Foram três flagrantes, num período de duas horas. Apreensões seguem preocupando a PRF
Num período de duas horas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 75,64 metros cúbicos (m³) de madeira ilegal, em Altamira. Ao todo, foram três flagrantes, todos no quilômetro 630, da rodovia BR-230 (Transamazônica), na madrugada desta quarta-feira (3). A frequência dessas ocorrências tem exigido cada vez mais preparo dos agentes da PRF. E também revela uma tendência de exploração ilegal de madeira na região.
O primeiro flagrante ocorreu por volta das 4h, quando os policiais abordaram um caminhão azul. Ao indagarem o condutor sobre a origem da carga transportada, o caminhoneiro informou que a madeira saiu e Guarantã do Norte (MT), com destino final na cidade de Nossa Senhora das Dores (SE). A rota que ele estava fazendo era quase mil quilômetros mais longa, mas ele disse que era mais vantajoso. A PRF desconfiou desse relato.
Rotas longas e suspeitas
"No que tange a esta informação, não se mostra razoável um transportador optar por um caminho muito mais longo, em estradas com pouca infraestrutura, em detrimento de uma rota mais curta e com estradas muito mais conservadas. Considerando isto, é bem provável, que a origem da mercadoria não tenha sido Guarantã do Norte, mas sim cidades mais próximas de Altamira, como Uruará e Medicilândia", informou o Núcleo de Comunicação da PRF.
A guia florestal apresentada pelo condutor não tinha a descrição correta, pois não apresentava o caminho a ser percorrido a partir do município de Novo Repartimento (PA). Os cortes da madeira serrada transportada não condiziam com o que estava descrito nas notas fiscais. Na medição técnica feita pelos policiais, chegou-se a uma quantidade de 22,8 m³ de madeira, enquanto as notas fiscais declaravam apenas 21.093 m³. Muitas irregularidades de uma só vez.
O segundo flagrante ocorreu às 4h30. O caminhoneiro também estava na rota Guarantã do Norte - Sergipe. Novamente, a rota descrita estava incompleta na documentação base. O emissor da guia florestal não possuía o cadastro de regularidade exigido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A carga era de 25,16m³ entre viga, caibro, ripa e sarrafo, divergindo da nota fiscal que apresentava 23m³ de madeira.
Às 5h50 foi feito o último flagrante. Um caminhão de cor branca. O motorista disse que a madeira era de Santarém (PA) e o destino seria Senador Canedo (GO). Em consulta ao documento de origem florestal, verificou-se que não havia a descrição completa da rota a ser percorrida, além de os perfis apresentados nas notas fiscais não se enquadrarem com os que realmente existiam na carga, num total de 27,68 m³ de madeira ilegal.
Todos os condutores dos caminhões foram detidos e liberados após a assinatura de Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Os veículos com as respectivas cargas foram apreendidos e disponibilizados ao órgão ambiental competente.
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