Dentro do Hospital Público Estadual Galileu foi montado um grande evento para a “inauguração” do prédio”, que fica na Rodovia Mário Covas, em Ananindeua. com a armação de dois palcos cobertos, grupos de dança folclórica, acompanhados de um grupo de música de uma escola municipal.
A construção da obra faraônica, que custou aos cofres públicos cerca de R$ 10 milhões de reais, é uma contradição desde o seu início. Isso porque pretende abrigar, com seus 120 leitos, apenas os casos encaminhados pelos outros hospitais, sendo uma cota para cada um. Cinquenta para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência; 30 para o Hospital de Clínicas; 40 para atender necessidades que eram encaminhadas ao Aberlado Santos.
Assim, os beneficiados que deverão usufruir dos 4.000 metros quadrados são pacientes advindos dos corredores lotados, das enormes filas e dos leitos que não podem ser ocupados por pacientes de outros Hospitais de alta complexidade. Casos mais simples que muitas das vezes requerem atendimento urgente, que superlotam as Unidades Básicas de Saúde, não serão aceitos.
O secretário de Saúde do Estado, Hélio Franco, disse que o local funcionará como “um hospital de retaguarda”. “Ele vai fazer com que o Hospital de Clínicas faça mais cirurgias cardíacas e o Metropolitano atenda mais politraumatizados. Porque ele vai trazer para cá pessoas que precisam de um tempo maior de internação. Também irá funcionar neste hospital atendimentos para retirada de pinos de imobilização externa. Serão feitos atendimentos rápidos, abrangendo os bairros do Satélite, Sideral, Pratinha alcançando Icoaraci”. Franco disse ainda que o hospital conta com equipamentos de última geração para cirurgias.
Em reportagens, o DIÁRIO mostrou que o atual governo alugou as instalações da entidade evangélica Associação Amazônica Evangélica (AAME) por cerca de 1,5 milhão / ano, equipou e vai, mais uma vez, terceirizar a sua gestão para a OS Pró-Saúde.
Segundo o secretário, o contrato que envolveu a Pró-Saúde foi feito em uma chamada pública, em convocação nacional. “As organizações sociais de qualquer lugar do Brasil poderiam participar. A prerrogativa foi a resolubilidade oferecida pelas OS, que é a garantia de resolução de problemas. A OS tem um contrato que a qualquer momento pode ser extinto e em até cinco anos o governo é obrigado a fazer uma nova licitação”, afirmou. O Galileu é o 5º hospital que a OS vai administrar no Pará, apesar de ter as contas rejeitadas pelo TCE.
PROTESTO
PROTESTO
Os aprovados no Concurso Público C-153, realizado no ano de 2010, pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), fizeram um protesto na inauguração do prédio.
Eles foram retirados por uma equipe da polícia militar que fazia a retaguarda do evento. “É um hospital público que deveria ter uma gestão pública, mas é privada. O servidor deveria ser público e contrataram temporários. Enquanto que nós somos pelo menos mil concursados esperando nomeação. Enfermeiros, assistentes sociais, inclusive agentes de portarias que estão perdendo a vaga para empresas terceirizadas contratadas pelo governo”, disse o presidente da Associação dos Concursados do Pará (Asconpa), Emílio Almeida.
Indignado, Jorge Gonçalves, de 47 anos, que prestou concurso para agente de portaria, no certame de 2010, disse estar desempregado. “Estamos há quatro anos, correndo o risco de passar a vigência do edital e ficarmos sem nomeação. É um absurdo que o governo tenha dinheiro para contratar terceirizados e não faça cumprir o nosso direito. Estudei, passei privações e estou desempregado, tentando sobreviver com pequenos bicos”, desabafou.
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