ROMBO EM TRAIRÃO
Ademar Baú acusado de improbidade administrativa
O ex-prefeito é acusado de desaparecer com R$ 375,8 mil em recursos provenientes do Incra
O MPF denunciou Ademar Baú e o ex-tesoureiro municipal Gilberto Seben
por desvio de recursos que deveriam ter sido aplicados em estradas de
assentamentos.
O ex-prefeito de Trairão (PA) Ademar Baú foi acusado pelo Ministério
Público Federal (MPF) pelo crime de
desvio de verbas públicas e por
improbidade administrativa. As duas ações foram encaminhadas à Justiça
Federal na quinta-feira, 17 de maio.
Investigações do MPF apontaram que Baú desviou R$ 375,8 mil em
recursos provenientes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA). O ex-tesoureiro do município Gilberto Seben também é
acusado nas duas ações pelas mesmas ilegalidades.
Caso condenados, os ex-gestores podem ser punidos com dois a doze
anos de reclusão, pela apropriação ou desvio de verbas. Pela improbidade
administrativa, a pena pode ser de perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa e
proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios.
Em 2006, a prefeitura de Trairão fez convênio com o Incra para
construção de estradas para assentamentos localizados no município. Pelo
acordo, o governo federal investiria R$ 720 mil e a prefeitura entraria
com uma contrapartida de R$ 72 mil.
O INCRA depositou o valor combinado, mas a Prefeitura não. Além
disso, o ex-prefeito e o ex-tesoureiro municipal sacaram na boca do
caixa os recursos depositados pelo INCRA, o que é ilegal.
Instrução Normativa da Secretaria do Tesouro Nacional exige que a
movimentação financeira seja feita, exclusivamente, mediante cheque
nominativo, ordem bancária, transferência eletrônica disponível ou outra
modalidade de saque autorizada pelo Banco Central em que fiquem
identificados a destinação e o credor dos recursos.
A construção dos 47 quilômetros de estradas não foi completada. Cerca
de 10% dos trabalhos não foram realizados e não houve a devolução de
quase R$ 75 mil correspondentes os recursos não aplicados.
Além disso, os acusados apropriaram-se de R$ 300,8 mil do convênio,
e, para justificar a correta aplicação do recurso, tentaram enganar o
INCRA apresentando notas fiscais de pagamento de compras de combustíveis
que não foram consumidos nas obras, informou à Justiça o procurador da
República Cláudio Henrique Cavalcante Machado Dias, autor das ações.
“Nos contratos de locação das máquinas e veículos para construção das
estradas vicinais objeto do convênio, não há previsão de que o
fornecimento de combustíveis seria por conta da prefeitura, sendo de
responsabilidade das próprias empresas contratadas, razão pela qual as
notas fiscais e ordens de pagamento apresentados na prestação de contas
não se deram com recursos do convênio, e mais absurdo, dentre os
combustíveis supostamente adquiridos, consta a aquisição de 16,5 mil
litros de gasolina, mas os veículos e máquinas utilizadas na execução
das obras objeto do convênio não são movidos à gasolina”, observou o
procurador da República no texto das ações. Fonte: RG 15 e MPF.
POTOCA
Delta, Zé Dirceu e todo mundo fora da CPI.
"Cheiro de pizza ronda os corredores da Câmara Federal"...

Calabresa na rodela:Criada há um mês para investigar o empresário Carlinhos Cachoeira e seu relacionamento com autoridades como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), a CPI até agora não ouviu nenhum dos políticos envolvidos no caso. A CPI aprovou ontem 87 requerimentos, dos quais apenas um busca informações sobre a ligação entre Demóstenes e Cachoeira. "Não sei por que saio da reunião de hoje com gosto de orégano na boca", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O senador Pedro Taques (PDT-MT) afirma que a investigação está mais para "chapa-branca". No Congresso, ele afirmou que a comissão está "amarelando". É claro que este seria o caminho pra evitar o descaminho da casa cair e da República espocar.
Dedo da Dona Dilma: Um exato momento que ninguém anunciou mas todo mundo percebeu, soou um chamado DDD, o Dedo de Dona Dilma, para brecar determinados convites de inquirição. O acordo que engavetou os pedidos de investigação foi costurado, chuleado e esteticamente finalizado pelo toque feminino dela mesma, sabendo que a barraca poderá desabar. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tem orientado o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), alugando-lhe as orelhas, ações e reflexões. A ordem foi poupar a Delta, que tem dezenas de contratos com o governo federal e os Estados, em troca da não convocação do governador Marconi Perillo (PSDB-GO).
Devassa só a cerveja!
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP)
resumiu a ação: "Generalização cheira a devassa. (...) Precisamos andar
em caminhos seguros." A comissão decidiu restringir a investigação sobre
a Delta à sua atuação no Centro-Oeste, onde o diretor da empresa era
ligado a Cachoeira. O dono da construtora, Fernando Cavendish, não será
chamado para depor. Pedidos de quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e
telefônico foram barrados também. Cavendish é amigo do governador do
Rio, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), aliado do governo. A construtora tem
contratos com o Estado. Com isso, os trabalhos da CPI deverão ficar
limitados ao material que já foi levantado pela Polícia Federal.
Nas mãos da Polícia: A CPI quebrou os sigilos fiscal e bancário da Delta apenas no Centro-Oeste, de empresas de Cachoeira e de seus operadores. Vários deles já tiveram a movimentação financeira analisada pela PF. Foram engavetados requerimentos que pediam a convocação de Cabral e dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Cachoeira tinha pessoas de sua confiança em postos-chave nos dois governos, segundo o inquérito da PF. Parlamentares disseram que os pedidos de convocação dos governadores poderão ser analisados em junho. O ex-chefe de gabinete de Agnelo, afastado depois que sua ligação com o grupo de Cachoeira veio à tona, foi chamado para depor pela CPI. "Reuniu-se um grupo numa sala e decidiram quem vai morrer", disse a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). "Estamos convocando os bagrinhos."
Nas mãos da Polícia: A CPI quebrou os sigilos fiscal e bancário da Delta apenas no Centro-Oeste, de empresas de Cachoeira e de seus operadores. Vários deles já tiveram a movimentação financeira analisada pela PF. Foram engavetados requerimentos que pediam a convocação de Cabral e dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Cachoeira tinha pessoas de sua confiança em postos-chave nos dois governos, segundo o inquérito da PF. Parlamentares disseram que os pedidos de convocação dos governadores poderão ser analisados em junho. O ex-chefe de gabinete de Agnelo, afastado depois que sua ligação com o grupo de Cachoeira veio à tona, foi chamado para depor pela CPI. "Reuniu-se um grupo numa sala e decidiram quem vai morrer", disse a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). "Estamos convocando os bagrinhos."
Pizzaria Cachoeira
Os escândalos da relação da Delta com a
Petrobras, através da consultoria da alegria de Zé Dirceu, ficarão por
isso mesmo. A CPI instalada há um mês, pra inaugurar a Pizzaria do
Cachoeira, não terá meios de obter de Cavendish e da própria Petrobras
informações mais consistentes sobre como o jogo político levava
determinadas empresas a obter contratos na estatal no tempo em que
Dirceu e Gabrielli reinavam. A Delta passou a existir como empreiteira
de grande porte e alcançou o posto de maior fornecedora de serviços do
estado brasileiro no governo Lula Um "jogo político" que a CPI faria aos
brasileiros o enorme benefício de elucidar. Mas não fará. Segundo as
investigações da Polícia Federal e do Ministério Público que levaram
Carlos Cachoeira à prisão, o contraventor funcionava como captador de
negócios e lobista destacado da Delta Construções, com o dedo ligeiro de
Zé Dirceu. E aí, Zebedeu?