Trabalhadores de Belo Monte rejeitam proposta final do consórcio e decidem entrar em greve na próxima segunda-feira
Pedro PeduzziEnviado Especial
Altamira (PA) – Os trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte,
no Pará, reunidos em assembleia, decidiram no começo da noite de hoje
(18) paralisar suas atividades a partir da próxima segunda-feira (23),
após cumprir prazo legal de 48 horas. A decisão, segundo o Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará
(Sintrapav), foi tomada pela “quase totalidade dos trabalhadores”.
De acordo com o Sintrapav, a greve só será suspensa, caso o Consórcio
Construtor Belo Monte (CCBM) apresente uma nova proposta, já que a
proposta final da CCBM foi rejeitada pelos trabalhadores. Ela previa,
entre outras medidas, manter o período de intervalo das baixadas
[período em que os trabalhadores podem visitar as famílias] em 180 dias,
mas aumentando a duração de nove para 19 dias.
“O problema é que esse período a mais, de dez dias, corresponderia à
antecipação das férias. Os trabalhadores não concordaram com isso porque
esse é um direito já assegurado por lei”, disse à Agência Brasil
o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Roberto Ruy
Rutowitcz Netto, que esteve presente nas reuniões de negociação.
Ele acrescentou que, em relação ao vale-alimentação, a proposta da
empresa foi aumentar o valor de R$ 95 para R$ 110. “A princípio isso
também não trouxe muita satisfação para os trabalhadores”, acrescentou. A
reivindicação do sindicato era que esse valor chegasse a R$ 300
mensais.
Consultado pela Agência Brasil, o CCBM informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que aguardará a oficialização da
decisão dos trabalhadores para se pronunciar sobre o assunto.
Edição: Aécio Amado
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