segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Um projeto engolido pelo descaso, e entregue ao abandono no meio da Selva Amazônica, uma xaropada do PT



Por Wilson Soares Especial para o Blog do Xarope
Símbolo da colonização, a Uzina Pacal vira um amontoado de ferro velho e coberto por um matagal
Um projeto que já foi símbolo da colonização da Transamazônica na década de 70 está, há mais de 10 anos, completamente abandono e entregue ao relento no meio da Selva Amazônica. Paralelo a abertura da BR 230, o Governo Militar, implantava a única usina de álcool e açúcar da região norte-nordeste, chamado de Projeto Agroindustrial Canavieiro Abraham Lincoln, mais conhecido como Usina Pacal. 
A cidade de Mendicilândia já teve bons momentos com o projeto
A usina foi construída em Medicilândia, sudoeste do Pará, depois que o Incra descobriu que a média de produtividade canavieira de Medicilândia era três vezes maior que a de Pernambuco, o maior produtor de cana da América do Sul.
Os dois projetos tinham como objetivo incentivar a vinda de pessoas de todas as regiões do país. Na época o governo doava casa, terra, dinheiro e emprego.  Em contra partida obrigava os colonos a desmatar 50% (cinquenta por cento) da área, para de fato ter direito aquele pedaço de chão. E quem morava próximo a usina era obrigado a plantar cana-de-açúcar, para garantir o funcionamento do projeto.

Inicialmente deu certo. A usina funcionou por quase três décadas e chegou a empregar 550 colonos e produzir anualmente 90 mil toneladas de açúcar e 1,8 milhão de litros de álcool, que eram vendidos principalmente para os estados do Pará e Amazonas, garantindo por um longo tempo a subsistência da população local.
Porém com o passar do tempo, o projeto fracassou devido a uma série de problemas e acabou virando um pesadelo tanto para os agricultores quanto para o governo, que resolveu privatiza-lo. A medida também não deu certo e acabou retornando novamente para administração publica, que sem solução resolveu desativá-la em 2001. Para os agricultores, restaram às últimas safras de cana-de-açúcar que se perderam no campo e as dividas que a maioria deles contraiu através de empréstimos feitos junto ao banco para manterem suas lavouras de cana que abasteceria o projeto canavieiro.
Os funcionários que trabalhavam na usina não tiveram outra opção a não ser retornar para seus Estados de origem ou procurar outro meio de sobrevivência na região. O resultando disso tudo, refletiu diretamente na economia local, que sofreu um grande abalo já que a usina  de cana-de-açúcar era a maior fonte de geração de empregos e rendas da região Transamazônica.
No entanto, a alta fertilidade do solo da região aliada aos bravos agricultores e produtores refez a historia do município.
Ao longo dos anos seguintes, Medicilândia refez sua economia com a produção cacaueira e a agropecuária. Configurando o município como maior produtor de cacau do Brasil. A nova cultura cresceu tanto que ganhou até as redondezas das instalações do prédio da usina, que hoje serve apenas de um belo exemplo da consequência de uma política de Reforma Agrária inoperante.
O desperdício impressiona, pois são máquinas pesadas, equipamentos e materiais apodrecendo sob a chuva e o calor implacável da Amazônia. A esperança deste povo que foi atraído e depois traído pelo próprio governo federal é que os Ministérios da Agricultura e da Reforma Agrária encontrem uma solução definitiva para esse projeto, que hoje podemos dizer que pelo menos serviu para reconquistar o território nacional como pretendia o governo Emílio Garrastazu Médici.
Por: Wilson Soares

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