Uma nova frente de destruição ambiental foi descoberta no município de Uruará, no sudoeste do Pará, durante mais uma fase da Operação Curupira, que já atua há mais de dois anos combatendo crimes ambientais na região.
A cena encontrada na segunda-feira, 14, pelos agentes é alarmante: uma imensa área de floresta primária foi derrubada, com trilhas abertas em meio ao verde para facilitar o escoamento de toras retiradas sem qualquer tipo de manejo florestal ou autorização legal.O foco da ação foi uma vicinal localizada no km 40 da Rodovia PA-370, sentido Uruará–Santarém.
Cerca de 20 quilômetros dentro da mata, os fiscais se depararam com clarões de destruição, marcas evidentes da sanha predatória que continua a devorar a Amazônia.
Foram apreendidos 13,48 metros cúbicos de madeira em tora, um trator esteira utilizado para abrir caminho em áreas densas, além de equipamentos como engraxadeira, soprador, ferramentas e baterias — todos voltados à extração e logística do crime ambiental.
Sem qualquer apresentação de licença ambiental, a madeira foi inutilizada com motosserras e o trator, destruído com uso de explosivos, numa tentativa de enfraquecer a estrutura logística usada pelos infratores.
Sem qualquer apresentação de licença ambiental, a madeira foi inutilizada com motosserras e o trator, destruído com uso de explosivos, numa tentativa de enfraquecer a estrutura logística usada pelos infratores.
Como em tantos outros casos, nenhum responsável foi encontrado no local, o que evidencia a natureza clandestina e estratégica da operação ilegal.
A área, segundo a fiscalização, possui quatro Cadastros Ambientais Rurais (CAR) sobrepostos — uma tática recorrente usada por grileiros e desmatadores para maquiar a posse e tentar legalizar a terra após o desmatamento.
A área, segundo a fiscalização, possui quatro Cadastros Ambientais Rurais (CAR) sobrepostos — uma tática recorrente usada por grileiros e desmatadores para maquiar a posse e tentar legalizar a terra após o desmatamento.
Os dados foram encaminhados à Polícia Civil, que deve intimar os supostos proprietários.O episódio é mais um retrato da impunidade que alimenta a destruição da floresta.
A ausência de manejo florestal sustentável e o uso de técnicas rudimentares e destrutivas revelam que, por trás do desmatamento, não há sequer o intento de desenvolvimento econômico responsável.
Trata-se de exploração criminosa pura, movida por lucro imediato e pelo senso de que as consequências legais serão brandas — ou inexistentes.
As operações de fiscalização seguem intensas em diversos pontos do Pará, incluindo bases fixas em Uruará, São Félix do Xingu e Novo Progresso.
As operações de fiscalização seguem intensas em diversos pontos do Pará, incluindo bases fixas em Uruará, São Félix do Xingu e Novo Progresso.
A Operação Curupira tem reunido esforços de órgãos como Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Meio Ambiente (Semas).
E os números falam por si:Mais de 90 prisões em flagrante
27 fianças arbitradas
52 inquéritos policiais instaurados
Mais de 180 intimações
220 autos de infração
58 termos circunstanciados de ocorrência
Apreensão de 679 munições, mais de 200 armas de fogo e mais de 1.100 equipamentos
Ainda assim, o crime avança, como mostram os novos flagrantes.
27 fianças arbitradas
52 inquéritos policiais instaurados
Mais de 180 intimações
220 autos de infração
58 termos circunstanciados de ocorrência
Apreensão de 679 munições, mais de 200 armas de fogo e mais de 1.100 equipamentos
Ainda assim, o crime avança, como mostram os novos flagrantes.
O que se vê em Uruará, como em tantos outros municípios da Amazônia, é a persistência de uma engrenagem ilegal que não recua diante da fiscalização.
Enquanto houver tolerância política, lentidão judicial e impunidade na ponta, a floresta continuará tombando sob motosserras e explosivos.
A verdadeira pergunta é: até quando?
A verdadeira pergunta é: até quando?
Fonte : Ver-o-Fato
Tags: coração do Parácrime ambientalDestaquetrator e tora
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