo é tratado como brincadeira de RODA. Ai para acabar de vez cidadões inesclupulosos acham de conceder a prefeita Madalena, Diploma(comprado)pelos bons serviços prestados a sociedade. Um absurdo, é brincar com a inteligência do POVO!

Em Itaituba
A ex-vereadora e ex-vice-prefeita Horalice Cabral é a pretensa candidata do PSB neste município. A candidatura de Horalice tem crescido ultimamente e vem de encontro a de outra mulher, a professora Eliene Nunes do PSD, que perde espaço junto do eleitorado feminino. Isso só fortalece a candidatura do prefeito Valmir Clímaco que fica de cadeira vendo tudo acontecer.

Ratões
O rombo feito pelos ex-prefeitos Leni Trevisan (Medicilândia) e Gandor Hage (Prainha e Almeirim) sem dúvida merece destaques, junto os dois fizeram uma devastas aos cofres públicos. Tanto Leni, quanto Gandor agora querem voltar à vida pública, o pior nisso tudo que os dois são fortes candidatos nos respectivos municípios. Gandor aproveita o fracasso administrativo de Sérgio Pigarrilho, enquanto que Leni a desastrosa administração de Ivo Miller. Uma aberração, um fato que não dar para entender.

Dupla da CORRUPÇÃO
Fiquei sabendo que dois prefeitos ficaram “tiriricas” da vida com algumas notas publicada nessa coluna, um deles, o mais revoltado pediu até para seu advogado me ligar, o outro só não me chamou de SANTO. Porém, os argumentos do jurídico não me convenceram, além de que o meu compromisso é com o leitor, e não com vocês. Agora, uma coisa é certa, seus dias estão contados, pois o povo pode ser burro, no entanto besta duas vezes, não e não. Aceito ser mala sim, só não ser tachado de ladrão! O recado está dado.  

A mercê da própria SORTE I
Santarém ainda é uma cidade tranqüila, com pouca violência e miséria, agora não dar para entender o descaso das autoridades locais com as poucas pessoas que perambulam pelas ruas da cidade, que se contar dar para usar os dedos. A praça da matriz é um dos locais que mais tem recebido visita desse tipo de gente. Isso é uma vergonha!        

A mercê da própria SORTE II
O que podermos analisar, é que as autoridades estão com os braços cruzados diante dessa situação vergonhosa. Todos sabermos que a Ação Social recebe uma dinheirama para que isso não aconteça. Fora isso, cadê as entidades sociais, igrejas e autoridades que calam diante dessa situação. “Será que nós no futuro não valemos nada”, ou será que só tem valor o combater a prostituição, o tráfico de droga e o desmatamento, aonde o dinheiro correm solto.     

XAROPADAS EM LINHA DIRETA**Em Medicilândia, o prefeito Ivo Miller (DEM) vem crescendo igualzinho RABO DE CAVALO, “pra baixo”. O seu governo esta tão em baixa que o próprio pensa até mesmo em não sair candidato. Isso acontecer Ivo estará sujeito a levar a maior surra da história da política desse município. ** Outra situação idêntica é do prefeito de Terra Santa Marcílio Picanço (PSD), qual já considerado o pior governo da história. O grande adversário do gestor é o ex-prefeito Adalberto Anequino (PMDB). A população vive dias negros, e já pede a volta do ex-prefeito*** O que vem existindo de fraude em licitações é brincadeira, o esquema é bem montado. Seria bom que o Ministério Público investigasse! *** Na cidade de Prainha, a revolta contra o prefeito Sérgio Pigarrilho continua, lá o homem não faz bulhufas. A cidade ta cheia de mato e buraco. Outra situação caótica diz respeito à saúde. Lá a coisa ta preta*** Uma enxurrada de denuncias chegaram ao nosso QG contra um prefeito da região da Calha Norte. Os fatos são gravíssimos, porém estão sendo analisados e investigados para que venham a ser publicados***Alguns políticos tem reclamados das notas publicadas em nossa coluna, inclusive com alguns mandando recados ameaçadores, tentando nos intimidar.  Porém, vamos continuar falando a verdade, do contrário respeito só teremos com nosso leitor, doa a quem doer*** Se eles pensam que isso me amedronta, está muito enganados, o jornalismo também tem que ser feito com coragem e audácia, e é claro com muita responsabilidade... Nesta segunda quando você estiver lendo essa coluna, eu estarei indo em direção a rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), e Transamazônica. Coitado de mim. Até terça-feira.   

SIM TAPAJÓS 77

LIRA MAIA: Choques econômicos e de gestão vão mudar cenário

"O Pará não vai ficar pequeno. Vai ficar do tamanho de São Paulo, a maior riqueza do país. Vai ficar com quatro vezes a área do Rio de Janeiro, a segunda maior riqueza do país".

(Foto: Jaime Souzza)
Choques econômicos e de gestão vão mudar cenário (Foto: Jaime Souzza)
Lira Maia: “Essa é uma ideia fantástica para desenvolver nossa região".
Presidente da Frente Pró-Carajás, o deputado federal Joaquim de Lira Maia, 59 anos, é um veterano do movimento separatista. “Dede que nasci”, diz a ser indagado sobre quando começou a defender a criação de outra unidade federativa no oeste do Pará.
Oficialmente, ele atua no movimento separatista desde 1995, quando assumiu o primeiro mandato como deputado estadual. Lira Maia ocupa pela segunda vez uma cadeira na Câmara Federal e já foi secretário de Estado de Agricultura e prefeito de Santarém - cidade que será capital do Tapajós, caso a divisão seja aprovada.
Maia diz que apenas quem é contra o Pará deveria votar não. “Essa é uma ideia fantástica para desenvolver nossa região. Todos deveriam ser a favor”. Confira entrevista dada ao DIÁRIO:
P: Que vantagens o senhor vê para a região do Tapajós com a divisão?
R: De imediato, a vantagem é que mais que se duplicará o Fundo de Participação dos Estados.
P: Essa conta feita pela campanha do sim tem sido contestada...
R: Tem sido criticada, mas essa conta é verdadeira até dezembro de 2012, enquanto não se faz uma revisão dentro do Congresso. Se ficar pior do que está hoje, o Pará sem divisão ficará ainda pior. E com três unidades ficará bem melhor. Então, imagine, se o FPE mudar para pior: é muito melhor ter três Estados, que terão três cotas, do que só um.
P: O senhor acha que só o aumento do FPE já justifica dividir o Estado?
R: Não, veja bem... Não queremos dividir o Estado. Queremos criar novas unidades, diminuir as áreas, encurtar distâncias, colocar governos mais próximos, investir em mais assistência à população. Com certeza, o reflexo disso é a melhoria da qualidade de vida da população. Então, não é um simples FPE. Vamos falar do “Bico do Papagaio” [refere-se à região no Estado do Tocantins], onde havia o maior índice de violência. Era um barril de pólvora há vinte anos. Há mais de 15 anos não se fala mais em “Bico do Papagaio”. É porque colocaram o governo perto, criaram um novo estado, dividiram os problemas e houve melhoria da qualidade de vida da população.
P: Não há alternativa para desenvolver a região que não a criação de um novo estado?
R: Há 40 anos o PIB [Produto Interno Bruto] do Tapajós é o mesmo. Desde a época do Magalhães Barata é o mesmo PIB. No balanço do Estado do ano passado, dos quase R$ 12 bilhões arrecadados, se gastou menos de 5% em todo o Tapajós. Foram R$ 502 milhões, sendo R$ 433 milhões de gastos com a máquina pública e só R$ 69 milhões foram investimentos. E olha que ano passado foi ano eleitoral. Os governos do Pará, e não estou falando apenas do atual, não têm recursos suficientes pra cuidar desse Estado como um todo. Quase 83% do dinheiro do Pará, do ano passado, foi gasto aqui [na Região Metropolitana de Belém]. Esse tratamento desigual não é porque esses governadores não gostam do Tapajós, não gostam de Carajás. A pressão é grande, o povo é muito, o Estado é grande e o recurso é pouco.
P: Toda fundamentação da divisão parece estar na redistribuição do FPE...
R: Não. Está na redistribuição do FPE e de outros adendos. Na hora que se injeta mais recursos nas grandes riquezas, no grande potencial que nós temos em Tapajós e Carajás, há tendência de gerar novos recursos. Não tenho dúvida do potencial adormecido que a região tem. Sem um choque econômico, dificilmente se gerará riqueza.
P: E os gastos com as novas estruturas administrativas?
R: Os gastos que vão aumentar são infinitamente menores que os benefícios. Pelos nossos cálculos, podemos chegar a uma receita de quase R$ 6 bilhões. São quase 12 vezes mais [refere-se aos gastos do Estado no Tapajós em 2010]. Imagina sua família receber um salário mínimo e passar a receber dez? Logicamente que vai melhorar a qualidade de vida dessa família.
P: Um dos discursos dos emancipacionistas é sobre o abandono, mas ao longo da história eles foram, em quase todos os momentos, aliados dos governos de plantão. Por que não se lutou para levar recursos para essas regiões?
R: Essa batalha é histórica. Na realidade, não estamos discutindo aqui governo. Os problemas é que são muitos. O Estado é grande e o recurso é pouco.
P: O discurso do abandono tem fundamento?
R: Esse discurso é mais em função do tamanho dos problemas do que do tamanho do Estado e do tamanho dos recursos, que são poucos. O Pará tem hoje 5,3 mil quilômetros de estradas estaduais asfaltadas. Só 127 quilômetros no Tapajós. No Tocantins são quase sete mil quilômetros. Quando ele foi criado tinha 200 quilômetros.
P: A criação do Estado do Tapajós é uma luta mais antiga e sempre teve até certa simpatia no Pará. Carajás já é uma luta mais recente e tem mais resistência. Foi uma boa estratégia juntar esses dois plebiscitos?
R: Nós não estamos discutindo região. Estamos discutindo uma estratégia de desenvolvimento do Pará. Naturalmente ia haver uma fusão, porque são dois grupos que defendem a ideia. Logicamente, a luta do Tapajós tem mais de 150 anos. É ainda do tempo do Brasil Império, quando se discutia a divisão territorial da província do Grão-Pará pra se construir o Estado do Amazonas. Naquele momento já foi sugerida a criação da província do Tapajós. É uma luta muito mais histórica, mas a ideia é a mesma [de Carajás]. A estratégia é a mesma, de choque de gestão.
P: Comenta-se que vocês se juntaram porque Carajás precisava da simpatia do Tapajós e o Tapajós precisava do dinheiro de Carajás...
R: Esse não foi o motivo da união. O motivo foi a ideia de ampliação da chance de melhoria da qualidade de vida do povo do Pará. Aliás, quem mais ganha nessa história é o Pará. Está provado. O novo Pará terá 85% do PIB industrial e mais de 85% das estradas asfaltadas. As universidades quase todas estão aqui.
P: O que o senhor diria aos cinco milhões de paraenses que vão ficar com apenas 17% do território? Por que eles deveriam votar no sim?
R: O Pará não vai ficar pequeno. Vai ficar do tamanho de São Paulo, a maior riqueza do país. Vai ficar com quatro vezes a área do Rio de Janeiro, a segunda maior riqueza do país.
P: O Pará vai perder Tucuruí, perder Carajás...
R: Pelo contrário, não perde. Tucuruí vai continuar em Tucuruí. Carajás vai continuar lá. O novo Pará vai ficar com a maioria da infraestrutura, a maioria do que já tem hoje em termos de riqueza, a maioria dos recursos do Estado. Quem tinha que ser contra a divisão era quem não morasse no Pará.
P: A maioria dos eleitores, 64%, está no Pará remanescente. Matematicamente, é quase impossível sair a divisão...
R: Não, eu não vejo por aí.
P: O senhor acha que tem chance?
R: Muita chance.
P: Qual é o cálculo que o senhor faz para ter essa esperança?
R: Matematicamente nós na região do Tapajós e Carajás vamos ter mais de 85% dos votos. No novo Pará, vamos ter mais de 30% dos votos. Se nós tivéssemos 25% já garantiria a vitória. E quem me garante que o sentimento do povo da zona bragantina, guajarina, salgado, Marajó é o mesmo sentimento do povo de Belém?
P: Se o sim passar não significa que os Estados serão criados. Vai ser enfrentada uma batalha no Congresso...
R: Esses projetos eram debatidos há 23 anos. Quando se fez a Constituição, por um voto não foi criado o Tapajós. Se o sim passar, vamos discutir uma lei complementar e eu tenho minhas dúvidas se os parlamentares brasileiros terão coragem de ir contra uma decisão do povo do Pará.
P: O que é que o senhor tem a dizer a quem afirma que essa divisão é só pra beneficiar meia dúzia de políticos que não conseguem se eleger governadores, senadores no Pará inteiro?
R: É meia dúzia de políticos também que está por trás do não. Essa é uma discussão superficial.
P: O separatismo é então um movimento de massa nas regiões de Carajás e Tapajós?
R: Com certeza absoluta e os resultados das urnas vão mostrar isso.
P: O que o senhor espera ocorrer no dia seguinte ao plebiscito, independente do resultado? Como curar essa ferida que vai ficar?
R: Nós temos que ter serenidade. Eu acredito muito no sucesso do sim e nós vamos precisar dos companheiros do Pará para nos ajudar na discussão desse processo em Brasília. O resultado que o povo der tem que ser respeitado pelos políticos. Nem há a necessidade de ouvir a Assembleia, porque ela seria ouvida se o plebiscito fosse feito apenas na área desmembrada. É o povo quem vai dizer. Temos que respeitar.
P: E se o não vencer?
R: No caso de Tapajós, ficará sepultado um sonho de mais de 150 anos.

NÃO

Celso Sabino: População não terá ganho algum com a divisão

(Foto: Jaime Souzza)
População não terá ganho algum com a divisão  (Foto: Jaime Souzza)

Acampanha eleitoral pelo plebiscito que no próximo domingo (11) ouvirá os paraenses sobre a possibilidade de divisão do Pará, para criação de novos Estados, está chegando ao fim. O presidente da Frente contra a Criação do Tapajós, deputado Estadual Celso Sabino (PR), assegura que tem plena convicção de que o não prevalecerá nas urnas e que o povo do Pará entendeu que a divisão não é a solução.
Casado, pai de dois filhos, auditor fiscal do Estado, doutorando em Direito Público, Sabino falou aos repórteres do DIÁRIO, Aline Brelaz e Márcio Souza, porque é contra a divisão. “Não é dividindo o Pará que vamos resolver os problemas que temos e que não são poucos. Temos que enfrentar essa condição com políticas públicas sérias que alcancem todas as regiões”, afirma Celso Sabino. Confira a entrevista:
P: Após a campanha nas ruas e na mídia, o que esperar do eleitor paraense nas urnas?
R: Com a propaganda na TV e rádio, estamos tendo oportunidade de chegar onde nunca havíamos chegado. Imagine os cidadãos que escutaram, como se fosse um mantra, durante anos, que dividir é a única solução para os problemas do Pará. Com os programas, temos a oportunidade de desmistificar, desfazer informações postas de forma incorreta, que não condizem com a realidade, com a verdade. Nossa perspectiva é que as vantagens possam aumentar, sobretudo nas regiões oeste e sudeste do Estado. É uma oportunidade de desfazer a falácia do FPE [Fundo de Participação dos Estados], de que se houver divisão haverá aumento de recursos.
P: Na verdade esse aspecto sobre como ficarão os recursos para os três estados ainda não ficou bem esclarecido para o eleitor...
R: Pois eu vou falar de forma bem clara. O site do STF [Supremo Tribunal Federal], desde o dia 24 de fevereiro deste ano expõe a Lei Complementar número 62/1989. É a lei que trata do Fundo de Participação dos Estados (FPE), onde de destina 21% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto de Produtos Industrializados (IPI), repartindo entre todos os Estados. A cota do Pará é de 6,11%, e os critérios para esta repartição foram apenas políticos. Não leva em consideração questões sociais nem número de habitantes, como dispõe o artigo segundo dessa lei. Qualquer cidadão pode acessar a lei e lá não há absolutamente nenhuma linha, nenhuma palavra sobre novas unidades, nova repartição do FPE.
P: Mas isso não é lógico? Se surgirem novas unidades, terá que ter nova repartição dos recursos...
R: A lei não prevê nada disso. Não há única linha que diga que o FPE será redividido ou mantida a cota do Pará para dividir aos três estados. As frentes que defendem a divisão do Pará estão apresentando cálculo totalmente fantasioso, irreal, sem base legal. Ninguém sabe nem de onde veio. Agora que estamos informando à população nos programas a verdade, eles estão muito preocupados. Os resultados já estão sendo constatados nas pesquisas, que mostram vantagem do não à divisão.
P: Sobre o FPE, o mais provável seria a redivisão?
R: O mais correto é dizer que não há prescrição legal de como ficaria a previsão do bolo da arrecadação do FPE. Redividir é improvável. Qual Estado vai querer perder receita? Por outro lado seriam três assembleias legislativas, tribunais de justiça e contas, palácios de governo, uma estrutura burocrática. Não estamos falando de novas estradas, hospitais...
P: Há realmente como provar para a população a inviabilidade dos dois novos Estados? Tapajós é um sonho secular do povo da região...
R: Estudos de economista do Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] comprovam a inviabilidade dos dois novos estados. Caso venham a ser criados, Carajás e Tapajós já nasceriam com déficit anual de cerca de R$ 2 bilhões. Seria irresponsabilidade nossa criar estados nestas condições.
P: Os argumentos dos separatistas falam de ausência do poder público, das políticas públicas nas regiões...
R: Temos muitos Estados grandes no Brasil que enfrentam essa mesma situação. Altamira é tão distante de Belém quanto de Santarém. Aqui na capital temos área como a Piçarreira, no Bengui, a Olaria, no Tapanã, carentes de tudo, inclusive de segurança pública. O problema não é só a distância. Temos um governo hoje preocupado com todas as regiões, tentando enfrentar essa realidade, esses problemas históricos.
P: Esses grupos políticos vão e voltam ao poder e não muda muita coisa no panorama social do Estado...
R: A falta de recursos é o grande problema para se desenvolver as políticas públicas no Pará. Por exemplo, com a Lei Kandir , o Pará perde R$ 1,5 bi por ano.
P: Por que o Pará não consegue mudar essa situação? Os grupos políticos locais não são tão influentes quanto os de outros estados?
R: Com este plebiscito o Pará está se unindo, mostrando sua força. Adversários políticos estão unidos em defesa da união do Estado. Estive recentemente em Abaetetuba, onde o processo eleitoral é marcado por disputas entre o PT e PSDB e conseguimos fazer uma grande plenária reunindo além do PT, PSDB, Psol e PSB. Tenho muita fé que ao fim desse processo vamos manter essa união em torno do Pará.
P: Qual é a solução para os problemas do Pará?
R: Nos perguntam muito isso nos debates. A primeira coisa que eu respondo é que a primeira solução é não dividir. Quem diz que pior do que está não fica está mentindo. Pior do que está pode ficar, sim.
P: Então que interesses teriam os que defendem a divisão?
R: Não podemos descartar os interesses políticos e econômicos. Existem nestas duas regiões algumas oligarquias, burguesias, que não conseguem obter poder político, apesar de ter poder financeiro. Com a divisão eles poderiam sonhar com este poder político. Mas, a população destas duas áreas não teria ganho algum.
P: Pesquisas dizem que mais de 30% dos eleitores destas regiões querem a divisão. Ou seja, não só as elites...
R: Imaginem morar em um lugar onde todos os dias um mantra diz: se dividir vai melhorar, com mais médico, hospital, mais escolas, mais policiais. Não há fundamento algum, não há estudos que comprovem isso, que aponte a viabilidade de divisão deste Estado. Estamos desfazendo essa ideia nos programas na TV e rádio.
P: Como eleitores, percebemos que o nível da campanha não é bom. A impressão que temos é que quando acabar essa campanha vai restar o conflito entre as regiões. É ofensa para todos os lados. Como vocês das frentes avaliam isso?
R: Não estamos ofendendo ninguém. Somos todos irmãos e estamos lutando pela melhoria de todo o Estado. O Pará vive um momento único, onde temos a oportunidade de mostrar o que queremos para nós. Somos um Estado com riquezas minerais, potencial hidrelétrico para construir a maior usina do mundo, com potencial de crescimento que nenhum outro estado tem. Acima do plebiscito temos que nos unir, todos para brigarmos juntos contra a Lei Kandir, por mais verbas para a saúde, educação, segurança pública. Eu assumo compromisso com os separatistas para vestirmos a camisa e lutarmos por todas as regiões, pela Transamazônica, Santarém-Cuiabá e outros grandes projetos fundamentais para o desenvolvimento do Pará.