Os tucanos após vender a Celpa, agora querem a grana da privatização da Cosanpa |
O Pará está entre os piores Estados no ranking dos
serviços de água e esgoto. Menos de 6% da população contam com esses serviços.
Matéria publicada no jornal de economia e negócios Valor Econômico voltou
a acender a luz vermelha entre os que lutam contra a privatização dos serviços
de água e esgoto no Pará. Segundo o jornal, a OAS Soluções Ambientais, uma das
gigantes do setor trabalha em três Procedimentos de Manifestação de Interesse
(PMIs) para atender cidades da Região Metropolitana de Belém, incluindo a
capital. As outras cidades provavelmente seriam Ananindeua e Marituba. Os
Procedimentos de Manifestação de Interesse são uma etapa inicial dos estudos
para possíveis concessões ou Parceria Público Privado (PPP).
Ao Valor Econômico, o presidente da OAS Soluções
Ambientais, Louzival Mascarenhas Júnior confirma o interesse. “Estamos em fase
de estudo ainda, mas a modelagem deve ser uma PPP e os investimentos podem
superar R$ 5 bilhões”, disse. “As PP são uma privatização disfarçada. Vamos
lutar contra, entrar na Justiça, grevar. Fazer o que estiver ao nosso alcance
par anos contrapor. Para nós a água não é uma mercadoria, mas um bem público
que tem que ser administrado pelo Estado”, diz diretor do Sindicato dos
Urbanitários Otávio Pinheiro.
O Pará está entre os piores Estados no ranking dos
serviços de água e esgoto. A área de interesse da OAS Soluções Ambientais reúne
cerca de 2 milhões de habitantes e menos da metade teriam abastecimento regular
de água. No que diz respeito à coleta e tratamento de esgoto, os indicadores
são ainda mais pífios. Menos de 6% da população contam com esses serviços.
Ao assumir o governo, Simão Jatene negou reiteradas
vezes que pretendesse passar os serviços para a iniciativa privada e anunciou
uma série de investimentos para ampliar o atendimento. A maioria dos recursos
vem do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e podem
somar mais de R$ 100 milhões na melhoria da estrutura da empresa, segundo dados
que vêm sendo divulgados pelo próprio governo do Estado. Caso a privatização se
concretize, serão recursos públicos aplicados em uma empresa que, em breve,
estará nas mãos da iniciativa privada.
Não é difícil imaginar o que está por trás desse
manto de silêncio, além do fato de estarem as conversações entre as partes em
estágio ainda preliminar. Firmes em suas convicções privatistas, mesmo quando
elas se chocam com o interesse público, os tucanos do Pará carregam em seu
histórico uma experiência nesta área que, pelo menos para o povo paraense, se
revelou traumática. A privatização da Celpa, afinal, não foi nunca – muito pelo
contrário –, aquela maravilha prometida na época de sua venda.
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