quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Polícia pede prisão, MP dá parecer favorável, mas justiça mantém em liberdade enfermeiro suspeito de estuprar filha


O caso ganhou repercussão na cidade depois que a irmã da vítima expôs o caso na internet. Delegado que presidiu o inquérito realizou entrevista coletiva nesta quarta (25).
O enfermeiro suspeito de estuprar a própria filha de 7 anos, em Santarém, no oeste do Pará, vai continuar em liberdade. O delegado que presidiu o inquérito, Madson Castro, realizou uma entrevista coletiva nesta quarta (25) para falar sobre a decisão do juiz da 1ª vara criminal, Alexandre Rizzi.
De acordo com Madson Castro, logo após a mãe da criança formalizar a denúncia, a Polícia Civil solicitou medidas protetivas para resguardar os direitos da vítima. As medidas foram convertidas em medidas de proteção.
Posteriormente, quando a mãe da criança apresentou exames complementares que indicavam que a menina contraiu uma infecção sexualmente transmissível (IST), a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do suspeito.
A Polícia Civil entendeu que a prisão preventiva seria uma forma de garantir que o homem não cometesse o crime novamente, já que ele possui a guarda dos filhos.

“O Ministério Público se manifestou favorável ao nosso pleito, ou seja, assim como nós, Polícia Civil, o Ministério Público também viu o risco concreto, por isso deveria ser decretada a prisão deste investigado para evitar que ele viesse novamente a praticar o mesmo fato contra a vítima, seus outros filhos ou contra outras crianças da sociedade”, disse o delegado.

O delegado Madson Castro disse ainda que recebeu a decisão da Poder Judiciário nesta quarta (25), indeferindo a prisão do investigado. De acordo com a decisão, a justiça não reconheceu o risco de o suspeito voltar a cometer o crime, pelo fato que as crianças menores estarem sob os cuidados da mãe.

“A gente não comenta a decisão judicial, mas é importante esclarecer para sociedade santarena que nós da Polícia Civil, desde o primeiro momento acolhemos a vítima. Ela foi acolhida por uma equipe especializada de duas mulheres psicólogas e assistentes sociais. Ela não teve contato com homens. Nós a partir de então tomamos as medidas cabíveis, representamos pela prisão preventiva do investigado no tempo do prazo, o ministério público se mostrou favorável, porém a judiciário entendeu que não era o caso de decretar a prisão preventiva deste investigado”, continuou.

Ainda de acordo com o delegado que investigou o caso, a denúncia foi formalizada pela mãe no dia 20 de outubro e no dia 17 de novembro – antes do prazo – o inquérito foi concluído e remetido à justiça. Ou seja, no dia 20 de novembro, quando o caso se tornou público, a polícia já havia concluído o inquérito.

“Como hoje se encerra um ciclo na fase policial é importante que a sociedade saiba que a polícia civil, desde o primeiro momento, agiu com todo rigor que o caso requer. Só não divulgamos as informações para preservar a possível medida que seria essa prisão preventiva, que acabou sendo indeferida pelo poder judiciário apesar da nossa representação e da manifestação favorável do Ministério Público”, completou.
Afastado das atividades profissionais
Depois que o caso foi exposto e ganhou muita repercussão, a Unimed oeste do Pará resolveu afastar o enfermeiro das suas funções até que o caso seja elucidado.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou ao G1 que o servidor em questão foi afastado das funções e que uma sindicância interna será aberta para apurar a denúncia.
O caso
Uma jovem de 18 anos resolveu tornar público um caso de estupro ocorrido em sua família. Segundo ela, sua irmãzinha de 7 anos havia sido estuprada, e o autor do crime seria o próprio pai.
Cansada de ver o pai livre, concorrendo as eleições e atendendo pacientes em hospitais da cidade, a jovem resolveu expor o caso em emissoras de rádio, TV, portais e nas redes sociais. O objetivo era causar mais repercussão e chamar a atenção da justiça, para que o homem seja preso.
Nos documentos obtidos pelo G1, a vítima relata ter sido abusada pelo menos duas vezes pelo pai. A criança que hoje tem 8 anos alegava ter medo do pai, que era muito violento, por isso não contou sobre os abusos para familiares.
Ainda segundo os documentos, a criança estava com inchaço e bolhas da região genital. Após exames, foi comprovado que a menina havia contraído herpes, uma infecção sexualmente transmissível.

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