quarta-feira, 23 de maio de 2018

João Vicente Goulart, filho de Jango e pré-candidato pelo PPL à Presidência da República

“Temos que devolver ao povo brasileiro o que lhe pertence”
A Série Presidenciáveis da Rádio Som Maior FM e do Portal 4oito chega ao seu 12º entrevistado, trazendo os principais nomes na disputa à Presidência da República. Hoje foi a vez de João Vicente Goulart (PPL), filósofo e político brasileiro, filho do ex-presidente João Goulart. 
Ele falou sobre seus planos para o futuro do país, caso seja eleito, sobre a recente mudança de partido, do Partido Democrático Trabalhista (PDT) para o Partido Pátria Livre (PPL), e ainda sobre a atual situação econômica do Brasil.
“Partidos e políticas evoluem para posições que não são aquelas do começo da história. Hoje o PPL teve uma importante revisão sobre o trabalhismo e assumiu isso como uma ampliação de sua luta política e suas propostas para o Brasil. É importante dizer que hoje o PPL está com Brizola Neto, que veio para nossa agremiação”, contou.
O presidenciável revelou que deixou o PPL em 2017 por uma questão particular. Segundo ele, tudo aconteceu porque o presidente do partido, Carlos Lupi, manteve a sigla na base do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, após o mesmo vetar a construção do Instituto João Goulart.
“Seria a última obra do arquiteto Oscar Niemeyer, gênio brasileiro da arquitetura, para a composição do projeto arquitetônico do eixo monumental. O projeto demandava muita organização e a cessão de uso do terreno. Depois de sete anos no processo administrativo conseguimos a cessão de uso do terreno. E, para a nossa surpresa, o PDT apoiou o governador Rollemberg”, explicou.
Para Goulart, o Brasil vive um momento em que reconhece e resgata a memória e luta política de João Goulart. “Num momento em que o Brasil presta honras de chefe de Estado a ele, quando fizemos exumação e seus restos mortais chegaram à Brasília, com os militares prestando honras. Num momento em que tudo isso acontece no Brasil, o governador Rollemberg, apoiado pelo PDT, cassa pela segunda vez o presidente João Goulart. Eu disse: “e então, por gentileza, fique com o partido que eu fundei que eu fico com a memória de meu pai, que é mais importante”. E procurando alternativas encontrei no Pátria Livre uma disposição de resgatar o trabalhismo, regatar as políticas nacionalistas e as reformas de base”, disse.
O presidenciável diz que entrou no partido sem pretensão de ser pré-candidato, mas se sente honrado em encarar a missão. “Esta indicação muito me honra, porque é uma honra para qualquer brasileiro exercer o resgate e conduzir as reinvindicações do povo brasileiro”, comentou.
Propostas
Goulart explica que sua proposta é regatar o nacionalismo e essencialmente devolver ao Brasil a sua soberania. 
“Nesse tempo deste governo ilegal e ilegítimo, a velocidade da transferência dos direitos dos trabalhadores para os setores empresariais e financeiros é de tal ordem que assusta até aqueles que mais defendem o modelo de mercado. Não é mais possível um país que transfere R$ 400 bilhões para o sistema financeiro. Não temos como investir em educação, saúde pública e segurança”, esclareceu.
Ele defende que e chegada a hora de resgatar parte das reformas de base no Brasil. “A Reforma Agrária, hoje, tem que ser acompanhada de uma Reforma Agrícola e Fundiária para que possa integrar essa grande arte de cidadãos que moram nas periferias da cidade. 
Nós temos aí a Lei de Remeça de Lucros proposta em 64 e que as grandes empresas fizeram pressão para que não fosse aprovada. Temos empresas transferindo seus lucros no Brasil para suas matrizes e ficam devendo multas. Isso é uma sangria”, disse.
Sobre esquerda e direita, Goulart disse que, está denominação se justificava em 1964, quando o mundo era dividido apenas nestes dois polos. “Hoje a esquerda ou direita estão sendo provocadas por discursos de ódio no país. 
Em 64 a esquerda falava sobre domínio da União Soviética sobre o mundo, com uma economia de Estado. E os EUA defendia a economia de mercado. Nós brasileiros temos que respeitar a nossa Constituição. 
Nossa Constituição é de economia privada. Hoje não existe mais o modelo soviético. Somos um partido que defende a sociedade e a micro, pequena e média empresa. Defendemos que o lucro gerado palas empresas seja social. Temos que propor ao Brasil algo novo, nosso. Temos que resgatar e colocar sobre o nosso domínio os nosso minérios. Temos que ter uma visão mais Brasil, mais soberana. 
Queremos um Brasil de todos e não apenas dos que mais tem. Temos que resgatar a história do Brasil e devolver ao povo brasileiro o que lhe pertence”, afirmou.
Por Clara Floriano

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