Depois de meses de absoluto silêncio, o
governador Simão Jatene rompeu o mutismo para falar sobre os alarmantes
índices de violência no Estado, mas pecou pela arrogância e a falta de
sensibilidade. Em um texto, alegadamente de sua autoria, postado em sua
página oficial no Facebook, o tucano, ao falar
da onda de violência que sua equipe não consegue controlar, mostra todo o
ranço que parece ainda guardar da disputa eleitoral de 2014.
Jatene faz acusações à imprensa pelas
notícias cada vez mais sangrentas que os jornais estampam, mas não
sugere nenhuma medida de ordem prática para evitar que a criminalidade
desenfreada gere novas manchetes. Além disso, se esquiva de suas
responsabilidades ao dizer que a violência assusta todo o país e não é
uma questão particular do Estado do Pará. Para isso, cita números do
Mapa da Violência, na tentativa de justificar o injustificável. Os
internautas, é claro, não endossam o discurso do governador. Pelo
contrário.
A grande maioria critica duramente a
postura de Jatene. “Texto mal escrito, ele falou na defensiva e digrediu
várias vezes do objeto. Dos 14 parágrafos, as ações do Governo couberam
em um só e falando somente em investimento na Polícia sem nem sequer
detalhar quaisquer resultados do Pró-paz para averiguação”, destacou o
internauta Brunno Regis, em um dos comentários. “Trabalhe. Vossa
Excelência foi eleito para isso. Estamos à mercê dos bandidos e nos
sentimos cada vez mais abandonados por quem deveria tomar atitudes para
nos proteger... Pare de conversa e volte ao trabalho já!”, corrobora
Michel Pedrosa em outra resposta mais adiante.
Além dos cerca de 180 comentários no
total, a publicação recebeu mais de 110 compartilhamentos, boa parte
desses feitos pelos correligionários do atual Governo. Mas nem assim
Jatene escapou da crítica de quem sofre ou já sofreu as consequências de
sentir na pele o que o chefe de Estado insiste em classificar como mera
sensação de insegurança. “Pois cá estou eu, para dizer de testa, que o
Pará é mal administrado (sic) pra caramba e a violência é insuportável,
assim como a ineficiência da dita ‘Segurança Pública’. Não pertenço a
nenhum grupo político, nem ao desse pulha cabeça de aquário, e saí do
Pará em razão da violência desenfreada que, infelizmente, bateu na minha
porta levando minha irmã Dayse Cunha, prima da mulher desse
desclassificado que ocupa o Governo e não tem dó de tantas famílias
vitimadas pela falta de vergonha dele e sua trupe”, comentou a
jornalista Daely Cunha, referindo-se ao assassinato da funcionária
pública Dayse Cunha - também irmã do superintendente do Sistema Penal
(Susipe), coronel André Cunha, em abril, durante um sequestro relâmpago e
alvejada com balas disparadas pelos policiais que deveriam tê-la
resgatado -, em um compartilhamento feito por um dos assessores do
governador. “Colocar a culpa nos outros é fácil, difícil é tirar os
militares de dentro dos órgãos públicos, servindo de babá, e colocar
(sic) pra trabalhar em favor da população!!!”, reforçou o internauta
Thiago Lobo Rodrigues.
Eliomar Almeida foi objetivo no
comentário. “Ele assume toda a sua incompetência. Não mostra nem uma
medida que resolva o problema da violência”. “Parem de arrumar
desculpas, ou colocar a culpa em quem não tem nada a ver, queremos
segurança e ponto final! (...) Ficam falando do Helder [Barbalho, do
PMDB, seu adversário nas Eleições 2014], ou sei lá de quem, o governador
é o Jatene, e é a ele que devemos clamar por mais segurança no Estado,
não ficar lembrando dos que perderam as eleições”, criticou Huanderson
Douglas.
(Diário do Pará)
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