"O Prefeito e o Procurador do Município não atendem os direitos dos auditores, tentam humilhar a classe por não compactuar com procedimentos internos que causam prejuízos a administração pública".
O presidente do Sindicato dos Auditores
Fiscais do Município de Santarém (FISCOSAN), Anderson Martins, esteve em
nossa redação e fez sérias denúncias contra o governo municipal.
Anderson Martins falou em nome do Sindicato e fez a seguinte declaração:
O Sindicato dos Auditores-Fiscais do
Município de Santarém (FISCOSAN), por meio de seu Presidente, Anderson
Martins, vem se manifestar acerca das irregularidades cometidas pelo
atual Governo Municipal, que vão desde a falta de respeito pela
categoria ao cometimento de ilegalidades. O Prefeito e o Procurador do
Município não atendem os direitos dos auditores, tentam humilhar a
classe por não compactuar com procedimentos internos que causam
prejuízos a administração pública.
Desde que a atual gestão tomou posse, os
Auditores-Fiscais vêm tentando um diálogo com o Governo a fim de
sugerir melhorias para tornar mais eficiente e moderna a Administração
Tributária Municipal, chegando até a apresentar ao Prefeito um Programa
de Modernização Tributária (PMT), o que, até agora, não foi acatado. Os
auditores estão se sentindo desprestigiados, pois existe por parte do
Procurador Geral do Município uma disputa de conhecimento quando os
auditores contestam procedimentos ilegais e atribuições a pessoas que
não fazem parte do quadro de servidores.
Não obstante as tentativas, o Governo
vem dificultando o relacionamento com a categoria, como se demonstra
pelo ato do Chefe de Gabinete do
Prefeito Alexandre Von e José Maria |
Prefeito, Jaci Barros, que se negou a
receber o Presidente do FISCOSAN, sem justificar o motivo. As sugestões
dos auditores são para incrementar a economia e dar celeridade aos
serviços da administração pública. As propostas são importantes para o
aumento da arrecadação e mesmo assim, o Prefeito e o Procurador Geral do
Município dificultam o diálogo com a classe.
Para piorar a situação, os servidores se
sentem perseguidos pelo Procurador Geral do Município, José Maria Lima,
visto que este volta e meia, interfere negativamente nos trabalhos
desempenhados legalmente pelos Auditores, como o lançamento e cobrança
do Imposto Sobre Serviço (ISS) nas obras de construção civil, por
exemplo, que foi atribuído a outro órgão da Prefeitura sem competência
legal para tanto, em desacordo com o que dispõe a Legislação Tributária
Municipal.
Como se não bastasse, passados mais de
180 dias, o Procurador não se manifestou sobre o pedido de licença
sindical protocolado pelo atual Presidente, Anderson Martins, apesar de o
art. 123 da lei nº 14.889, de 28 de janeiro de 1994 (Regime Jurídico
Único dos Servidores Municipais de Santarém – RJUMS) dispor, claramente,
que o requerimento deve ser respondido no prazo improrrogável de 30
dias. O Procurador está cometendo crime funcional e de responsabilidade,
quando dificulta despachar direito consagrado pela Constituição e
comandos legais que está vinculado.
Outro fato que, segundo o Sindicato,
caracteriza perseguição à classe é a não concessão da revisão da
remuneração para os Auditores, dado que, para as demais categorias de
nível superior, foi concedida a referida revisão no percentual de 20%
nos exercícios de 2014 de 2015, em total afronta ao inciso X do art. 37
da Constituição Federal que determina que a revisão deve ser geral e
anual, sem distinção de índices. Os auditores devem procurar o
Ministério Público Estadual e formalizar a denúncia, pois todos são
iguais perante a lei e não pode haver discriminação por parte do
Prefeito, por acumular revolta com a classe por ter sugerido melhoria na
Secretaria de Finanças. Um dos vereadores deveria abraçar a causa, pois
os auditores estão exigindo apenas que a lei seja cumprida.
Para o esclarecimento desse fato, a
Câmara de Vereadores de Santarém, através do vereador Geovani Aguiar
(PSC), protocolou no dia 3/6/2015, pedido de informação ao Prefeito para
que este informe acerca da forma e condições de concessão de revisão a
servidor público municipal, sendo que o Prefeito deverá responder a
solicitação no prazo de 30 dias, nos termos do inciso XVI do art. 53 da
Lei Orgânica Municipal.
Mais um ato que demonstra a leviandade
do Procurador José Maria Lima está no fato de que ele vem orientando a
vinculação do pagamento do IPTU à concessão do Alvará de Funcionamento,
apesar dos Auditores-Fiscais terem demonstrado que esta prática é
abusiva contra o contribuinte, tendo em vista o que reza o inciso I do
art. 164 do Código Tributário Nacional. A exigência do Procurador é
ilegal, quando viola as normas legais já que não existe vínculo
obrigacional da exigência. Associação Comercial, CDL, Delegacia do CRC e
Delegacia dos Corretores devem questionar esse procedimento, que além
de irregular, vem prejudicando a economia da região.
Somando-se a isso, o Sindicato aponta
mais uma irregularidade cometida pela Dívida Ativa, pela qual responde,
também, o Procurador José Maria Lima, no que diz respeito à cobrança de
créditos tributários municipais sem a devida aplicação da correção
monetária e dos juros de mora, o que tem gerado prejuízo aos cofres
públicos do município. Podendo responder por crime de responsabilidade,
já que proporciona terceiros a se beneficiar de recursos que deveriam
ingressar no caixa da Prefeitura.
Nas palavras do Presidente do FISCOSAN,
Anderson Martins, “é lamentável – para não dizer prejudicial – que o
Chefe do Poder Executivo tenha nomeado pessoas tão despreparadas
tecnicamente para assumir funções essenciais para nosso Município, como
ocorre no caso do Procurador Geral do Município”.
Caso o Prefeito não atenda as sugestões e
demandas pleiteadas pelo Sindicato, comunicará o Ministério Público na
pessoa da Dra. Maria Raimunda, para que tome as devidas providências,
afirmou Anderson Martins, que tenta aplicar a lei e não tem apoio do
Prefeito e do Procurador Geral do Município, que além de não despachar
as petições, delega responsabilidade a terceiros sem competência legal.
Por: Manoel Cardoso
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