Bastou a bola rolar para a equipe do Paysandu mostrar pegada e faro de gol. Remo não teve força de reação.
O Paysandu,
em campo, concordou com as declarações dos jogadores do Remo durante a
semana, de que no clássico não havia favorito. Partiu para cima do
adversário, que estava na liderança do Campeonato Paraense, fez dois
gols no primeiro tempo, administrou o período final e pegou de volta a
liderança do torneio estadual.
Até
ontem, antes do jogo no Mangueirão, o time azulino poderia até parecer
favorito, pois estava invicto, após quatro rodadas, e vinha embalado
pela liderança na competição, além de chegar ao primeiro clássico da
temporada sem desfalques.
No
entanto, a postura do Paysandu, mesmo sem sua estrela Pikachu, foi de
quem não vê o Parazão como prioridade no ano, mas também não o despreza.
Sem pressão, sim, mas totalmente ligado no jogo. A tranquilidade somada
à pegada e boa estratégia deu resultado logo. O Papão só precisou de 16
minutos de jogo para mostrar que a equipe pode fazer bons jogos e
evoluir. A vitória do Papão, por 2 a 1, foi uma promessa à torcida, que
andava desconfiada, e uma lição ao Remo, que apostava muito em suas
contratações supostamente superiores às do rival.
O
merecimento bicolor se deve também ao trabalho do seu treinador: o
técnico Mazola Júnior, que vinha sendo criticado por não repetir a mesma
escalação. Porque, quando a bola rolou, o treinador mostrou que soube
motivar o elenco bicolor e que estudou muito bem o adversário. O time do
Paysandu ainda está em fase de formação. Durante a semana, o treinador
teve dificuldades para escalar os 11 titulares. Mas a equipe foi
aguerrida até o fim. Marcou forte e jogou em velocidade com a bola nos
pés, explorando os contra-ataques e as "avenidas" abertas nas costas dos
laterais remistas.
O
volante Djalma (substituto improvisado de Pikachu), o lateral Airton, o
meia Héverton e o atacante Héliton foram os responsáveis por executar o
plano do comandante alviceleste. No primeiro gol, Djalma passou fácil
por Alex Ruan e cruzou para Héverton. O zagueiro remista Rogélio tentou
interceptar a bola, mas acabou desviando para a própria meta com a sola
do pé, matando qualquer chance de defesa do goleiro Fabiano. No segundo
gol, cuja jogada também surgiu nas costas de Alex Ruan, o velocista
Héliton, mesmo desequilibrado, lançou Lima na área. O atacante contou
com a desatenção do mesmo Rogélio, e dominou com o peito antes de tocar
na saída de Fabiano. Papão 2 a 0.
O
Remo, por sua vez, foi um time apático no primeiro tempo. A impressão
que ficou é de que a equipe azulina não se preparou bem para o jogo.
Mais uma vez, a presença de Athos ao lado de Eduardo Ramos deixou o meio
de campo remista sem poder de marcação e com muita lentidão na criação,
o que facilitou o sistema defensivo do Paysandu, que anulou bem as
investidas do Leão. Além disso, a falta de atenção na marcação pelas
laterais, especialmente sobre Héliton e Héverton, contribuiu para deixar
Charles Guerreiro em situação delicada. O nome do treinador, que já não
era unanimidade no Baenão, agora está seriamente ameaçado.
O time melhorou após a
saída de Athos e a entrada Zé Soares, que deu mais velocidade ao ataque
e marcou um belo gol logo no início do segundo tempo. Mas a entrada do
atacante foi puro desespero, e o treinador ficou com poucas opções para
mexer no time no segundo tempo. E mesmo com mais atitude e presença
ofensiva, o time remista não conseguiu aproveitar as chances criadas,
esbarrando nas defesas do goleiro Matheus - outro destaque do clássico -
ou nos próprios erros de finalização, como nas bolas de Ratinho e Val
Barreto no fim do jogo. No geral, por se tratar de um início de
temporada, quando os times ainda estão em formação, o Re x Pa agradou.
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